O Volvo C30 surgiu como um hatch duas portas que nasceu e morreu em apenas uma única geração. O modelo foi importante para aproximar a marca sueca dos consumidores jovens em meados da década de 2000, quando a empresa ainda contava com produtos mais familiares, aventureiros e executivos.
Assim, um hatch descolado faria todo o sentido para captar também novos clientes, que já não poderiam mais contar com o Volvo S40, que estava em processo de retirada do mercado.
O Volvo C30 poderia ter ido mais longe, no entanto, a estratégia de centrar o produto apenas como um modelo de duas portas, rapidamente mostrou-se sem futuro.
E, de fato, isso aconteceu, pois com o fim do Volvo C30, a marca nórdica só tinha como opção lançar um hatch de quatro portas, que acabou sendo batizado de Volvo V40, gerando alguma confusão inicial com a antiga perua derivada do sedã S40.
Ainda assim, para quem buscava um carro de estilo, performance e segurança, o compacto sueco se mostrou ideal.
Foi fabricado apenas em Ghent, Bélgica, planta que a marca tinha em conjunto com a Ford, que na época era sua controladora.
Volvo C30 nasce em 2006
O Volvo C30 foi adiantado em três conceitos antes de ser lançado oficialmente e entrar em produção no ano de 2006. O projeto se baseou na plataforma P1, que era uma variante mais sofisticada da C1 da Ford, que na época equipava o Focus de segunda geração.
Era a mesma base do Volvo S60 de primeira geração.
Com motor dianteiro em transversal, o Volvo C30 media 4,252 m de comprimento, 1,782 m de largura, 1,447 m de altura e 2,640 m de entre-eixos. O modelo nunca contemplou o uso de tração nas quatro rodas e contava com suspensão dianteira McPherson e traseira com multilink.
Estreante em 2006, o Volvo C30 só começou a ganhar mercados no exterior em 2007, incluindo o Brasil. Permaneceu em produção até 2013. No lançamento, a expectativa era de produzir 65.000 unidades por ano, sendo 75% para o mercado europeu.
Também teve marketing no cinema, onde foi o carro do personagem Edward na saga Crepúsculo, em seu primeiro filme.
Volvo C30 – design
O Volvo surgiu como um hatch de estilo bem individualista em relação aos irmãos mais sóbrios da gama do fabricante da Europa setentrional. A carroceria era volumosa, mas não muito larga, tendo grandes faróis triplos com máscara negra e grade pequena, mas proeminente, unindo-se ao capô avançado.
O para-choque era dividido em três partes com a grade centralizada, tendo ainda lavadores dos faróis, faróis de neblina circulares e spoilers laterais. O capô era curto e as saias de rodas ocupavam quase todo o para-lama.
Vincos ressaltados se apresentavam bem nas laterais, dando volume e robustez visual ao Volvo C30.
As saias laterais eram embutidas nas saias de rodas e os retrovisores contavam com repetidores de direção. O teto era bem curvado e caía sobre a traseira, curta. Não houve preocupação com a altura interna de quem ia atrás e nem em reforçar as colunas C, em termos estéticos, é claro.
As janelas laterais eram grandes e não basculantes, enquanto a traseira era puro estilo. A cabine ia se estreitando em direção à tampa do bagageiro e assim, as lanternas mantiveram o formato das ancas laterais.
Entretanto, estas se elevavam também pelas colunas C e envolviam uma tampa do bagageiro feita inteiramente de vidro. Ela contava ainda com um limpador e lavador, bem como maçaneta para abertura.
Mais acima, um defletor de ar bem vistoso.
Como as lanternas eram elevadas e a tampa de vidro pouco mais baixa que elas, a Volvo adicionou a placa na parte fixa do conjunto, enquanto o para-choque ficava mais discreto, tendo geralmente duas saídas de escape e refletores.
Por dentro, o Volvo C30 o painel era o mesmo do Volvo S40, chamando atenção pela enorme área sem detalhes do lado do passageiro, assim como pela tela retrátil do sistema de navegação e mídia, que ficava no alto do conjunto. Abaixo dos difusores de ar centrais, havia um porta-objetos estreito e um display de cristal líquido com para o sistema de climatização.
Este, por sia vez, tinha comandos físicos do sistema dual zone num console “suspenso”, que criava um elemento vazado na parte traseira. Diversas funcionalidades estavam agregadas, incluindo um teclado numérico para discagem telefônica.
A alavanca de câmbio automático tinha opção de mudança manual, enquanto a mecânica vinha com capa de couro e pomo estilizado.
O porta-copos do Volvo C30 era coberto e ainda havia apoio de braço central com mais volume interno para trecos. A partida era feita por uma chave eletrônica, que era embutida no painel. O volante era sóbrio e vinha com comandos de mídia, telefonia e controle de cruzeiro.
O cluster era totalmente analógico e seu aspecto era bem conservador, incluindo os grafismos e dois displays bem simplórios.
O botão dos faróis ficava à esquerda do painel de instrumentos. O visual geral era sóbrio, mas bem cuidado, tendo apenas dois tons, com console, túnel, portas e bancos geralmente da mesma cor. O freio de estacionamento era manual.
Os bancos em couro, podendo ter dois tons, tinham sistema de basculamento com efeito memória para facilitar o acesso aos dois assentos traseiros, que tinha até apoio de braço central e retrátil. Como o habitáculo encurtava em direção à traseira, não era possível ter um quinto passageiro no banco de trás do Volvo C30.
Os dos bancos eram rebatíveis e bem úteis nesse aspecto, pois o porta-malas era bem pequeno, tendo somente 233 litros. Como se sabe, o foco do modelo não era ser familiar, então o bagageiro passou a ser um item de menor importância.
O C30 tinha várias opções de rodas de liga leve e aqui estreou com aro 17 polegadas, bem como com pneus 205/50 R17.
Com coeficiente aerodinâmico de 0,31, o Volvo C30 deveria ser um carro bem eficiente em termos de consumo, mas isso ocorria naturalmente apenas nas versões diesel. Oferecido nas versões Kinetic, Momentum e Summum, o modelo chama atenção mesmo é na opção R-Design, que gozava de visual personalizado, especialmente em rodas e acabamento interno.
Esta vinha com detalhes em alumínio, volante diferenciado, tapetes exclusivos, bancos mais esportivos e tonalidades próprias da proposta, que ainda tinha pacote aerodinâmico mais agressivo e mais conteúdo.
Entre os itens, tinha como destaque o sistema de som Dynaudio, o mesmo empregado pela Volkswagen em seus carros mais caros.
O Volvo C30 tinha ainda direção eletro-hidráulica, CD player, USB (flash), auxiliar e conector para iPod. Em 2008, foram feitas mudanças nos assentos para ficar de acordo com os S40 e V50 da época.
Na segurança, o hatch era um destaque a parte. Tinha um sistema chamado IntelliSafe, que preparava o carro para impacto em caso do mesmo ser iminente. Tinha até alerta de colisão.
Além disso, vinha com célula de sobrevivência com seis airbags, mais zonas de deformação específicas e controles de tração e estabilidade, assim como assistente de partida em rampa e o sistema BLIS de detecção de objetos no ponto cego.
Vários dispositivos presentes no Volvo C30 acabaram sendo incorporados por carros comuns nos anos seguintes. O modelo ganhou “bom” em seu primeiro teste no IIHS dos EUA.
Atualização
Em 2010, o Volvo C30 ganhou atualização de meia vida, ganhando frente mais em cunha. Nessa mudança, adotou faróis maiores e mais afilados, apostando em detalhes cromados no lugar da máscara escura de antes.
A grade foi atualizada, mas continuou avançada no desenho e integrada ao para-choque, cujas molduras laterais dão mais fluidez ao conjunto.
Na traseira, a Volvo unificou a estrutura da carroceria com o para-choque, criando um protetor enorme e com espaço para placa ampliado.
O C30 ganhou duas opções de rodas e adicionou ponteiras cromadas nas versões T5 e D5, bem como ampla gama de tonalidades para os demais detalhes internos.
Volvo C30 – motores
Na Europa, o Volvo C30 começou com uma ampla oferta de motores, utilizando caixas de câmbio da Ford e Getrag. O hatch tinha motor 1.6 de 100 cavalos, 1.8 com 125 cavalos e 2.0 de 145 cavalos, todos de origem Ford.
Apenas os 2.4 de 170 cavalos e 2.5 com 230 cavalos, é que realmente eram da Volvo, pertencentes à linha Modular.
Apenas o 2.0 tinha câmbio Powershift de dupla embreagem, enquanto os 2.4 e 2.5 tinha câmbio automático de cinco marchas da Getrag. As transmissões manuais de cinco ou seis marchas eram da Ford.
Com diesel, os motores eram 1.6 de 109 cavalos, 2.0 com 136 cavalos e 2.4, que entregava 180 cavalos com até 40,6 kgfm na versão manual (automática ficava limitado em 35,7 kgfm). Este tinha cinco cilindros em linha.
Interessante é que o Volvo C30 tinha uma versão Flex com motor 1.8 de 125 cavalos alimentado por gasolina ou etanol E85. Na atualização de meia vida, a Polestar meteu a mão no hatch, acrescentando 23 cavalos a mais no T5 edição Polestar.
Nessa mesma época ganhou sistema Start&Stop com desligamento automático do motor. Houve atualização dos motores no facelift de 2010.
A Polestar chegou a desenvolver um software de performance para o Volvo C30, assim como para os modelos S40 e V50. No geral, em termos de motores, o hatch não foi além das propostas acima. Aqui no Brasil, ele desembarcou em abril de 2017 com as versões T4 e T5.
A primeira tinha um cinco em linha 2.4 com 170 cavalos a 6.000 rpm e 23,5 kgfm a 4.400 rpm, além de câmbio automático Geartronic de 5 marchas, indo assim de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos e com máxima de 215 km/h.
O consumo urbano era de 7,5 km/l, enquanto o rodoviário ficava em 10,0 km/l.
O C30 T5 tinha motor de cinco cilindros em linha 2.5 Turbo com 220 cavalos a 5.000 rpm e 32,6 kgfm a 1.500 rpm. O câmbio era o mesmo. Pesando 1.422 kg, o Volvo C30 tinha um bom desempenho, indo de 0 a 100 km/h em 7,1 segundos e com máxima de 235 km/h. O consumo era de 7,0 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada.
Em 2009, o Volvo C30 teve, além do cinco em linha, um quatro cilindros oriundo da Ford e que tinha 2.0 litros, sendo aspirado (versão nórdica do Duratec). Este entregava 145 cavalos a 6.000 rpm e 18,9 kgfm a 4.500 rpm.
O câmbio podia ser manual de 5 marchas ou automatizado de dupla embreagem com seis marchas, sendo este o Powershift.
No manual, o Volvo C30 2.0 ia de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos e tinha máxima de 210 km/h. O consumo era de 7,9 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada. No automático, o hatch escandinavo fazia o mesmo em 9,7 segundos com máxima de 205 km/h e tinha consumo de 7,6/10,1 km/l, respectivamente cidade/estrada.
Um detalhe interessante é que na versão 2.0, o Volvo C30 tinha tanque de combustível com 55 litros, enquanto as versões T4 e T5 com cinco cilindros apresentavam reservatórios com 62 litros de capacidade.
Mas, o modelo sueco não teve somente versões a gasolina, diesel e com E85.
C30 DRIVe
Antes mesmo do Volvo C30 iniciar a produção, a marca nórdica vinha trabalhando em novas tecnologias e utilizando o futuro modelo como demonstrador. Mas, a energia elétrica, que já havia sido usada em conceito no ano de 2007, passou a ser efetiva apenas em 2011.
Como era uma proposta cara para a época, a Volvo preferiu que o hatch eletrificado fosse oferecido através de programas, como aluguel, compartilhamento e frotas executivas.
Assim, deu partida no Volvo C30 DRIVe, uma versão definitivamente elétrica do modelo.
Seu propulsor elétrico tinha 110 cavalos e 22,7 kgfm. Ele tinha ainda um pacote de baterias de íons de lítio, desenvolvidas pela americana EnerDel, que tinha 24 kWh e garantiam autonomia de apenas 150 km no padrão europeu NEDC. Ou seja, poderia suprir somente as necessidades urbanas.
Com freios regenerativos, o Volvo C30 DRIVe ia de 0 a 50 km/h em 4 segundos e tinha máxima limitada em 130 km/h. O tempo de recarga era de 7 horas (100%). Conseguindo alguns contratos de locação e distribuição da frota, a empresa assinou a venda de algumas centenas de unidades, tanto na Europa quanto nos EUA.
A produção foi encerrada em dezembro de 2012, poucos meses antes do restante da gama.
Volvo C30 – edições especiais
O Volvo C30 teve diversas séries especiais. Um delas foi a Efficiency, que usava motor diesel 1.6 da Ford com 105 cavalos e uma série de modificações para reduzir a aerodinâmica e melhorar o rendimento, entre elas spoilers na carroceria, suspensão mais baixa e pneus de baixa resistência à rolagem.
Embora fosse uma versão definida na Europa, a R-Design acabou sendo usada como edição limitada para o mercado americano, onde o Volvo C30 teve 400 unidades com vários itens de destaque, entre eles rodas aro 18 polegadas exclusivas, sistema de navegação com DVD, assinatura SiriusXM gratuita por seis meses e o pacote aerodinâmico, entre outros.
A versão T5 do C30 foi usada para promover o time de beisebol Boston Red Sox, que ganhou 107 exemplares personalizados com o escudo da equipe americana.
Em 2010, a R-Design foi mais uma vez usada como série especial, mas ficou durante três anos, desta vez com rodas aro 17 (18 era opcional) e detalhes em azul, bem como acabamento diferenciado em relação ao de 2008.
A Itália ganhou sua própria edição especial, a Volvo C30 Black Design, que trazia película de fibra de carbono da 3M e guarnições em preto fosco, bem como as rodas de liga leve aro 16. Teve 600 exemplares oferecidos na península itálica.
Em fim de carreira, por volta de 2012, ganhou mais uma edição para os EUA.
Esta era o Volvo C30 Polestar Limited Edition, que oferecia 250 unidades com rodas aro 17 exclusivas, sistema de som com 650 watts, LEDs diurnos, faróis bi-xênon, exterior com detalhes em Rebel Blue, bancos em couro com dois tons, potência ampliada para 253 cavalos e 37,7 kgfm no 2.5 Turbo, bem como opções variadas, entre elas câmbio manual ou automático.
Volvo C30 – conceitos
O Volvo C30 surgiu bem antes do que se imagina. Na verdade, ele apareceu pela primeira vez ao público ainda em 2001. Ele era descrito como um hatch com elementos tanto do clássico P1800ES dos anos 60 quanto do Volvo 480ES dos anos 80.
Chamado SSC, o conceito tinha diversos itens de segurança, tais como aviso de colisão frontal, câmeras de segurança e comunicação via celular. Visualmente, era bem arredondado e tinha arco do teto treliçado, bem como as duas portas adicionais que o C30 nunca teve, estas de abertura invertida.
Passaram-se então cinco anos até o surgimento do conceito Evolve C30, que era baseado no Evolve S40 de 2004, mas agora com a carroceria definitiva do hatch sueco.
Tinha vários equipamentos de som e personalização para atrair a atenção do público do SEMA Show, em Las Vegas.
Da mesma forma que nos EUA, o Essen Motor Show, na Alemanha, recebeu um conceito baseado no C30, mas com motor 2.5 Turbo de 205 cavalos e recheio de itens de empresas de personalização conhecidas, como a Heico, que preparou o propulsor, a fornecedora de pneus Toyo e equipamentos da Heico Sportiv para o acabamento e preparação.
O kit do motor passou a ser vendido em 2007.
O Volvo ReCharge é bem mais interessante. Conceito de 2007, era uma proposta híbrida plug-in para o Volvo C30.
Era equipado com motor Ford 1.6 com gasolina e E85, além de quatro motores elétricos, que se alimentavam de baterias de lítio e possuíam autonomia de 100 km. Tinha máxima de 160 km/h e a Volvo se animou para produzi-lo, mas o projeto não foi adiante.
O Volvo C30 Range Extenders teve duas versões conceituais, uma com motor de 3 cilindros e 60 cavalos, trabalhando como gerador para um elétrico de 111 cavalos e com autonomia de 1.000 km usando um tanque de 40 litros. Só no modo elétrico o alcance era de 110 km.
A outra versão tinha motor turbo com 190 cavalos e potência combinada de 300 cavalos, tendo os mesmos 1.000 km de alcance, mas com apenas 75 km sem emissão de CO2.
© Noticias Automotivas. A notícia Volvo C30: design, motores, versões e edições especiais é um conteúdo original do site Notícias Automotivas.
Volvo C30: design, motores, versões e edições especiais publicado primeiro em https://www.noticiasautomotivas.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário