O Subaru WRX era uma versão esportiva do modelo Impreza da marca japonesa.
O emprego de “era” no início da frase não é de todo modo errado. O motivo é que, após quatro gerações, o fabricante decidiu que a designação WRX era forte o suficiente para se tornar independente do produto que a carregava.
Assim, desde 2015, o Subaru WRX se tornou um modelo à parte. Na prática, ele continua tendo a mesma proposta de sempre, entregando alta performance e dinâmica de condução extraídas das pistas de rali para a linha de montagem, saindo assim um esportivo que gerou uma legião de fãs pelo mundo.
Sempre usando o motor boxer de quatro cilindros como base, assim como câmbio manual ou automático, passando para o CVT, o Subaru WRX fez o que poucos carros conseguiram, usar uma caixa continuamente variável com uma proposta esportiva. Além disso, seu sistema simétrico de tração nas quatro rodas, só fez sua reputação aumentar.
O Subaru WRX é um carro esportivo que aposta num equilíbrio dinâmico com centro de gravidade bem baixo, tendo motor, câmbio e sistema de tração S-AWD no mesmo nível, tornando o produto bem adequado para competições de rali e para as pistas fechadas. No dia a dia, deixa o esportivo com uma dirigibilidade excelente.
Subaru WRX
O Subaru WRX surgiu de uma antiga versão do Impreza, chamada RX. Ela é herança dos produtos vendidos até os anos 80, já que o modelo referido surgiu em 22 de outubro de 1992.
A experiência obtida com o sedã nas pistas de rali, onde obteve diversas vitórias e campeonatos, fez com que a marca japonesa cria-se uma versão de alta performance baseada nisso.
A própria Subaru tinha uma divisão de desenvolvia as variantes de competição, que ficou conhecida como World Rally Cross. A grande sacada da nipônica foi traduzir isso das pistas de rali para as ruas com o World Rally eXperimental, ou simplesmente WRX. Logo que o Impreza surgiu, o esportivo também apareceu.
Com ele, a Subaru conquistou uma nova legião de fãs, já que muitos apreciavam o sistema de tração AWD e os motores boxer de modelos anteriores, bem como a robustez e a capacidade de andar em terra e neve com desenvoltura, algo que havia sido perdido com o fim da AMC e seus clássicos americanos 4×4.
Para colocar no mercado um carro que fosse realmente disruptivo em termos de performance e proposta, a Subaru realizou modificações básicas que o WRX deveria seguir em qualquer geração, sendo elas suspensões endurecidas, motor boxer turbo (quatro cilindros) e sistema de tração AWD. Esse conjunto era padrão nos Subaru de rali.
Outra característica do Subaru WRX, que é obrigatório para qualquer fã do esportivo, é a identificação da versão do esportivo por meio do código de chassi.
Isso praticamente converteu-se não só na designação de carroceria, mas também de geração do produto. Alguns códigos foram usados apenas nos EUA, o que confere certa exclusividade.
WRX STI
Mas, o Subaru WRX não existe sem a Subaru Tecnica International. É como GTI para R na VW, por exemplo.
Se o esportivo normalmente é um excelente carro, o WRX STI é o suprassumo do que a marca japonesa pode fazer (sozinha ou em parceria). Um “STI” sempre será anabolizado em relação ao WRX “comum”.
A Subaru Tecnica Internacional significa que o World Rali eXperimental terá um motor boxer bem preparado, assim como seu câmbio (sempre manual e purista ao máximo). Acrescenta-se também modificações na suspensão, freios, direção, escape, etc.
A escalada de poder num WRX STI não pode ser comparada com o esportivo comum da Subaru, pois as séries locais podem passar de 400 cavalos.
Estas séries do WRX ou do WRX STI servem não para aumentar as vendas, mas para que o produto esteja sempre em evidência no segmento de carros esportivos num determinado país ou região. Elas chamavam atenção pela ausência do carro número 13.
Tais carros, em lotes pequenos, se tornam raros e caros com o tempo. Obviamente, muitos Subaru WRX vão acabar nas mãos de preparadores para ficarem personalizados ao gosto dos proprietários.
No entanto, não vai demorar muito para que estas modificações fiquem mais complexas com a inevitável hibridização do bólido da Subaru.
Subaru WRX de primeira geração
Em 1992, o Subaru WRX GC8A surgia no mercado internacional (exceto EUA) com motor boxer 2.5 Turbo de 240 cavalos, sendo utilizado um sistema de acoplamento viscoso para tração nas quatro rodas, transferindo a força de forma mais equilibrada.
No entanto, alguns países receberam o esportivo como Impreza GT ou Impreza Turbo 2000.
Mas, como se tornaria comum, o Japão receberia variantes próprias com engenharia completamente diferente. O chamado Subaru WRX Type RA era uma opção bem purista, praticamente tirada das pistas.
Tanto é que nem freios ABS ele possuía, a fim de que o “piloto” pudesse explorar ao máximo sua performance.
Além disso, o Type RA vinha ainda com injeção de água no intercooler, bem como com quinto injetor de combustível e relações de marcha mais curtas.
Isso sem contar nos reforços que pistão, biela, virabrequim e válvulas recebiam para que o boxer 2.0 pudesse resistir mais tempo em altos regimes de rotação.
Em outubro de 1993, o Subaru WRX – até então como sedã – receberia a carroceria hatch no GC8B, tendo este 220 cavalos no propulsor, enquanto o sedã ficava com 240 cavalos.
Já em fevereiro de 1994, surgiria a “versão” WRX STI com 100 exemplares produzidos mensalmente.
O primeiro WRX STI tinha 250 cavalos, mas a Type RA do Japão entregava 275 cavalos. Neste modelo, apareceu o Driver Controlled Center Differential (DCCD), que era um diferencial eletromecânico que poderia bloquear o diferencial principal.
No GC8C, de 1994 a 1996, o WRX passou a ser oferecido com 260 cavalos e discos traseiros ventilados, antes apenas no STI “internacional”, pois no Type RA era sólido.
Nessa época surgiu um carro inusitado, mesmo para aquela ocasião. No Japão, como sempre, experiências eram feitas e surgiu uma variante da perua do Impreza com acabamento visual do Outback, incluindo estepe na traseira…Isso tudo com mecânica no WRX!
Ela tinha até barras de impulsão, sendo chamada oficialmente de WRX Sports Wagon. Porém, seria como uma Fiat Palio Adventure T-Jet. Obviamente que tanta criatividade não rendeu em vendas consideráveis e logo saiu de linha.
Mas, com a proposta aventureira, a resposta do público exigiu um novo carro, que acabou gerando o Forester.
O campeão Colin McRae ajudou a catapultar as vendas do Subaru WRX e teve direito a uma série especial, desenvolvida pela Prodrive.
Rodas maiores e douradas, bancos Recaro, itens de competição no acabamento, enfim, o esportivo da marca japonesa estava cada vez mais imerso no mundo da competição de rali.
Surgiram algumas séries no lote GC8C, como a WRX STi Version II V-Limited, que chegou a ter 1.555 unidades feitas. Em apenas alguns meses, a Subaru produziu um novo lote, chamado GC8D.
Embora curta, gerou um WRX com 280 cavalos, que na verdade tinha 300 cavalos. Como a marca não queria provocar uma escalada de potência com as rivais, divulgava esse número menor.
O (WRX) Turbo 2000 “Catalunya” tinha rodas douradas com pintura do carro em preto e dotada de faixas vermelhas em alusão ao segundo campeonato vencida na Catalunha. O lote tinha 200 unidades.
A série de unidades GC8E fez surgir o belíssimo Subaru Impreza 22B STI, em sua radiante cor azul e em carroceria cupê, ostentando enormes faróis auxiliares e rodas douradas de estilo clássico.
Esta versão fez tanto sucesso que relatos falam que, só no Japão, as 400 unidades do lote teriam sido vendidas em 30 minutos… Outros dizem que foram 48 horas.
Se é raro hoje em dia no país, fora é ainda mais, pois apenas 24 seguiram para países de direção inglesa, indo 16 para o Reino Unido e 5 para Austrália. Os 3 primeiros eram protótipos e ficaram com a Subaru.
A Prodrive tratou de modificar os 16 carros para os ingleses, mas a Subaru só registrou esses carros em 1999, pois já tinha enviado 50 22B para a Grã-Bretanha um ano antes.
O motivo era uma lei japonesa. O WRX 22B virou uma lenda e gerou um debate na época, por causa da designação dada pela Subaru, que não dizia nada.
Pensava-se que 22 era em referência ao motor boxer 2.2 e o B de Bilstein, devido aos amortecedores esportivos. Entretanto, o termo ia muito além do que se imaginava.
Na empresa, o significado de “22B” era a representação hexadecimal para 555, o patrocinador da marca no World Rally Championship (WRC).
De fato, o boxer 2.0 Turbo foi ampliado para 2.2 litros, mas a potência manteve-se em 280 cavalos com 37 kgfm. Logo veio o GC8F com o Impreza Turbo 2000 (sempre um WRX com outro nome) teve a edição Prodrive WR Sport com preparação especial e até ECU alternativa.
Novamente, o WRX STI V-Limited tinha dois lotes limitados em 1.000 (exterior) e 555 exemplares (Japão).
Em 2000, o GC8G teve um WRX mais manso na Europa, com apenas 218 cavalos. Vários WRX STI RA Versão 6 Limited foram feitos e o primeiro “S20X” surgiu com o S201 alcançava nada menos que 305 cavalos. Foram feitos 300 exemplares.
Subaru WRX de segunda geração
A geração GD/GG viu o Subaru WRX finalmente chegar aos EUA com motor 2.0 Turbo de 230 cavalos. O propulsor boxer era oferecido também em 2.5 litros, dependendo do país.
Em alguns mercados, o motor teve a potência reduzida para 265 cavalos devido às emissões, enquanto em outros, mantinham-se os 280 cavalos.
Uma complexa série de numeração visava identificar com as letras “B” e “F”, os carros vendidos nos EUA. Existiram outras e esta geração do Impreza, que carregava o WRX manteve algumas das edições anteriores, assim como sempre o STI, que agora tinha freios da Brembo.
As séries Applied de A à G existiram nos sete anos em que durou a geração GD/GG do Impreza, tendo o WRX recebido melhoramentos, como turbocompressores da IHI e diferenciais da Torsen.
Suspensão com ângulos mais radicais, discos de freio maiores e mais potentes, pinças de freio com mais pistões, etc.
Nos S202 e S203, não houve alterações de potência, mas o S204 alcançou 324 cavalos. As séries Rev. foram criadas para Austrália e Europa. Até o Saab 9-2X Aero era um WRX com a marca sueca.
Assim como o Impreza, essa geração ao Subaru WRX teve três estilos externos, iniciando por um com grandes faróis redondos em 2000, que durou até 2002.
O segundo foi mais efetivo e durou três anos, recebendo faróis retangulares, mas arredondados na parte interna da frente. Já a terceira é a famosa do “nariz”, que adotou conjunto ótico de linhas fluidas e aerodinâmica melhorada.
No fim da geração, o WRX STI homenageou o piloto falecido Richard Burns (2005) com a edição RB320, que se repetiu em 2007.
Subaru WRX de terceira geração
A geração GE/GV/GH/GR do Impreza fez nascer o Subaru WRX STI 380S com 380 cavalos! Mas, ele foi batido pelo Cosworth WRX STI CS400 que atingiu 400 cavalos em 75 exemplares no Reino Unido. Praticamente um carro de corrida que podia andar nas ruas, este bólido foi o WRX mais potente da história.
Várias séries surgiram nessa geração, mas não em profusão como na anterior, como A-Line Type S, WRX STI Group R4 ou WRX STI tS Type RA.
Um fato curioso é que o WRX automático tinha apenas 4 marchas, que lidavam com 230 cavalos do boxer 2.5 Turbo. Mesmo assim, ia de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos.
O WRX STI ganhou um sistema de controle dinâmico de chassi com os modos Normal, Track e Off. Na condução, mais três modos no Subaru Intelligent-Drive: Intelligent, Sport e Sport Sharp.
Em 2008, a Subaru fez festa com o WRX STI 20th Anniversary Edition com 300 exemplares. O WRX STI spec C recebeu injeção de água no coletor e ECU remapeada em 2009.
O Impreza G4 STI é um WRX muito estranho. Ele surgiu como um conceito ainda da terceira geração, mas chegou ao mercado na geração seguinte, sendo vendida ainda em 2014.
Surgiu pouco antes do WRX (VA) oficial. Acontece que as duas gerações do Impreza foram feitas ao mesmo tempo, mas o esportivo permaneceu na anterior até o referido ano.
Quarta geração (VA)
Quanto mais o Impreza ia se tornando um carro “comum”, o Subaru WRX ia se afastando. A geração GJ/GP do médio japonês não viu surgir oficialmente um WRX.
Embora sejam da mesma geração, a VA é uma designação separada do modelo tradicional, compreendendo somente os WRX e WRX STI.
Por três anos, os GJ/GP não viram um WRX, que surgiu como VA em 2014, contendo um design diferente do Impreza e apenas sobre a carroceria sedã.
Agora com motor boxer 2.0 Turbo de 270 cavalos, o esportivo ousou desafiar os puristas com um câmbio CVT junto com a opção manual de sempre. O motor 2.5 Turbo continua sendo usado em alguns mercados. Nesse caso, ele é 0,5 segundo mais lento de 0 a 100 km/h.
Além do CVT, que é essencialmente um câmbio para conforto e economia, o Subaru WRX VA trouxe pouca inovação em termos de edições especiais ou séries no WRX STI.
O S207 chegou a 328 cavalos, enquanto a versão “normal” entrega 310 cavalos. Essa geração é conhecida por alcançar até 0,98 g de força lateral.
O WRX STI Hyper Blue recebeu detalhes visuais em cor azul, bem como rodas esportivas BBS em cor preta. Teve 700 exemplares. No caso do WRX Premium Hyper Blue, 200 exemplares com câmbio CVT foram vendidos. Uma versão manual teve apenas 50 disponibilizados.
Em 2016, o Subaru WRX STI NBR Challenge Package ganhou asa fixa em fibra de carbono para comemorar a vitória da Subaru em sua categoria, ocorrida no ano anterior, durante as 24 Horas de Nürburgring.
O WRX STi Diamond Edition foi uma das séries com 355 cavalos, enquanto o S209 foi o primeiro “S” fora do Japão, sendo vendido nos EUA com 346 cavalos.
Este foi lançado em 2018 e é a série mais recente. Ainda não se sabe se um S210 surgirá antes da próxima geração, mas é provável, já que pode ser a última purista, sem nenhum auxílio elétrico.
Além do sedã, a perua japonesa Levorg também recebeu uma versão WRX STI com 296 cavalos. Essa versão é bem limitada no mercado japonês, mas é o último vislumbre de uma perua esportiva derivada do Impreza.
O WRX passou por um facelift na geração VA, ganhando grade retangular no lugar da hexagonal, bem como linhas mais expressivas na frente.
O SUV Forester chegou a ter uma proposta com o DNA do Subaru WRX STI, surgindo o conceito Forester XTI, que usou o boxer 2.5 Turbo de 320 cavalos, rodas forjadas do WRX S204 e bancos esportivos em Alcantara.
O cupê BRZ, irmão do Toyota 86, chegou a ter um conceito com proposta parecida com a do WRX, mas não ousou atrapalhar a carreira do famoso nipônico.
Futuro
Com a hibridização, o próximo Subaru WRX só deve aparecer em 2020 e talvez na quinta geração do Impreza, se a marca não criar um carro do zero, já que o conceito Viziv Performance é maior em entre eixos e mais largo. A plataforma será a SGP (Subaru Global Platform).
Essa plataforma é a mesma do Impreza atual, mas deverá receber modificações bem profundas no caso do Subaru WRX, visto que o peso das baterias poderá influenciar negativamente no desempenho do bólido, exceto que o propulsor boxer 2.0 ou 2.5 tiver a companhia de um potente motor elétrico.
Dois (um em cada eixo) podem até ser usados, mas isso eliminaria o sistema S-AWD, apreciado pelos entusiastas.
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