Você já deve ter lido em alguma matéria sobre automóveis o termo “paddle shift”, geralmente associado com volante. Mas, sabe exatamente para que ele serve? Nesse artigo, entenda o que é realmente.
Antes, porém, vamos conhecer a história desse dispositivo, bastante apreciado em carros de alta performance, mas que é acessível desde carros populares.
O paddle shift é uma expressão em inglês que significa “abas de troca de marcha” ou, no caso dos carros, “câmbio borboleta”. Associado com sistemas eletrônicos de troca de marcha, ele permite que o condutor troque as marchas sem tirar as mãos do volante em carros automáticos.
Essa necessidade não nasceu nos carros comuns, embora a automação de sistemas de embreagem e acionamento de marchas (ainda no túnel do carro) através de sensores e atuadores elétricos tenham surgido há mais tempo.
Na Fórmula 1, categoria que geralmente fomenta novas tecnologias que um dia chegarão em grande parte aos automóveis comuns, as trocas de marcha eram manuais até 1988.
Foi a Ferrari 640 na temporada de 1989, pilotada por Nigel Mansell e Gerhard Berger, que estreou um câmbio semiautomático com mudança de marchas no volante na Fórmula 1.
O sistema com paddle shift se tornaria padrão na categoria, sendo que o último a ganhar uma corrida com câmbio manual foi Michael Schumaccher em 1992.
Utilizando borboletas atrás do volante, o Mansell e Berger não precisava tirar as mãos da direção durante as mudanças e assim tinham mais agilidade nessa tarefa, sem contar o menor esforço em manter o carro apenas com uma mão, algo que era essencial até então na F1.
A tecnologia demorou um pouco a chegar aos carros de rua, em especial nos modelos da Ferrari, cuja 355 de 1997, foi a primeira a portar paddle shifters no volante. Mas, como ele funciona?
Paddle shift: entenda o que é
O paddle shift está associado com a transmissão do veículo, sendo esta basicamente do tipo automática com conversor de torque, automatizada de embreagem simples, automatizada de dupla embreagem, semiautomática ou CVT, que é a caixa continuamente variável.
Não é possível ter paddle shift em um câmbio manual, pois o mesmo, por definição, só permite trocas de marcha na própria alavanca sobre o túnel e ligado ao trambulador. Assim, somente sistemas com assistência eletrônica para mudança de marchas e automatização de embreagem.
As chamadas borboletas, também conhecidas como pás, ficam atrás do aro do volante, sendo que cada uma das duas possui função diferente. Geralmente a da direita eleva as marchas, enquanto aquela da esquerda, reduz.
Dependendo da marca (e nem tanto do modelo), acionar ambas ao mesmo tempo, permite que o câmbio assuma as mudanças de forma automática, cancelando a exigência de mudanças manuais.
Alguns carros deixam o motorista bem mais livre para executar as trocas, segurando a marcha escolhida até um ponto próximo do limite mínimo de rotação, para evitar o desligamento do motor. O mesmo ocorre em modelos de alta performance em relação ao limite de giro máximo.
O sistema eletrônico por trás do paddle shift também protege o câmbio de mudanças inadequadas, que feitas em um câmbio manual, resultaria em quebra do mesmo ou apagamento do motor. Limites de giro mínimo e máximo por marcha são pré-definidos de fábrica e não podem ser alterados.
Associado com performance, o paddle shift no começo só estava disponível em carros superesportivos ou de luxo, geralmente de alto desempenho. No entanto, a evolução da eletrônica e a redução de custos de produção, devido à demanda mundial elevada, fez com que os preços do dispositivo caíssem para níveis impensáveis há 20 anos atrás.
Como quase toda tecnologia estreante em automóveis, o paddle shift primeiro surgiu em produtos de alto valor, mas hoje pode ser encontrado em carros populares.
No Brasil, por exemplo, o Fiat Mobi Drive GSR conta com as borboletas no volante para trocas de marcha em seu câmbio automatizado. Confira aqui os 10 mais baratos com trocas de marcha no volante.
Seria um luxo desnecessário para um carro tão simples e barato, mas o veículo é mais ágil quando se utilizando o paddle shift do que no modo automático de mudanças.
Isso é uma característica presente em outros automatizados de embreagem simples, devido ao tempo de acionamento eletrônico de platô e disco.
Na história, alguns carros utilizaram sistemas de mudança no volante através de botões e não por paddle shift, como o Porsche 911 Carrera de 2005, por exemplo.
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