“Os muito, muito ricos e como eles conseguiram chegar lá” é de autoria de Max Gunther; (tradução Jorge Ritter. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Best Business, 2015). Ele é também o autor da análise do comportamento do especulador profissional no livro “Axiomas de Zurique”.
Em 1972, quando este livro – “Os muito, muito ricos e como eles conseguiram chegar lá – foi publicado pela primeira vez, 1 dólar tinha o mesmo poder de compra que 5,22 dólares em 2010. Este clássico tem agora quase 50 anos, mas seu valor perdura até hoje, pois, como Gunther diz aos leitores, “os passos fundamentais na rota para a riqueza não mudam com o tempo. Estes passos descritos neste livro podem ser aprendidos, adaptados e aplicados por qualquer pessoa hoje em dia’.
Por que devemos estudar os imensamente ricos?
“Muitos dizem não haver uma resposta sensata. Nossa busca, eles nos falarão, é bobagem. Um registro histórico até uns 2.500 anos no passado revela a riqueza e os pretendentes a ela — e também os pretendentes a pretendentes a ela (categoria na qual nos encontramos no momento) — terem sido motivo de chacota sob qualquer circunstância e cultura. A riqueza, diz o clichê de 2.500 anos, é efêmera e talvez nem seja real no fim das contas. Um homem seria mais bem aconselhado se passasse a vida em busca de algo mais: a verdade, talvez, ou a beleza, mas não o dinheiro. O dinheiro não vale a pena.”
O argumento em prol ou contra a riqueza é um assunto apropriado para outros momentos e lugares.
Vamos considerar o que temos a ganhar com a leitura. Por um lado, seremos entretidos. Os muito, muito ricos são um grupo extraordinário e fascinante. Entretanto, não tão diferentes a ponto de que não possamos ver nossa humanidade refletida em seus rostos. Suas histórias são histórias de seres humanos comuns levados a uma riqueza surpreendente através de forças internas e externas. Cada um deles é um homem que encarou seu ambiente material como o encontrou, e não apenas descobriu uma maneira de sobreviver nele, como se elevou acima dele e o conquistou plenamente.
A segunda boa razão para nossa leitura: as vidas dos homens ricos reunidas aqui são altamente instrutivas.
“Com algumas poucas exceções, que serão justificadas quando chegar o momento, todos os empreendedores que você encontrará aqui começaram de baixo. Nós excluímos categoricamente todos aqueles que tenham herdado uma grande fortuna: Rockefellers, Mellons, Fords. Cada um dos nossos homens começou como um zé-ninguém: um homem comum como você ou eu, à deriva pelas marés dos nossos tempos ao lado de milhões de outros homens comuns. Alguns eram simples assalariados de classe média; outros começaram ainda mais por baixo, em condições de pobreza real. Cada um, usando sua inteligência e força de caráter, ascendeu até tornar-se um sujeito poderoso.
Observando como eles o fizeram, você pode (se quiser) pensar sobre como conseguirá a mesma coisa. A galeria é organizada pelos vários percursos que estes homens escolheram em direção ao topo. Um homem investiu no mercado de ações, outro desenvolveu uma inovação tecnológica e por aí afora.
Nenhum percurso é fácil, especialmente no início. Os primeiros passos são sempre muito arriscados. Todos estes homens ricos — todos eles — tiveram de começar dando as costas para a prudência e a segurança. Ficar rico sem abrir mão do emprego assalariado é claramente impossível. Você pode esperar por um pouco mais de riqueza vendendo uma habilidade profissional como freelance— tornando-se um ator, cirurgião ou romancista famoso —, mas mesmo assim suas chances de chegar aos 500 milhões de dólares ou ao menos aos 50 milhões são tão próximas de zero que a diferença não vale a pena ser considerada.
Para ganhar o dinheiro vultoso, você tem de correr riscos vultosos. Cada um dos muito, muito ricos tinha de estar disposto em algum estágio inicial a se colocar em uma posição altamente vulnerável — uma posição a partir da qual ele poderia decolar direto para a riqueza ou despencar rapidamente para a falência.
Estes jogos com altas apostas produzem perdedores assim como vencedores. Aqui, reunimos apenas os vencedores. Ninguém sabe os nomes dos perdedores. É interessante especular sobre as razões para vencer e perder, por que um homem vai para cima enquanto outro, começando o mesmo percurso e substancialmente da mesma forma, vai para baixo. O carátertem algo a ver com isso, assim como a sorte. Max Gunther estuda ambos os fenômenos.
A dimensão do prêmio ganho por cada vencedor é em parte uma questão de suposição. “Se você é proprietário de 1 milhão de ações, o valor do seu patrimônio pode subir ou cair em 1 milhão de dólares em um único dia. Isto torna uma avaliação precisa difícil de ser feita mesmo quando a ação tem um valor de mercado conhecido. Se a ação não é negociada publicamente, a dificuldade é ainda maior”.
Quando não há um mercado público para as ações de uma empresa é impossível afirmar com precisão quanto vale o patrimônio do proprietário. A única maneira de chegarmos a um palpite é olhar para as vendas da empresa, seus lucros e ativos — mas estes dados são apenas suposições, pois não é exigido que uma empresa privada publique estes números.
Desse modo, é feita uma estimativa baseada em uma estimativa — um arremedo de aritmética, na melhor das hipóteses. Você estima qual é o desempenho da empresa em termos de lucratividade, e então estima como o mercado de ações poderia avaliar esse desempenho se as ações ordinárias dessa empresa fossem negociadas publicamente um dia.
O dinheiro não foi o único critério para incluir ou excluir qualquer milionário em questão. O dinheiro é o principal critério, mas nem sempre o decisivo. E, de qualquer maneira, faz realmente alguma diferença se um homem tem 500 milhões ou um bilhão de dólares? Quinhentos milhões de dólares são mais dólares do que a mente consegue confortavelmente conceber.
Os muito, muito ricos e como eles conseguiram chegar lá publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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