quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Private Banking e Varejo (Tradicional e de Alta Renda) em 2018

O total de recursos alocados nos segmentos private e varejo, sem considerar os recursos destinados à previdência do segmento private, alcançou R$ 2,8 trilhões em dezembro de 2018, um incremento de 9% em relação a 2017. Dentro dos três segmentos o varejo alta renda foi o que apresentou o maior crescimento no ano, de 12%, totalizando R$ 872 bilhões, seguido pelo private com variação de 11% e estoque de R$ 966,2 bilhões. O varejo tradicional registrou elevação de 5% de crescimento encerrando o ano com R$ 958,7 bilhões.

No volume financeiro por aplicações a participação de cada tipo se manteve estável. Os fundos de investimento representaram 40% dos ativos, e os títulos de renda fixa empataram com a poupança, 26% da carteira. Dentro dos fundos de investimento, o volume alocado em fundos de ações apresentou crescimento de 57% em relação a 2017, totalizando R$ 82,9 bilhões contra R$ 52,9 bilhões em 2017. Nos títulos de renda fixa o ativo que apresentou o maior aumento em relação a 2017 foram as debêntures, – elevação de 20% – acumulando R$ 31,1 bilhões.

Confirmou-se, mais uma vez, a economia brasileira ser uma “economia de endividamento”, e não uma “economia de mercado de capitais”, como forçam a casta dos mercadores-especuladores de posse do Ministério da Economia. Quem deseja carregar renda variável em uma Bolsa de Valores sujeita aos investidores estrangeiros? Os investidores optam por carregar um risco soberano dos títulos de dívida pública alocados em fundos de investimentos.

No segmento Varejo Tradicional, a poupança ainda é a principal fonte de investimento, representando 65% da carteira. Os fundos de investimento apresentaram a maior variação de estoque de 10%, a maior no ano. Entretanto essa categoria manteve sua participação praticamente estável em relação ao ano anterior, saindo de 17% em 2017 para 18% em 2018, puxado pelos investimentos em fundos de renda fixa.

No segmento Varejo de Alta Renda os fundos de investimento mantiveram-se na liderança representando 49% da carteira. Além disso, captaram 45% do total do segmento e encerrou o ano com um aumento de 11,1% em relação a 2017. Somente os fundos multimercados foram destino de 53% de todo os novos investimentos em fundos, o equivalente à R$ 22,6 bilhões

O segmento Private Banking, agora considerando também os recursos destinados à previdência, encerrou 2018 com R$ 1,1 trilhão, elevação de 12% em relação a 2017. Os principais ativos nesse foram os fundos de investimento, representando 48% dos ativos, e os títulos de renda fixa, com 27% de participação, com destaque para as debêntures incentivadas. Elas já representam quase 70% do total deste ativo. Os recursos alocados em Previdência Privada apresentaram a maior variação, com crescimento de 19% no ano.

No fim de 2018, eram 77,2 milhões de investidores, se fossem considerados os depositantes de poupança. Nesse caso, e sem considerar os recursos destinados à Previdência Complementar, as riquezas financeiras per capita eram menores. Ficam mais pronunciadas as desigualdades entre os 70,6 milhões de clientes do Varejo Tradicional e os demais: 6,5 milhões do Varejo de Alta Renda tinham uma riqueza per capita dez vezes maior e sessenta vezes menor em relação à dos 121 mil clientes do Private Banking.

No total de R$ 958 bilhões do Varejo Tradicional, 65% eram depósitos de poupança – e renda variável apenas 1%. Nos R$ 872 bilhões do Varejo de Alta Renda, apenas 13% eram depósitos de poupança, 6% renda variável, 49% fundos, e 33% o total de títulos e valores mobiliários de renda fixa. Nos R$ 966 bilhões do Private Banking, não havia depósitos de poupança, renda variável era 16%, fundos 54% (entre os quais os Fundos Multimercados eram 31% do total geral), e o total de títulos e valores mobiliários de renda fixa 30%.

Trocar depósitos de poupança por renda variável foi uma boa medida, porém, só os ricaços têm assessoria para investir no mercado de capitais.

Private Banking e Varejo (Tradicional e de Alta Renda) em 2018 publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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