Com foco na eletrificação, mobilidade urbana e condução autônoma, a Nissan está iniciando um movimento no sentido de oferecer produtos que atendam estes pilares, que deverão reger o mercado automotivo nos próximos anos.
Embora não tenha vendido o elétrico Leaf na geração anterior, que foi disponibilizado apenas para taxistas e órgãos públicos, inclusive com fornecimento de viatura para a Polícia Militar do Rio de Janeiro, a Nissan adquiriu experiência na realidade brasileira.
Para dar o próximo passo no processo de eletrificação no Brasil, a Nissan fechou acordos com a Universidade Federal de Santa Catarina, Enel X e Itaipu Binacional, a fim de fomentar a introdução de carros elétricos no país e infraestrutura de apoio aos clientes.
Com isso, a Nissan iniciará a comercialização do Leaf a partir de junho ou julho, começando com uma rede de sete concessionários, localizados nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Atualmente em pré-venda, o hatch médio elétrico tem preço sugerido de R$ 178.400.
Desde o Salão do Automóvel de 2018, a Nissan vendeu 15 unidades do Leaf, mesmo sem os clientes terem experimentado o produto. A partir do elétrico, a marca nipônica colocará outros modelos no mercado nacional com ênfase na redução de emissão de CO2.
No test drive realizado em São Paulo, no autódromo de Interlagos, além do Leaf, a marca mostrou outras duas tecnologias que serão implementadas no mercado nacional futuramente. Uma delas é a e-Power, demonstrada a bordo do monovolume Note e o híbrido comum, visto no X-Trail Hybrid. Estes dois produtos não virão, mas suas tecnologias serão usadas no Kicks e, provavelmente, no Novo Sentra.
Além disso, a Nissan revelou que está em uma segunda fase no desenvolvimento da tecnologia SOFC, que já foi mostrada no país. Esta consiste em células de combustível que reagem com etanol e no processo, acabam gerando hidrogênio e, então, energia elétrica para as baterias de lítio. O sistema é promissor, já que não depende de recarga externa e pode receber até 55% de água misturada no etanol.
Leaf
Mas isso é para o futuro. Para quem busca iniciar agora na eletromobilidade, cujo perfil na grande maioria é de homens na faixa de 35 anos, a Nissan traz o Leaf. O hatch elétrico chega em sua segunda geração, com design mais sofisticado e atraente que o anterior, mantendo-se fielmente no segmento médio.
O aspecto geral é bom, com muitos detalhes em preto brilhante e tons de azul. Por dentro, amplo espaço e confortáveis bancos em couro, tendo ainda um quadro de instrumentos análogo-digital muito parecido com o do Kicks, por exemplo, assim como a multimídia com câmera de ré e visão 360 graus, mas com gráficos e mostradores auxiliares do sistema elétrico.
Destaque mesmo é para o botão de marchas, que é uma esfera que desliza para as posições Drive, Boost, Ré e com botão do Parking em separado. O comando é bem intuitivo e fácil de usar. Além disso, o Nissan Leaf traz o e-Pedal e o modo Eco. A versão apresentada era bem completa.
Ao entrar e sair com o carro, silêncio. O Nissan Leaf atual é tão silencioso quanto a geração anterior, tendo excelente isolamento acústico, mesmo com a pista molhada em Interlagos, filtrando bem o ruído da água na lataria. Audível, apenas o rolar do carro sobre o asfalto. Os 149 cavalos e 32,6 kgfm são imediatos e dão uma boa resposta ao acelerador, empolgando.
Com o e-Pedal, o sistema regenerativo freia suavemente o veículo ao se tirar o pé do acelerador, recuperando boa parte da energia e ajudando a reduzir e até parar o carro, poupando os freios. O modo Eco suaviza muito o desempenho, mas no Boost, se obtém um sprint melhor. A dirigibilidade é muito boa, assim como o ajuste de suspensão. Os freios atendem até com sobra.
E o que ele traz? As baterias de lítio de 40 kWh ficam no assoalho, por isso o bagageiro é generoso. Elas permitem autonomia em torno de 240 km, mas no carro do test drive, quando 100% carregado, o alcance indicado era de 272 km. Ele tem carga lenta em tomada comum ou rápida, que será fornecida pela empresa Enel X, através de carregador em eletropostos.
Note e-Power
O monovolume da Nissan é um equivalente ao Honda Fit, mas tem o diferencial de ser um elétrico com extensor de alcance. A tecnologia será empregada no Kicks nacional, sendo uma opção diferenciada para o crossover feito em Resende-RJ. O compacto compartilha a plataforma com o March, tendo um aspecto agressivo na frente, com grandes cromados e faróis complexos.
Na unidade disponibilizada pela Nissan, a direção era do lado direito, a chamada “inglesa”. Mesmo assim, não foi difícil guia-lo. A minivan tem bom espaço interno e posição de dirigir adequada. O conjunto lembra muito o Kicks, mas chama atenção pelo cluster analógico com velocímetro centralizado e console com o mesmo botão de marchas do Leaf.
Tendo modos Drive, Eco e Boost, o Note e-Power tem também o e-Pedal. Ao sair, ele inicia com o motor elétrico de 112 cavalos mas, dependendo da carga, rapidamente o motor-gerador de três cilindros 1.2 de 82 cavalos, entra em ação para alimentar diretamente o motor elétrico e carregar igualmente a bateria de lítio. O propulsor tem seu giro alterado conforme se imprime mais velocidade, confundindo um pouco.
Na realidade, ele apenas está trabalhando de acordo com a energia requerida pelo motor elétrico, que é o que move de fato as rodas. O desempenho geral é bom, tendo boa retomada e com o e-Pedal sendo eficiente na redução de velocidade e recuperação de energia. O ronco do motor não incomoda e a dirigibilidade é agradável. É uma tecnologia que promete muito no Kicks, especialmente se tiver motor 1.0 Flex no lugar do 1.2 a gasolina.
X-Trail Hybrid
O SUV de porte médio da Nissan já deveria ter voltado ao mercado nacional, mas a marca até agora postergou seu retorno. Com a nova geração a caminho, trazer o utilitário esportivo agora não faz mesmo sentido. No entanto, o que ele traz nesta versão Hybrid é interessante para o mercado nacional.
Como já se sabe, o Novo Sentra já apareceu na China e logo mais será feito no México. O sedã médio deverá ter uma versão híbrida no mercado americano e obviamente sua chegada ao Brasil não seria um problema. O X-Trail Hybrid traz o conjunto híbrido que ele deve usar, composto do motor 2.0 de 142 cavalos a gasolina (mesmo do Sentra atual), câmbio CVT e motor elétrico de 40 cavalos.
Com visual equilibrado, o X-Trail atual é um SUV com porte de Equinox e Tiguan Allspace, tendo bom bagageiro, espaço interno amplo para cinco pessoas, teto solar panorâmico e diversos itens de conforto e segurança.
Apesar da proposta, o modelo não revela facilmente sua mecânica, exceto pelos badges alusivos. Mesmo dentro, não indica ser um híbrido, tendo alavanca de marchas comum e apenas display com indicadores de eficiência.
Andando, o X-Trail Hybrid se mostra aquém do esperado, pois o motor entra muito facilmente ao se exigir um pouco mais do carro, devido a baixa potência diante do grande peso do veículo. O motor elétrico trabalha junto na maior parte do tempo, mas funciona sozinho somente quando se mantém velocidade baixa. Um indicador analógico mostra a faixa de atuação do modo elétrico no SUV.
Pelo percebido no pouco que andamos com o X-Trail Hybrid, o modelo deveria ter pelo menos motor 2.5 no lugar do 2.0 ou talvez um motor elétrico mais potente. De qualquer forma, a iniciativa é válida para se reduzir consumo e emissão. Na dirigibilidade, o SUV é bem neutro e tem bom handling. Agradou pelo conjunto, mas não pela propulsão.
Nissan Leaf, Note e-Power e X-Trail Hybrid – Galeria de fotos
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