A JAC Motors promoveu um test drive com seu novo utilitário esportivo, o SUV de sete lugares T80, que tem preço sugerido já anunciado de R$ 139.990, que sobe para R$ 145.990 com dois opcionais: teto solar panorâmico e sistema de som premium Infinity com 10 alto-falantes.
Topo de linha da marca chinesa no Brasil, o JAC T80 chega com a proposta de ser um produto premium dentro do portfólio, oferecendo um bom nível de conteúdo e um conjunto mecânico mais potente, suficiente para conferir ao SUV uma resposta adequada ao propósito do modelo.
Apesar do preço alto, o JAC T80 quer ser uma alternativa mais completa e luxuosa no segmento onde, de acordo com a JAC, o modelo leva vantagem sobre alguns rivais, como Hyundai New Tucson, Mitsubishi Eclipse Cross, Jeep Compass e Kia Sportage.
Com 4,79 m de comprimento, 1,90 m de largura, 1,76 m de altura e 2,75 m de entre eixos, o SUV tem 620 litros no porta-malas, que podem ser ampliados até 1.550 litros com as duas fileiras rebatidas. Para mover seus 1.775 kg, a JAC modificou o propulsor 2.0 Turbo para alcançar 210 cavalos a 5.000 rpm e 30,6 kgfm entre 1.800 e 4.000 rpm.
Compondo o conjunto mecânico, o JAC T80 vem com câmbio de dupla embreagem com seis marchas e modo Sport, além de opção de troca manual na alavanca. Na parte técnica, o utilitário dispõe de controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, controle de descida e outros sistemas auxiliares, incluindo medidor de pressão dos pneus.
Tendo seis airbags, o JAC T80 dispõe igualmente de cintos completos e Isofix. O pacote inclui ar condicionado dual zone com saídas para a segunda fileira, direção elétrica com três modos de atuação, rodas de liga leve aro 18 polegadas, faróis de neblina, faróis com LEDs diurnos e função curva, lanternas em LED, monitoramento em 360 graus, câmera frontal independente (a mesma do 360), entrada e partida sem chave e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.
Mas o recheio não para por aí. O JAC T80 tem bancos em couro, sendo que os dianteiros apresentam ajustes elétricos (com duas memórias e ajustes lombar e massagem para o condutor), refrigeração e aquecimento. O SUV chinês vem com multimídia com tela de 10 polegadas com espelhamento para smartphones, modo Eco de condução, volante multifuncional em couro (só com ajuste vertical) e revestimentos metalizados e em couro no acabamento interno.
E continua com retrovisores com basculamento elétrico, cluster digital com três temas, 2 entradas USB, conexão Bluetooth, fontes 12V, sistema de basculamento automático da terceira fileira, segunda fileira com ajustes de encosto e distância, iluminação interna em LED, suspensão traseira multilink, sensor de chuva, sensor crepuscular, retrovisor interno eletrocrômico, discos nas quatro rodas, controle de cruzeiro, computador de bordo, pedais esportivos, ajuste elétrico dos faróis e relógio analógico.
Impressões gerais
Com tudo isso, o JAC T80 quer oferecer luxo por um preço competitivo. Mas, como ele anda? A impressão inicial do SUV é de um carro bem acima da média da marca e evidentemente superior aos T40 e T50. Por fora, parece uma mescla de estilos já conhecidos, em especial a traseira com forte inspiração Audi.
Chama atenção nela, os piscas no para-choque e não nas lanternas. A frente é agressiva, mas não exagerada. As rodas de liga leve têm desenho adequado, calçadas com pneus 235/60 R18. Maçanetas cromadas, vidros escurecidos e barras longitudinais no teto fazem parte do pacote.
Por dentro, o ambiente é amplo e escurecido pelo acabamento preto. O painel tem inspiração Mercedes-Benz, mas não é ruim em termos de acabamento, com peças metalizadas bem encaixadas e revestimento em couro costurado sem detalhes. A impressão visual é realmente muito boa, deixando a desejar um pouco a imitação de fibra de carbono no console, que destoa do conjunto. A base da alavanca também confere um ar mais luxuoso ao SUV.
Os bancos são confortáveis e ainda vêm com comodidades interessantes, em especial a refrigeração, embora o condutor ainda tenha um massageador no encosto. O volante poderia ser algo novo, para se distanciar dos irmãos menores. Peca por não ter ajuste de profundidade. Já o cluster digital tem no tema “Clássico” seu melhor visual, pois os outros dois são exagerados.
A multimídia poderia ter Android Auto e Car Play, tendo pelo menos um espelhamento para Android e iOS. As imagens das câmeras do monitoramento e frontal (todas touchscreen) são bem escuras. Na traseira, a segunda fileira é espaçosa e tem os ajustes esperados, além de saídas de ar e conectores USB e 12V.
Na terceira fileira, porém, o espaço é bem reduzido – apesar do ajuste da segunda – e com assoalho alto, sendo ideal mesmo apenas para crianças. Os encostos da segunda fileira podem ser rebatidos a partir do porta-malas.
O teto solar panorâmico realmente dá um plus na proposta do T80, tendo ainda cortina elétrica. O sistema de som Infinity tem boa sonoridade. Estes dois são os únicos opcionais.
O porta-malas tem bom tamanho, mas a tampa tem abertura muito pequena, fazendo com que pessoas altas encostem a cabeça no interior da tampa. Poderia subir mais. Por fim, o relógio analógico no centro do painel é um item bem alusivo à proposta de luxo e elegância do T80.
Impressões ao dirigir
Ao volante, o JAC T80 tem um bom comportamento. A suspensão tem ajuste que confere mais conforto que firmeza, mas mesmo em curvas bem fechadas, o carro se comporta como deveria, mesmo em pisos ruins e esburacados. O curso é adequado o suficiente para não bater seco nem quando se passa rápido por uma lombada sem sinalização.
Os freios, no entanto, ficaram devendo um pouco em eficiência. Eles demoram a atuar e isso causa um certo incômodo, mas não ameaçam a segurança. Trata-se mais de uma questão de ajuste na calibração. No caso da direção, existem três modos: leve, normal e pesada. Todas elas podem ser escolhidas no painel e a última atende melhor em conforto e resposta.
Mas e o motorzão? O 2.0 Turbo da JAC Motors não tem injeção direta e sua cavalaria tem bons números. O motor não é ruidoso, entretanto, durante a condução, nota-se que ele gosta de trabalhar em regimes altos, apesar do torque a partir de 1.800 rpm. A culpa está na relação do câmbio de dupla embreagem, que é longa, como os chineses gostam…
Assim, em retomadas ele demora um pouco para responder com tantos cavalos, tendo essa impressão reduzida com o modo Sport. Nota-se uma elevação de giro que seria característica de um câmbio CVT. No modo manual, dá para melhorar a resposta, mas não muito, pois o motor corta perto dos 6.000 rpm. Nas saídas, porém, ele responde melhor.
Rodando a 110 km/h, ele marca 2.000 rpm, o que está bom para conforto e economia. A programação é claramente voltada para a redução de consumo e um rodar mais tranquilo, sem uma pegada esportiva, apesar da potência oferecida. Não fazem falta os paddle shifts, pois o JAC T80 não mostra aptidão para uma condução mais agressiva.
Algo que chama atenção é o pedal do acelerador com curso curto. Como o motor demora para responder, quando exigido imediatamente, ao afundar-se o pé, prontamente se alcança o final. Isso também contribui para a sensação de espera por uma reação do conjunto mecânico.
No geral, o JAC T80 mostrou ser um carro adequado, com alguns pontos a melhorar e algumas ausências sentidas. Mesmo assim, o pacote de equipamentos é generoso e o acabamento interno é condizente com a proposta, agradando não só aos olhos, mas também ao toque. Feito para sete, ele é mais adequado para cinco, que viajam com conforto e boa medida de segurança.
JAC T80 – Galeria de fotos
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