quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Evolução dos Sistemas Complexos Emergentes de Interações de Múltiplos Componentes

Ervin Laszlo no livro “A Ciência e o Campo Akáshico: Uma teoria integral de tudo” conta: ele precisava encontrar uma resposta na linha de frente da Ciência à pergunta sobre:

  1. como os sistemas são constituídos e
  2. como eles se relacionam uns com os outros,
  3. como eles mudam e evoluem.

Ele entendia os princípios gerais, e a teoria geral dos sistemas esclareceu-lhe sobre as relações entre sistemas e ambientes. Ainda necessitava a chave para entender como essas relações podem levar a uma evolução integrativae, em seu todo, irreversível na biosfera, e no universo como um todo.

Para sua surpresa, essa chave foi fornecida por uma disciplina a cujo respeito ele conhecia pouco na época: a termodinâmica do não-equilíbrio. O especialista em termodinâmica Ilya Prigogine, russo de nascimento e laureado com o prêmio Nobel, apresentou o conceito de “estruturas dissipativas”, sujeitas a “bifurcações” periódicas, forneceu a dinâmica evolutivabuscada por Ervin Laszlo.

Depois de discutir esse conceito com Prigogine, seu trabalho passou a focalizar aquilo chamado de “Teoria Geral da Evolução”. O tipo básico de entidade povoadora do mundo transformou-se, em seu pensamento, do “organismo” e do “sistema geral” na “estrutura dissipativa”. Ela se bifurca não-linearmente em um sistema termodinamicamente aberto em evolução. O mundo começava a fazer mais e mais sentido.

Aparentemente, o sentido reconhecido no mundo por Laszlo também intrigava estudiosos em campos diferentes dos da teoria e da filosofia sistêmicas. Indagavam-lhe sobre a aplicação da sua teoria sistêmica ao estudo do sistema internacional. Ele não sabia quase nada sobre o sistema internacional e tinha apenas noções vagas de como sua teoria poderia ser aplicada a esse sistema.

Descobriu uma aplicação nova e intensamente prática para a Teoria Geral dos Sistemas, para a Filosofia Sistêmica e para a Teoria Geral da Evolução: a sociedade humana e a civilização. A sociedade e a civilização, percebeu em meados da década de 1970, estão sofrendo um processo de transformação irreversível. O mundo humano está crescendo para além das fronteiras do sistema do estado-nação e se dirigindo para os limites do globo e da biosfera. Esse fato exigia repensar sobre algumas das nossas noções mais estimadas a respeito de como as sociedades são estruturadas, como elas operam e como se desenvolvem.

Ele expôs sua concepção evolutiva do sistema do mundo em A Strategy for the Future: The Systems Approach to World Order(Uma Estratégia para o Futuro: A Abordagem Sistêmica para a Ordem Mundial), no ano de 1974.

Aurelio Peccei, o industrial italiano visionário fundador do mundialmente renomado think-tankconhecido como Clube de Roma, sugeriu Ervin Laszlo aplicar a abordagem sistêmica ao problema dos “limites ao crescimento”, focalizando não os próprios limites, mas as ambições e motivações capazes de levar as pessoas e as sociedades a encontrarem os limites.

Desde 1993, a maior parte da sua atenção esteve voltada para o Clube de Budapeste, o think-tankinternacional fundeado por Ervin Laszlo naquele ano para fazer o que ele esperava o Clube de Roma fizesse:centralizar a atenção na evolução dos valores humanos e da consciência como os fatores cruciais para mudar o nosso curso— desviando-o de uma corrida em direção à degradação, à polarização e ao desastre e nos levando a repensar sobre os valores e prioridades, de modo a orientarmos nossa navegação em meio às transformações que ocorrem na atualidade encaminhando-a em direção ao humanismo, à ética e à sustentabilidade global.

A teoria dos sistemas, mesmo com a dinâmica de Prigogine, fornecia uma explicação sofisticada, mas basicamente local de como as coisas se relacionam e evoluem no mundo. A dinâmica de sistema aberto da evolução se refere a sistemas particulares; suas interações com outros sistemas e com o ambiente constituem aquilo chamado de relações “externas”.

No entanto, no mundo real todas as relações são internas: cada “entidade real” é o que é por causa de suas relações com todas as outras entidades reais. Com isso em mente, passou a rever as mais recentes descobertas na Física Quântica, na Biologia Evolutiva, na Cosmologia e nas pesquisas sobre a Consciência, e descobriu a ideia das relações internas ser perfeitamente razoável. As coisas no mundo real estão de fato intensamente — “internamente”, “intrinsecamente” e até mesmo “não-localmente” — conectadas e correlacionadas umas com as outras.

As relações internas também ligam nossa própria consciência com a consciência de outros. Todas as coisas estão constante e permanentemente conectadas. Neste livro Laszlo apresenta evidências experimentais da realidade desse campo, assim como uma explicação teórica progressivamente mais elaborada a respeito dele.

Apresenta um esquema baseado na Ciência para ligar conjuntamente os notáveis fatos da correlação, da conexão e da coerência vindo à luz nas linhas de frente das Ciências Físicas e Biológicas, e na disciplina emergente das pesquisas sistemáticas sobre a Consciência. Pesquisar e desenvolver um tal esquema seria tarefa da mais extrema importância para a Ciência, assim como para a Sociedade.

Isso nos levaria para mais perto do objetivo de Einstein, de descobrir o “esquema mais simples possível capaz de ligar entre si os fatos observados — e, portanto, de fornecer significado cientificamente alicerçado para a totalidade da nossa experiência, assim como para o lugar que ocupamos no universo.”

Por isso, cabe-nos estudar economia como um Sistema Complexo, isto é, um dos seus componentes interativos com os demais: a Política, a Sociologia, a Psicologia Comportamental, o Institucionalismo, a Biologia Evolutiva, etc.

Evolução dos Sistemas Complexos Emergentes de Interações de Múltiplos Componentes publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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