Nova geração? Sim e não. Pelas mudanças feitas, sim. Pelo uso de uma plataforma diferente da B0, não. É assim que o Renault Duster 2021 chega ao mercado brasileiro e com os mesmos preços do antigo, partindo de R$ 71.790. A proposta agora ficou menos abrangente, já que o motor 2.0 saiu da oferta, assim como a tração nas quatro rodas.
Apesar de manter a mesma base, perder um motor mais forte e ainda não ter o 4×4, o Novo Duster melhorou no que se propôs a fazer. Obviamente ainda existem coisas que precisam ser revistas. Com três versões e mais uma para PCD, o SUV da Renault é uma aposta importante do fabricante francês no Brasil.
Mesmo contando com o Captur, o Duster é uma peça chave para a Renault manter uma boa presença num segmento que é altamente disputado. Da mesma forma que evoluiu, ele também não pode ir muito longe, devido ao seu irmão de plataforma. Conteve os preços e trouxe novidades, o que ajuda. A marca não fala em números, mas disse que quer vender mais do que antes.
Com o mesmo motor 1.6 SCe, o Novo Duster ganhou melhorias, como a direção elétrica, Start&Stop, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e estrutura 12,5% mais rígida, por exemplo. Tendo câmbio manual apenas na versão de acesso, o SUV se apoia no conforto ao dirigir e economia do CVT.
Esperávamos pelo motor 1.3 TCe, que tem 160 cavalos, mas ainda não chegou a vez dele e é compreensível. Afinal, o que seria do Captur com um Duster turbinado e potencialmente na mesma faixa de preço? Então, o mais provável é ver esse propulsor estrear no irmão mais caro e depois migrar para a novidade que chega agora.
Renault Duster 2021 – Conteúdo e preços das versões
No conteúdo das versões, o Renault Duster 2021 vem com os seguintes itens:
Duster Zen – R$ 71.790/R$ 77.790 – Transmissão manual ou CVT, ponteira do escapamento cromada (apenas CVT), com faróis com assinatura LED, direção elétrica, ar-condicionado manual, airbag duplo, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, barras de teto na cor preta, rodas de aço aro 16 polegadas, Stop & Start, vidros e travas elétricos, banco traseiro rebatível bipartido, rádio 2DIN, chave canivete, alarme perimétrico, Isofix, entre outros.
Opcionais: Multimídia Easy Link, faróis de neblina e rodas de liga leve 16 polegadas (R$ 3.000).
Duster Intense – R$ 83.490 – Itens do Zen, mais CVT, grade dianteira cromada, maçanetas na cor da carroceria, barras de teto cromadas, aplique prateado nos para-choques, multimídia Easy Link, retrovisor externo elétrico cromado, vidros elétricos com função um toque, indicador de temperatura externa, ar-condicionado automático, sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré, controlador e limitador de velocidade, volante em couro, espelhos nos dois para-sóis e luz de cortesia no porta-luvas e porta-malas.
Opcionais: banco de couro (R$ 1.700), pacote Outsider com overbumper, faróis auxiliares, molduras laterais e saias de rodas reforçadas (R$ 2.300).
Duster Iconic – R$ 87.490 – Itens do Intense, mais alerta de ponto cego, rodas de liga leve aro 17 polegadas e diamantadas, sistema Multiview com quatro câmeras, sensor crepuscular, chave cartão e apoio de braço.
Opcionais: banco de couro (R$ 1.700), pacote Outsider com overbumper, faróis auxiliares, molduras laterais e saias de rodas reforçadas (R$ 2.300).
Renault Duster 2021 – Impressões visuais
O Renault Duster 2021 ficou melhor visualmente. A estética do SUV de origem romena não se limita aos detalhes como os faróis mais fluidos com luzes diurnas em LED ou a grade ampliada. A carroceria do modelo sofreu alterações estruturais que ampliaram seu volume numa comparação com o antigo.
Encorpado, o Novo Duster tem uma frente mais envolvente e até lembra vagamente, de certo modo, o Land Rover Discovery Sport. O conjunto frontal ganhou ainda reforço de um capô (com os 2 amortecedores) mais musculoso, assim como para-choque mais aerodinâmico.
Nesse último caso, o arrasto foi reduzido com o para-brisa mais inclinado, o que alterou também as colunas A, as portas dianteiras e por aí vai. O pacote Outsider parece um pouco exagerado no overbumper com faróis auxiliares. As saias laterais abauladas, deixam o Duster novo ainda maior que o antigo. As falsas saídas de ar laterais possuem repetidores de direção.
Com uma linha de cintura que vai se elevando, o Novo Duster ganhou até alguma elegância, enquanto a traseira porta lanternas quadradas que nos faz lembrar do Jeep Renegade ou Ford Galaxy, como confidenciou um colega do setor.
Mesmo olhando de perto, não dá para notar facilmente as quatro câmeras do Multiview (exceto a traseira), que não faz uma apresentação em 360 graus. As rodas de liga leve aro 17 são bem apresentáveis e ampliam a presença do Novo Duster.
Se por fora ele ainda parece muito com o anterior, por dentro, ele é completamente diferente. Esqueça aquele visual de Logan e a aparência nítida de baixo custo. A Renault (Dacia, na verdade) adicionou um conjunto interno que não se limita ao painel, que é sempre a porta de entrada de qualquer carro. Porta? Dá para começar por ela.
Com acabamento em tecido de bom toque e aparência, as portas dianteiras receberam um tratamento melhor que do antigo Duster, ficando mais encorporada e adicionando um puxador estilizado. As maçanetas de cor cinza são mais interessantes que, por exemplo, as usadas no Toyota Corolla XEi, que nem pintura tem.
Infelizmente, e aí podemos dizer que não existe almoço grátis, as portas traseiras perdem esse bom tecido. Os bancos da frente ficaram mais envolventes e confortáveis, enquanto atrás é bipartido e suficiente. O bom é que os novos assentos não interferiram no espaço atrás, melhor que no Captur, naturalmente.
Na versão Iconic com tudo dentro, o Novo Duster tem apoio de braço retrátil para o motorista, um item apreciável, assim como a direção de múltiplos ajustes. Entre os bancos, o vácuo deixado por um seletor de tração e o piloto automático que, felizmente, saiu da posição inglória para ir ao volante, que tem bom desenho também. Ruim é o ajuste da mídia e telefonia na coluna de direção.
Os retrovisores têm comando agora no painel, junto do alerta de ponto cego, outra novidade. O painel é bem moderno, apesar de usar plástico duro. Ainda assim, tem um cluster resolvido, apesar do display multifuncional ser bem simples. A multimídia EasyLink agora tem até 5 perfis de usuários e mantém a pontuação para condução eficiente e recomendações para economizar combustível.
Android Auto e Car Play estão presentes, mas há somente uma entrada USB, que é um erro numa época tão conectada como a nossa. Há uma fonte 12V se precisar recarregar outro celular. A multimídia ficou mais intuitiva, mas com o ligar dos faróis (com sensor) e lanternas, a tela fica muito escura sob sol forte. O Multiview ajuda nas manobras e no off road, mas sem 360 graus em tempo real.
Botão de partida e chave cartão, são interessantes, mas o ar condicionado automático com displays digitais é a melhor parte visual da mudança interna. O porta-luvas continua bom, enquanto os difusores poderiam ser um pouco maiores. A alavanca de câmbio vem com seletor no pomo, como no Sandero. Já o porta-malas continua bom com seus 475 litros, pena o estepe ainda ir debaixo do carro.
Renault Duster 2021 – Impressões ao dirigir
Foz do Iguaçu-PR – O Renault Duster 2021 não é um carro leve, pesando 1.520 kg, mas seu conjunto com motor 1.6 SCe de 120 cavalos no etanol e 16,2 kgfm, obtidos a 5.500 rpm e 4.000 rpm, respectivamente, é apenas aceitável. Num momento de transição de alguns SUVs para motores turbinados com ou sem injeção direta, o utilitário esportivo fica devendo um pacote melhor, nesse caso.
Seu motor 1.6 16V até que responde razoavelmente nas saídas e no trânsito urbano, mas com CVT (que simula seis marchas), ele exige rotações mais altas para embalar e um certo tempo para alcançar o objetivo. Nessa situação, o giro sempre fica entre 3.000 rpm e 4.000 rpm. Se precisar imprimir mais desempenho, ele sobe até 5.000 rpm com alguma demora.
Para tirar um pouco mais de ânimo, é preciso recorrer às reduções manuais, mas apenas para uma pequena melhora. Nas ultrapassagens, é preciso manter um giro bem alto e garantir uma boa folga na estrada para embalar com segurança. Em subidas não muito íngremes, a rotação sempre fica acima de 3.000 rpm.
No plano, a 110 km/h, ele fica nos 2.300 rpm, mas qualquer subidinha a mais, ele vai para cima dos 3.000 rpm. Metendo o pé (segurando no manual), o 1.6 SCe corta aos 5.800 rpm. Ainda que todo esse giro alto seja frequente, o nível de ruído interno é moderado, ajudado pelas medidas de isolamento, incluindo vidros de maior espessura.
Boa mesmo é a direção elétrica do Duster 2021, que ainda conserva alguma dureza em manobras, mas bem menos que a eletro-hidráulica antiga, ruim. Na condução, ela se mostra mais direta e confortável. Com o Start&Stop ativado, ele continua funcionando, o que é bom também.
Os freios mantêm uma boa eficiência, enquanto a suspensão ficou mais firme, porém, garantindo boa estabilidade ao Novo Duster. Com ajuda de sistemas como ESC, TCS e Hill Holder, o modelo ficou mais seguro ao dirigir, permitindo maior controle do veículo. Mesmo em estradas de terra com muitos buracos e restos de asfalto, o SUV da Renault garante conforto.
Sem ser tão diferente ao anterior, mas com recheio revisado para cima, o Novo Duster mostra um bom conjunto, que tem como vantagem robustez, espaço interno, porta-malas e o novo conteúdo. Ele ainda oferece diversos acessórios exclusivos na rede Renault.
Falta airbags laterais, infelizmente, falando a Renault que a estrutura foi reforçada e que a medida visou reduzir custos… O tanquinho de partida é outra herança do antigo. No mais, o carro agradou pela proposta, ficando devendo o motor mais potente e um 1.0 TCe de 120 cavalos, que faria um bem enorme ao Duster 2021.
Renault Duster 2021 – Galeria de fotos
Viagem a convite da Renault.
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