Mulheres respondem por 58% do naco religioso evangélico, seis pontos acima da parcela feminina do país (52%), segundo pesquisa Datafolha feita nos dias 5 e 6 de dezembro de 2019, com 2.948 entrevistados em 176 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Entre as congregações neopentecostais, em igrejas como a Universal do Reino de Deus e a Renascer em Cristo a participação do mulherio chega a 69%.
A ala feminina nos templos evangélicos fica ainda mais evidente se comparada com o catolicismo — ainda a maior crença nacional, embora em processo contínuo de retração (preferência de 90% nos anos 1980 e 50% hoje). Entre adeptos dessa fé, mulheres são 51%, e homens, 49%. Compatível, portanto, com a representação dos dois gêneros na sociedade.
O universo evangélico é mais negro do que o católico. Somados, os que se declaram pretos ou pardos são 59% no primeiro grupo e 55% no segundo. Já os brancos, no catolicismo, são 36%, contra 30% do outro grande front cristão.
A porção de jovens crentes, como o grupo se autodenomina, é de 19% e pareia com a média nacional, 18%. Já os católicos nessa faixa etária (16 a 24 anos) são mais escassos, 13%.
Quanto mais velho for, maior a chance de preferir o papa a um pastor: 25% da turma com 60 anos ou mais segue a linha do Vaticano, e 16%, a evangélica.
As rendas familiares não diferem tanto assim entre um filão religioso e outro. Quase metade dos dois blocos ganha até dois salários mínimos, e 2% de cada um deles dizem viver com mais de 10 salários mínimos.
No Norte essa onda evangélica vem desaguando com mais força. Empatado com o Centro-Oeste como área menos povoada do país, com 8% dos brasileiros cada uma, a região tem a maior proporção de fiéis (39%). O Nordeste tem a menor (27%).
A reportagem traça um perfil típico de evangelista: uma diarista com 23 anos agrega vários traços do típico crente brasileiro. Saindo do culto de sábado de uma Assembleia de Deus em Belém, essa paraense parda cobra R$ 100 por oito horas “passando roupa de patroa”.
Ela mostra orgulhosa sua roupa. Usa um vestido longo de estampa florida, “coisa fina”, presente de uma mulher que a contrata para desamarrotar robes de seda e vestidos de festa. Filha de católicos, ela e as duas irmãs migraram todas para igrejas evangélicas. “Se você não é do mundão [gosta de beber] e é jovem, é o melhor lugar para conhecer um abençoado“, diz, valendo-se de uma gíria para possíveis pretendentes.
Não é só o dinamismo da pregação. Ela a acha mais divertida se comparada à missa que seus pais a levavam quando criança. Quando o orçamento aperta, é do pastor que recebe uma cesta básica para ter o que dar de comer para o filho bebê, diz.
Alcançar não só capitais, mas também áreas mais isoladas do Norte, cujo acesso de barco pode demorar dias, virou um trunfo dos evangélicos na região.
Fonte: FSP, 13/01/2020
Público Alvo dos Sabidos Pastores Evangélicos publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com







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