Um dos carros esportivos mais emblemáticos do Brasil foi o chamado Passat Pointer, como ficou conhecida a versão GTS do fastback da Volkswagen, que foi produzido no país dos anos 70 até o fim dos anos 80.
O modelo ganhou fama de bom carro e fez sucesso nas pistas de corrida do Campeonato Brasileiro de Marcas.
No entanto, o Passat Pointer era o suprassumo de performance da VW na ocasião, embora tenha tido o Gol GT como rival no início de carreira, sendo este também convertido em GTS.
O modelo marcou uma época em que não haviam importações oficiais de automóveis, onde a criatividade ficava a cargo das montadoras.
Equipado com o bom motor AP 1.8, o Passat Pointer era um clássico já em sua época, visto que – além do Gol GT – havia o mais moderno Chevrolet Monza S/R.
Então, este carro, que ostentou a sigla GTS (em breve retornará, para ou não alegria dos entusiastas) tem agora sua história contada.
Passat Pointer
Em 1984, a Volkswagen lançava no (isolado) mercado nacional o esportivo Passat Pointer, que ostentava um sobrenome na versão GTS, que surgira um ano antes, ainda na atualização anterior.
Caracterizado pela cor vermelho Flash, embora existem outros opcionais, como o preto Onyx, o fastback dos anos 70 empolgava.
No ano anterior, o Passat havia recebido um facelift que tirava os faróis duplos quadrados da segunda atualização e empregava quatro faróis quadrados em molduras cromadas.
O conjunto – um dos mais belos e harmônicos dos clássicos nacionais – tinha refletores laranjas nas laterais, mas os piscas ficavam no para-choque.
Como a nomenclatura havia mudado de TS para GTS em 1983, o para-choque do primeiro foi mantido, em cor preta e ainda com lâmina cromada, mas com spoiler bem destacado na parte inferior.
Atrás, a barra de proteção expunha a parte inferior da lataria. O escape era simples, mas com ponteira cromada.
As rodas de liga leve, agora raiadas e de fundo preto, tinham aro 14 polegadas e pneus 185/60 R14, o melhor que se podia ter em medida de pneu para esportivos naqueles bons tempos.
O nome Pointer aparecia nos protetores laterais e na traseira.
Os retrovisores eram pretos e a grade ostentava um badge “1.8”. A sigla GTS só estava presente nas laterais do carro, diferente do modelo GTS anterior.
Por dentro, o Passat Pointer tinha o mesmo painel do anterior. O cluster era extremamente clássico e essencialmente alemão, hoje com equivalente em estilo apenas em alguns carros da BMW.
Tinha velocímetro, conta-giros em posição central e mostrador esquerdo com nível de combustível e temperatura da água, fora as poucas luzes-espia.
Havia ainda um indicador de marcha entre eles. O volante de quatro raios (com quatro botões de buzina) tinha o brasão heráldico do Castelo de Wolfsburg, que deu nome à cidade construída junto com a fábrica da VW.
Havia um console abaixo do painel, que ostentava três mostradores: voltímetro, pressão do óleo e relógio analógico. O câmbio era curto e com pomo convencional.
O painel era rudimentar e tinha comandos de ar condicionado (opcional) ainda por alavancas, além de sistema de áudio com toca-fitas.
Os bancos em tecido eram da Recaro e bem envolventes, tendo padronagem em dois tons.
O Passat Pointer tinha vidros verdes, para-brisa degradê, banco traseiro com apoio de braço central e até opção de teto solar manual sem persiana interna.
Com 4,290 m de comprimento, 1,600 m de largura, 1,355 m de altura e 2,470 m de entre eixos, o Passat Pointer tinha 362 litros no porta-malas.
Porta-malas esse cuja tampa era pequena (não existia mais o de tampa grande) e seu tanque tinha 60 litros, suficientes para mais de 600 km na estrada.
Foi vendido apenas com duas portas.
Pesando 980 kg, o Passat Pointer começou sua carreira ainda com o não menos famoso motor AP 1.8, herdado do Santana, ostentando assim 85 cavalos na versão com gasolina e 92,5 cavalos numa configuração para uso de álcool.
Com câmbio de quatro marchas longo, o esportivo perdia força, mesmo com 15,2 kgfm a 2.600 rpm.
Assim, fazia apenas 13,4 segundos de 0 a 100 km/h e tinha máxima de 166 km/h. O consumo era de 7,4 km/l na cidade e 10,7 km/l na estrada, com álcool.
O Passat Pointer tinha suspensão dianteira McPherson e traseira por eixo de torção quase entre as rodas traseiras.
Atualização
Em 1985, a VW decidiu dar um visual mais atual ao Passat Pointer, que foi a primeiro da marca alemã a ganhar para-choques envolventes, feitos de poliuretano e moldados de forma bem interessante.
Eram pretos e tinham os piscas dianteiros no lugar que seria dos faróis de neblina.
Faixas decorativas pretas foram adicionadas na parte inferior das laterais, enquanto as lanternas ganharam frisos pretos, realçando e escurecendo as lentes.
Por dentro, o Passat Pointer 85 vinha ainda com a maior novidade, um novo painel. O cluster analógico tinha uma cobertura mais moderna e com comandos próximos das mãos.
A instrumentação agora incluía relógio digital e vinha num layout com velocímetro e conta-giros dominando, este último com nível de combustível e temperatura da água.
As luzes-espia eram bem interessantes. O conjunto era emprestado do Santana, que deu ainda o volante de “quatro bolas”.
A disposição dos comandos do ar condicionado e dos difusores permaneceu a mesma, enquanto o console recebeu instrumentos como voltímetro e pressão do óleo em display quadrados.
Além do rádio-toca fitas, existia ainda um porta-fitas mais abaixo. O câmbio tinha alavanca curta, mas com engates precisos e macios.
Aliás, o Passat Pointer 85 passou a ter cinco marchas, todas com velocidade, diferente do 4+E do Santana. A atualização reduziu o tamanho do carro para 4,262 m.
Mantendo os bancos Recaro e o layout bem contemporâneo (da época), o esportivo mantinha o motor AP 1.8 de 92,5 cavalos no álcool.
No derradeiro ano do Fusca e do Alfa Romeo 2300 Ti, o Brasil perdia, mas ganhava o Passat Pointer agora com (falsos) 99 cavalos a 5.600 rpm e 14,9 kgfm a 3.600 rpm.
Era o AP-1800S, que deveria ter em torno de 105 cavalos em realidade. Culpa da carga tributária da época.
O peso caiu 10 kg e com a nova relação, o fastback esportivo ia de 0 a 100 km/h em 10,9 segundos e com máxima de 170 km/h.
Entretanto, o consumo subiu para 6,3 km/l na cidade e 9,9 km/l na rodovia.
O Passat Pointer permaneceu dois anos com características únicas no layout e mais dois lutando em desvantagem com o Gol GTS.
Em 1988, a Volkswagen encerra a produção do Passat após 897.829 produzidos na Anchieta, em São Bernardo do Campo, e Taubaté.
Na ocasião, o Passat Pointer foi vendido ainda como linha 1989, ostentando filetes vermelhos e cores mais neutras.
Após quatro anos sem mudança, o modelo sai de cena ao mesmo tempo em que aparece nos show rooms o Gol GTI.
Era realmente a hora de dizer adeus…
Passat TS
A história do Passat Pointer como um carro esportivo, começou em 1976, quando a VW lançou o Passat TS.
Com quatro faróis circulares (normalmente eram dois) e faixas laterais com a sigla TS, o fastback tinha para-choques com lâminas de aço cromadas.
A grade se fundia com o conjunto ótico, tendo acabamento cromado envolvente.
Interessantes eram as rodas de aço estampadas com protetor de ponteira (o copinho) e o volante de três raios de aço polido, bem como aro em couro e sigla “TS” ao centro.
Os instrumentos auxiliares eram outra sensação. Os bancos eram envolventes e o ambiente tinha até rádio toca-fitas.
Entretanto, o Passat Pointer tinha suas deficiências e uma delas era a falta de vidros elétricos nas portas.
Com sua saída, o sobrenome virou nome de produto em 1994, sendo este o hatch de quatro portas, derivado do Logus.
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