A Saveiro G5 marcou uma fase importante da picape leve da Volkswagen. Foi nessa geração – que em realidade era a terceira – que a utilitária comercial acabou convertendo-se em um produto mais elaborado e derivado direto dos Gol G5 e Voyage G5, deixando para trás a Parati G4.
Pela primeira vez desde 1982, quando foi lançada originalmente, a Saveiro passava a ter motor e câmbio em transversal, abandonando a velha arquitetura que surgiu nos anos 70 e deu corpo para a família de carros compactos da Volkswagen, que viria a substituir todos os modelos clássicos a ar da década anterior.
Com a Saveiro G5, a VW conseguiu dar ao produto maior conforto, segurança e também desempenho, levando ainda mais tecnologia para a picape leve que, se seguisse sua rival Fiat Strada, até hoje ainda estaria presa à estrutura da Saveiro G4, obrigando a adaptações ruins por causa do fim dos motores AP.
Neste artigo, vamos falar somente da Saveiro G5, um modelo que chegou junto com a terceira geração de Gol e a segunda do Voyage, adotando um design mais atraente e soluções que a deixaram mais próxima da rival Fiat Strada em termos de opções de tamanho de carroceria e estilo aventureiro.
Saveiro G5
O fim da década de 2000 foi muito importante para a Volkswagen. Além de quebrar as correntes que seguravam o Gol desde 1980 à velha arquitetura baseada na união de Passat com motor de Fusca, originalmente, a marca alemã resgatou o sedã Voyage.
Morto em meados dos anos 90, o sedã compacto foi acompanhado de outro produto, pois a VW decidiu dar continuidade na evolução da Saveiro, a única que permaneceu junto com o Gol desde o início, evoluindo com ele.
Embora utilize a designação “G5”, na verdade, esta se trata da terceira geração da picape, sendo cinco atualizações de visual e proposta.
A Saveiro G5, assim como o Gol G5, rompia definitivamente com o que veio antes dela. A plataforma PQ24 modificada foi introduzida também para a picape leve, que passou a ter arquitetura com motor e transmissão em transversal, ampliando o espaço interno e a capacidade de aproveitamento da carroceria.
A engenharia da VW foi obrigada a trocar praticamente tudo na Saveiro G5 em relação à G4. Agora, a picape passava a ter novos motores EA111, assim como câmbio MQ200 e um novo sistema de trambulação da transmissão, fora a carroceria mais aerodinâmica com frente baixa e cabine ampla.
Com 4,493 m de comprimento, 1,708 m de largura e 2,750 m de entre eixos, a Saveiro G5 superava a anterior em tamanho geral, inclusive em altura, passando da faixa dos 1,43 m para 1,49 m em média.
Mesmo assim, ainda existe a impressão de que a G4 é maior que a G5, mas é devido a cabine menor no caso da primeira, assim como do entre eixos curto, que alongou a traseira.
Mecanicamente, a Saveiro G5 manteve o eixo traseiro de torção, mas diferentemente da anterior e dos Gol G5 e Voyage G5, o conjunto era mais robusto e com molas separadas dos amortecedores.
Já a suspensão dianteira McPherson passou a ser fixada num subchassi, reduzindo o desconforto a bordo e garantindo melhor dirigibilidade.
Dotada de estrutura mais rígida, a Saveiro G5 também explorou mais a segurança com maior deformidade e absorção de impactos.
Na caçamba, a picape da VW passava a ter tampa com amortecimento, garantindo mais conforto e segurança na operação de carga e descarga. O volume aumentou para 924 litros na cabine simples. Falando nela, era uma das duas opções de habitáculo.
Isso realmente iria fazer diferença na Saveiro G5, que agora sim podia ter de fato uma cabine realmente estendida. Mas, como não era raro, a Volkswagen demorou demais para reagir diante da Fiat Strada e só introduziu a cabine dupla em 2014, já na “geração” G6.
Saveiro G5 – Design
Assim como Saveiro G4, a Saveiro G5 incorporava os mesmos elementos estéticos do Gol. A frente em cunha tinha tinha faróis duplos com piscas integrados, assim como grade com friso único e integrada ao conjunto do para-choque, que era mais envolvente.
O capô era mais envolvente e tinha vincos acentuados nas laterais.
Já o para-choque contava com grade inferior em uma moldura preta com dois vincos para se harmonizar com a parte superior, assim como opção de faróis de neblina circulares.
As saias de rodas eram protegidas por molduras pretas, enquanto os retrovisores eram grandes e aerodinâmicos.
Embora o Gol só tenha recebido elas muito mais tarde, as portas da Saveiro G5 eram maiores e serviram ao hatch também, em sua versão duas portas.
Elas facilitavam muito o acesso ao interior, embora ocupando mais espaço lateral na hora de abrir.
Degraus embutidos nas laterais facilitaram o acesso à caçamba por pessoas de estatura mais baixa. Já na caçamba, além do revestimento protetor plástico, a mesma vinha ainda com ganchos móveis para amarração da carga.
Com estepe sob a carroceria, a Saveiro G5 não tinha empecilhos no compartimento de carga, mas a tampa traseira era integrada à placa.
Isso não permitia rodar com ela aberta, pois, a mesma ocultava a placa, virada para baixo. Assim, a Saveiro G5 obrigava o uso de um extensor de caçamba, vendido como acessório, que incorporava uma terceira placa.
Falando na traseira, as lanternas eram levemente arredondadas e verticais, seguindo estilo diferente daquelas do Gol G5, que remetiam aos anos 80.
A tampa e o para-choque formavam um conjunto único com aplique cinza para diferenciar o protetor, embora este realmente fosse mais proeminente que a carroceria.
Ele inclinava junto com a tampa, levando consigo a placa. A caçamba tinha opção de capota marítima e a vigia traseira possuía grade de proteção.
Dependendo da versão, ela podia ser aberta internamente. Acima dela, havia luz auxiliar de freio e iluminação da caçamba.
No teto, um pequeno rack único era mais decorativo que funcional, embora apoiasse bem objetos longos, apoiados no compartimento de carga.
Por dentro, a Saveiro G5 exibia o mesmo layout do Gol G5, ainda um pouco pobre em termos de estilo, pois, apostava nos difusores de ar circulares e ainda mantinha a tampa do airbag do passageiro, algo ainda ligado ao visual da geração G4.
De qualquer forma, agora a posição de dirigir estava centrada e adequada ao conforto do motorista.
O volante era novo e receberia comandos multifuncionais, dependendo da versão mais adiante.
O cluster era simples, mas bem distribuído com mostradores de fácil leitura e display digital multifunção, que também tinha opção do I-System, um computador de bordo. O sistema de áudio 1din e os comandos de climatização ficavam num conjunto mais moderno e envolvente.
O porta-luvas foi ampliado, assim como o espaço atrás dos bancos. Estes, por sinal, eram novos também, garantindo melhor encaixe do corpo.
A Saveiro G5 podia vir com direção hidráulica, ar-condicionado, rádio com CD player, airbag duplo, freios com ABS e EDB, vidros e travas elétricos, retrovisores com ajustes elétricos e computador de bordo.
Rodas de liga leve, capota marítima, vigia traseira basculante, entre outros, também eram servidos na oferta. Mas, a Saveiro G5 tinha muito mais a oferecer em termos de visual e conteúdo.
A versão de cabine estendida, tinha um espaço maior atrás dos bancos, mas inadequado para levar pessoas, somente bagagens eram aceitas. Isso resolvia o problema de ter que levar malas, mochilas e bolsas na caçamba de carga.
As vigias laterais eram bem harmônicas com o conjunto. No entanto, o compartimento de carga foi reduzido para 734 litros, apesar da manutenção da capacidade de carga de 700 kg.
Saveiro G5 Tropper
Além da versão de acesso da Saveiro G5, que era até boa em termos visuais – a VW ainda não havia focado totalmente no trabalho com a futura Robust – a marca alemã resgatou a versão Tropper, que adicionava rodas de aço texturizado na cor preta, rack no teto, retrovisores pretos e faixas decorativas laterais.
Na traseira, o nome Saveiro era preto e no centro da tampa. Tinha protetor da vigia traseira, que era basculante e também vinha com capota marítima.
O volante em estilo meia lua vinha com comandos de mídia e telefonia, além de ajuste em altura. O rádio tinha Bluetooth e CD Player, enquanto os bancos ofereciam padronagem diferenciada. A cabine podia ser simples ou estendida.
Saveiro G5 Cross
A topo de linha, no entanto, foi a Saveiro Cross.
Esta versão da Saveiro G5 tinha um visual bem diferente, começando pela grade preta, assim como para-choque com moldura exclusiva, tendo o nome Saveiro Cross em baixo relevo num fundo cinza, além de faróis de neblina e milha num mesmo conjunto circular. A grade inferior era retangular e tinha protetor cinza.
Havia também protetores laterais nas portas, bem como saias de rodas mais volumosas. As rodas de liga leve aro 15 polegadas eram exclusivas. As saias laterais tinham apliques em cinza.
Na traseira, as lanternas eram escurecidas e a tampa tinha o nome da versão bem destacado, assim como o para-choque com reforço visual.
O rack no teto se prolongava pelas laterais da caçamba, devidamente coberta por capota marítima. Por dentro, a Saveiro G5 na versão Cross tinha bancos com revestimento exclusivos e opção de couro, além de volante multifuncional do Passat e instrumentação com pontos vermelhos e iluminação azul em LED.
Retrovisor eletrocrômico e piloto automático foram vistos pela primeira vez na Saveiro.
O conjunto da Saveiro Cross realmente superava em muito a Fiat Strada Adventure, ainda mais com o bloqueio eletrônico do diferencial. As mudanças resultaram em pequeno aumento de tamanho e redução da capacidade de carga para 615 kg.
Motor
A Saveiro G5 teve somente o motor EA111 1.6 VHT 8V com 101 cavalos na gasolina e 104 cavalos no etanol, ambos a 5.250 rpm.
O torque era de 15,4/15,6 kgfm a 2.500 rpm, respectivamente, tendo somente câmbio manual de cinco marchas. Isso permitia acelerar de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos com máxima de 179 km/h.
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