O Hyundai Equus foi o maior e também o mais luxuoso sedã da marca sul-coreana.
Embora os brasileiros o conheçam de 2012 para cá, ele já existia na Coreia do Sul desde 1999. Teve duas gerações e evoluiu para uma submarca premium, a Genesis, dando origem ao modelo G90.
O Equus foi a tentativa da Hyundai de projetar seu nome no mercado de carros de luxo americano, mas acabou por se render ao desejo dos consumidores, que queriam mesmo uma marca que fosse exclusiva do luxo e não uma popular, ainda mais quando o carro mais barato da “América” era um Hyundai, no caso, o Accent.
A Hyundai passou com o Equus o mesmo processo que a Volkswagen teve que enfrentar com o Phaeton nos EUA, onde muita gente questionava a compra de um carro muito luxuoso, mas que não ostentava o status que merecia, devido ao badge popular que carregava.
Apesar de ter resistido bem mais que o sedã de luxo alemão no mercado dos EUA, o Hyundai Equus não pôde seguir em frente com o tradicional “H” inclinado, mas facilitou a entrada da empresa no mercado de luxo de fato, com a presença da Genesis, que tomou emprestado o nome do irmão menor deste sedã e que igualmente foi vendido no Brasil.
Hyundai Equus
Na Ásia, podemos dizer que a evolução da indústria automobilística se deu inicialmente com Japão, sendo seguida pela Coreia do Sul e finalizada com a China.
No segundo caso, a Hyundai vinha de parcerias desde os anos 70, sempre com marcas japonesas, que eram fontes de produtos que poderiam ser feitos sob licença em casa.
Embora tenha ganhado força nos anos 90, quando chegou também ao Brasil, a Hyundai ainda era dependente de seu acordo com a Mitsubishi. Esta japonesa também tinha seus planos e estava satisfeita com os sul-coreanos.
Assim, quando as duas marcas decidiram combater os fabricantes de luxo BMW e Mercedes-Benz, uniram suas forças.
A Hyundai queria um carro para bater Série 7 e Classe S no mercado doméstico, enquanto a Mitsubishi esperava fazer o mesmo no Japão. Assim, o projeto conjunto resultou em um sedã de luxo bem grande e que teria tudo dentro, mas com preço mais competitivo que os alemães.
Assim nasceu o Hyundai Equus, que também foi chamado de Centennial. Do outro lado do mar do Japão, o Mitsubishi Proudia e seu irmão Dignity apareceram. O projeto envolvia tanto o uso de motores locais da sul-coreana quanto os da fabricante nipônica.
Hyundai Equus LZ / YJ
Com 5,065 m de comprimento, 1,870 m de largura, 1,480 m de altura e 2,840 m de entre eixos, o Hyundai Equus surgia na Coreia do Sul com estilo bem japonês, sendo sóbrio e elegante, sem exageros estéticos e dotado de aparência sólida.
A frente tinha faróis duplos com lentes retangulares, enquanto a grade cromada era limpa de detalhes ou da marca do modelo.
A Hyundai aprendera com os japoneses que não se deve deixar às claras a marca original, quando esta é popular. Assim, colocou-se uma imitação de “Spirity of Ecstasy” para dar um status melhor ao carro.
Os para-choques e as laterais tinham frisos cromados, mas a parte inferior da carroceria, no geral, era de cor cinza escura, contrastando com o restante do veículo. O protetor dianteiro tinha ainda uma carreira de LEDs em cada lado com função neblina.
As portas pareciam simetricamente iguais e não portavam quebra-ventos falsos, sendo assim bem amplas para melhorar a visibilidade, já que as colunas C eram bem grossas.
O teto era reto, quase como também capô e porta-malas, que eram bem proeminentes. As lanternas quase triangulares eram repletas de LEDs. Um badge exclusivo (alusivo ao alado do capô) substituía o da Hyundai.
Por dentro, o ambiente era bem luxuoso, tendo painel com revestimento em madeira, assim como portas e outras guarnições. Alto, o painel tinha instrumentação analógica completa, assim como multimídia com comandos em separado, climatização dual zone e sistema de som com CD e disqueteira.
O túnel era alto e reto, tendo alavanca de câmbio com acabamento em madeira, além de apoio de braço central traseiro com tela de multimídia e outras funcionalidades.
O espaço era bem amplo para levar executivos de grandes empresas ou milionários pelo país a fora ou simplesmente para o aeroporto.
Dotado de direção assistida, assim como de suspensão macia, o Hyundai Equus tinha nessas variantes LZ e YJ a chance de pegar o consumidor de luxo em casa e, de quebra, lançou uma versão limusine com 5,335 m de comprimento e 3,090 m de entre eixos. Este tinha colunas B bem mais grossas e com badge exclusivo.
Muito mais sóbrio e discreto, o Hyundai Equus Limousine tinha até barras extras para facilitar o acesso aos bancos de trás. No exterior, havia um detalhe interessante.
Apesar da frente ser a mesma do tamanho regular, a traseira vinha com lanternas maiores e triangulares, enquanto a tampa do porta-malas tinha abertura mais ampla.
Na parte mecânica, o Hyundai Equus tinha um V6 3.0 Sigma com 182 cavalos, bem como uma variante de V6 3.5 com 203 cavalos, que mais tarde evoluiu para 220 cavalos.
Havia também o V8 4.5 da Mitsubishi, que entregava 276 cavalos e 42 kgfm. A transmissão era sempre automática de cinco marchas com tração traseira.
Em 2003, o Hyundai Equus recebeu facelift, que recebeu somente um novo capô, assim como detalhes interiores. Em 2005, este modelo recebeu os motores Lambda 3.3 e 3.8, ambos com injeção direta de combustível, algo que acompanharia também no V8 4.5 GDi da Mitsubishi.
Nesse caso, as potências pularam para 235 e 287 cavalos, respectivamente, nos lambda, enquanto o japonês mantinha os 276 cavalos anteriores. O Hyundai Equus LZ/YJ chegou a medir 5,39 m na atualização, recebendo ainda uma variante presidenciável e conversível.
Hyundai Equus VI
Em 2009, a primeira geração do Hyundai Equus se despediu no mês de novembro, abrindo espaço para um novo modelo, o VI.
Agora sem precisar de ajuda da Mitsubishi, a marca sul-coreana estava bem mais forte e independente, mantendo no sedã a tração traseira, assim como motor e câmbio em longitudinal.
Agora, o Hyundai Equus passava a ser um carro maior, mais sólido, luxuoso e sofisticado. Com 5,160 m de comprimento, 1,900 m de largura, 1,495 m de altura e 3,045 m de entre eixos, o produto tinha ainda uma versão longa com 5,460 m de comprimento e 3,345 m de entre eixos.
No Brasil, veio apenas a primeira opção.
Com estilo mais expressivo, o Hyundai Equus VI tinha um conjunto ótico de xênon com luzes diurnas em LED, assim como grade cromada com badge da figura alada em uma placa no capô. A traseira tinha grandes lanternas em LED e para-choque com saídas de escape integradas.
A carroceria tinha linhas mais fluídas e vigias nas colunas C. As rodas de liga leve cromadas ajudavam a chamar mais atenção, colocando a discrição um pouco de lado.
Por dentro, o Hyundai Equus respirava luxo e não poderia ser diferente. O suntuoso tinha multimídia com tela grande e navegador GPS, além de câmera de ré.
Os bancos eram bem envolventes e recheados de couro, bem como portadores de aquecimento e ventilação. Os traseiros eram individuais e continham massageadores.
Os apoios de cabeça dianteiros tinham telas de entretenimento, enquanto o encosto do passageiro podia ser empurrado eletricamente para ampliar o espaço para as pernas do passageiro traseiro. Ambos tinham até apoios de pé retráteis.
Também era digno de nota o sistema de entretenimento com controles remotos e fones individuais, comandados por um console entre os bancos, que ainda comandava a climatização de quatro zonas. Havia ainda espaço para taças e garrafas de vinho ou champanhe, além de frigobar.
Havia também uma terceira tela de entretenimento traseiro para os ocupantes importantes do Hyundai Equus.
Os encostos traseiros também podiam reclinar, tendo ainda mesinhas retráteis para pequenas refeições e para o tablet, sendo que, dependendo da versão ou pacote, o ambiente podia ser ricamente decorado com Alcantara.
Mas as novidades do Hyundai Equus não terminavam aí. O modelo foi o primeiro Hyundai com suspensão pneumática, dotada esta de ajuste automático de altura e amortecimento.
Falando nisso, os batentes também regulavam de forma magnética, ampliando assim o conforto ao rodar.
A gestão eletrônica integrava outros sistemas, como o controle dinâmico de estabilidade e o piloto automático adaptativo, que portava um radar.
Feito sobre a mesma plataforma do Genesis, o Hyundai Equus compartilhava com este vários componentes e até mesmo o estilo, sendo fácil confundir os dois.
A versão limusine tinha acréscimo de tamanho nas colunas B, assim como na geração anterior. Mesmo para quem dirigia, o espaço era muito bom, assim como a posição de dirigir.
O ambiente na frente não era menos inferior que atrás, tendo teto solar elétrico de tamanho padrão e multimídia com tela grande. O volante multifuncional resumia muito do trabalho do condutor.
As portas traseiras tinham sistema de sucção, enquanto janelas laterais e a vigia traseira tinham persianas elétricas. Havia ainda um filme antirruído nos vidros.
O Hyundai Equus trazia ainda assistente de estacionamento com visão 360 graus, climatização de volante e multimídia com DVD.
Havia sempre três opções de motor para o Hyundai Equus VI, começando pelo Lambda V6 3.8 de 287 cavalos, Tau V8 4.6 com 388 cavalos e o Tau 5.0 V8 com 430 cavalos (435 na versão Premium).
Este último só apareceu no facelift de 2012, já com câmbio automático de oito marchas, pois, antes era somente de seis marchas. Lambda 3.8 e Tau 5.0 tinham injeção direta de combustível.
No Brasil
Talvez tenha sido por isso que a CAOA trouxe ao Brasil o Hyundai Equus 4.6, que assim era mais simples para trabalhar com nossa gasolina e ainda na versão mais fraca, que tinha 366 cavalos a 6.500 rpm com 44,8 kgfm a 3.500 rpm. Havia também uma versão MPi com 390 cavalos no exterior.
Isso aconteceu em 2012, mesmo ano em que brilhou no Salão do Automóvel, junto com o Genesis V6. O sedã chegou com toda a pompa e circunstância no mercado brasileiro.
Levemente atualizado, o sedã de luxo impressionava também pelo preço da época: R$ 320.000.
Hoje, ele pode ser encontrado a partir de R$ 130.000 usado. No entanto, algum tempo depois que havia sido retirado do mercado, ainda existiam unidades zero km do Hyundai Equus na rede CAOA, pois, não haviam sido vendidas inicialmente, ficando aguardando compradores, mas já com desvalorização.
Nessa configuração, o Hyundai Equus ia de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos e tinha máxima (sem limite) de 273 km/h.
O consumo urbano era de 6,4 km/l, enquanto o rodoviário ficava em 10,1 km/l, nada ruim para o porte do veículo e o tamanho do motor, ainda sem injeção direta.
Edições especiais
Lá fora, o Hyundai Equus tinha até versão blindada de uso presidencial, assim como edições especiais e limitadas, como a RMR Signature com 30 cavalos a mais, tendo ainda bancos em couro de avestruz, assim como guarnição exclusiva.
Chegou a ter três unidades da edição Hermès (foto acima). No caso da DUB Edition, o sedã de luxo ganhou um visual bem extravagante.
Neste caso, incluía até rodas cromadas de aro 24 polegadas com Pirelli P Zero Nero, assim como sistema de som premium Infinity Kappa, suspensão reajustada da DUB e vidros escurecidos, tal como as lanternas traseiras.
Até a grade foi personalizada em alumínio, enquanto outros detalhes do acabamento, ganhavam apliques nesse material.
Em 2014, o Hyundai Equus ganhou um segundo facelift, ampliando a conectividade com telas maiores de multimídia e entretenimento, assim como sistemas de segurança, o que inclui duas chaves, visor frontal, HUD, Blue Link e Assurance Connected Care (concierge exclusivo).
O Hyundai Equus já estava bem cansado nessa atualização de 2014 e não durou mais do que dois anos até ser retirado de linha em Ulsan, sendo que antes disso, chegou a ser fabricado na Rússia.
Genesis G90
Em 2016, a Hyundai lançou a marca Genesis e o G90 sucedeu o Equus, que teve seu desenvolvimento bloqueado com a mudança estratégica da marca sul-coreana.
A terceira geração seria chamada G9, mas nunca saiu do papel como tal. Com nova plataforma, mas quase o mesmos motores (sem o Tau 4.6), este sedã eliminou as chances de retorno do Equus.
Assim, a Hyundai desistiu de, pelo menos no mercado internacional, emplacar um carro como o Equus, que marcou uma fase importante de expansão da marca. Ele pode não ter sido o “melhor do mundo”, mas, com certeza chegou perto dos melhores.
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