O Renault Captur é um dos dois SUVs compactos que a marca francesa comercializa no Brasil (o outro é o Duster), tendo sido o sétimo mais vendido no mercado de utilitários esportivos em 2018 com 26.504 unidades.
Com visual atraente, o crossover logo de cara chamou a atenção por seu design, mas será que também tem muito em defeitos e problemas?
Dotado de um estilo mais bem resolvido que o do irmão da Dacia, o Renault Captur atrai pela frente francesa (inspirada no irmão menor, o Captur europeu) e pela boa mescla de cores externas na pintura biton. Aliás, por dentro, o crossover chega a ser mais bonito sem bancos de couro quando a opção é branco com preto, dando um ar diferente do comum.
Com a mesma plataforma do Duster, mas alongada, o Captur tem entre eixos de SUV médio com 2,67 m, além de suspensão bem elevada. Na mecânica, a Renault adicionou o motor 1.6 SCe de 118 cavalos na gasolina e 120 cavalos no etanol, além do câmbio CVT Xtronic da Nissan.
Entretanto, o velho 2.0 Flex de 143/148 cavalos, respectivamente, não ajuda, especialmente por ter câmbio automático de 4 marchas. Este conjunto é uma das reclamações dos clientes, mas em termos de defeitos e problemas, os donos falam de barulhos, falhas no acabamento, baixo nível de óleo e direção problemática. Isso sem contar o consumo exagerado.
Por ser um carro recente, o Captur ainda não registra muitos depoimentos na internet, apesar das boas vendas em 2018. Entre os defeitos e problemas relatados nas redes sociais, sites de reclamação e de opinião, o modelo apresenta barulho na suspensão dianteira de um Captur 1.6 CVT 2019 com 3.800 km, segundo seu dono.
Num Captur 1.6 CVT 2018 com 7.000 km, o proprietário fez cinco visitas ao revendedor em seis meses. O carro ficou sem aceleração, a multimídia escureceu e trepidação no volante acima de 120 km/h. O cliente vendeu o carro.
Noutro 1.6 CVT de mesmo ano e com 4.000 km, o dono disse que o carro já veio de fábrica com defeitos e problemas. Falha nos freios, o carro não segura de ré, bomba da direção eletro-hidráulica com barulho, trepidação no pedal de freio durante a ré, ventoinha não desligava, só religando e desligando o motor. O carro ficou 20 dias na revenda e não resolveram os problemas.
O nível de óleo baixa fácil no 1.6 CVT com 24.000 km. O carro ficou 24 dias na concessionária para reparar o motor e, 3.000 km depois, o cárter voltou a ficar quase seco. O problema é tido pelos donos como crônico na Renault. Um outro cliente disse que a vareta do óleo era muito curta em seu Captur e trocaram por uma maior na revenda.
Pane elétrica
Uma dona de Captur estava em viagem, quando percebeu um barulho alto no veículo e uma luz de alerta no painel. O computador de bordo indicou falha nos freios ABS, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e controle de poluição. Após esperar horas pelo táxi e reboque, o veículo foi levado para uma revenda e não se sabe se o problema foi resolvido. O caso é de janeiro de 2019.
Outra pane, dessa vez na aceleração eletrônica, fez com que um Captur 1.6 2019 não subisse uma serra em viagem de retorno de férias. Sem sinal de celular, o dono teve que descer na “banguela” e seu carro foi guinchado até sua cidade de origem, com a família voltando de táxi do seguro.
Ruídos diversos
Um cliente diz que seu Captur 2018 tem peças soltas e falhas no acabamento, especialmente das portas. Outro reclamou que nos primeiros 500 metros, dois barulhos o incomodaram. Um deles era um parafuso do aerofólio, que caiu no assolho do bagageiro. O segundo era na porta do passageiro dianteiro.
O primeiro foi resolvido na hora, mas, com o tempo, os 4 parafusos soltaram e o defletor de ar ficou solto, podendo ter caído. Já na porta, o problema o fez retornar 4 vezes ao revendedor para correção.
O banco do motorista também começou a fazer barulho. O dreno do ar condicionado entupiu e começou a jogar água sobre os pés do condutor. Após 3 dias na concessionária, o Captur voltou com mais barulhos e o cliente teve que viajar assim mesmo. O carro já está com 10.000 km e nada foi resolvido.
O ar condicionado não gela num Captur 2.0 AT 2018, que teve parte do painel empenada perto do para-brisa por causa do calor. Outra queixa fala de uma luz diurna de LED, que entrou água na primeira chuva num Captur 1.6 CVT 2018. Um relato falta também de carpetes para-barro na traseira se desgastando após 2.000 km. Outro modelo com 4.600 km, também não funciona direito o A/C, que desliga com frequência, especialmente em dias quentes.
Noutro caso, os tapetes duraram apenas 4 meses. O dono foi até a revenda fazer a revisão e pedir a troca, mas a loja disse que os mesmos eram brindes. Pagou R$ 45 pelo jogo. Em um Captur 2018, o cliente reclamou de barulho no teto e na suspensão dianteira, que apresentava estalos.
Após 2 dias na oficina da Renault, o carro teve o defletor de ar do teto danificado e o alinhamento, que havia sido pedido junto com o balanceamento, não estava correto. Solucionado esse detalhe na segunda visita, mas os problemas no teto e suspensão não foram resolvidos nem em uma terceira visita, totalizando 6 dias de carro parado e nada corrigido.
Câmbio travado
Em outra saída de concessionária, um Captur zero km deixou cair uma lâmpada na cabeça do motorista, segundo o próprio, dono do carro. Cerca de 20 dias depois, o câmbio do crossover travou e o veículo teve que ser rebocado. No momento do atendimento, o cliente ficou sabendo que teria direito a carro reserva.
Mas, como era sábado, na revenda de atendimento, não havia serviço nesse dia. Buscando um carro reserva, o mesmo foi atendido na revenda mais próxima de casa, que se recusaram a fornecer o veículo e um vendedor chegou a ter intenção de agredir o proprietário, segundo depoimento. O caso da reparação não foi resolvido.
Problemas na saída de loja
Após rodar cerca de 300 metros ao sair da concessionária, o dono de um Captur 1.6 2019 viu a luz de alerta de freios se acender. O cliente voltou e deixou o carro, que ficou pronto no outro dia. Três meses depois, o carro apresentou o mesmo defeito e o problema não foi resolvido pela revenda. O carro está com apenas 855 km rodados.
Outro caso de retirada de veículo com problema na Renault, ocorreu com um Captur 2018, que após 2 horas na mão do proprietário, apresentou um barulho no porta-malas. De volta à revenda, o ruído foi descoberto na tampa do bagageiro. Duas semanas depois, o mesmo ruído retornou e acrescido de barulhos na direção e sensor de chuva falhando.
O carro ficou um mês para resolver os problemas na concessionária e, mais um mês após a retirada, o barulho no porta-malas voltou, não sendo resolvido pela assistência técnica.
Consumo alto
Um proprietário do Captur 1.6 CVT diz que o consumo é alto, fazendo 8 km/l na cidade e 9 km/l na estrada com gasolina. Muitos proprietários reclamaram que o crossover anda bebendo demais. Um deles chegou a dizer que na cidade, com etanol, o carro faz 4,7 km/l.
Muitos dos que reclamam, apontam a falta de força do motor 1.6 com câmbio CVT, que não é capaz de lidar com o peso do veículo e daí eleva bastante o gasto com combustível, seja etanol ou gasolina. Retomadas fracas e fraqueza na subida de serra, são algumas das situações onde o Captur 1.6 não consegui vencer de forma satisfatória.
Um dos donos disse que o Captur 1.6 CVT só é econômico na cidade se o giro for mantido abaixo de 2.000 rpm, pois acima disso, o gasto aumenta muito. Mesmo quem tem o 2.0 automático, também reclama. Estes dizem que a transmissão precisaria de cinco ou seis marchas para oferecer desempenho adequado, especialmente na estrada, além de um consumo melhor.
Outras reclamações
Como já apontamos em nossas avaliações, os proprietários de Captur em geral apontam muitos detalhes do carro que o desabonam, tais como ausência de ajuste de profundidade na coluna de direção, limitador de velocidade que não memoriza, carpetes de baixa qualidade, apoio de braço curto e inclinado e falta de sinal de alerta do motor ligado com chave dentro do carro.
Mas tem mais, alguns se queixam de falta de marcador de temperatura do motor, difusor de ar central que só regula o fluxo para baixo, tanquinho para gasolina da partida a frio, estepe externo com alto risco de roubo, comandos Eco e limitador/controlador de velocidade embaixo do freio de mão e algo que chama atenção.
Na multimídia, alguns dizem que o score para eficiência no consumo nunca é atingido, chegando no máximo a 2 estrelas, devido ao alto consumo do Captur. Ainda assim, muitos elogiam o estilo do carro, o bom espaço interno e o porta-malas generoso, assim como a robustez para enfrentar a buraqueira.
Também chama atenção que as unidades para clientes PCD tem uma enorme lista de reclamações na internet devido a ausência de muitos itens prometidos e não entregues. Enfim, o Renault Captur, pelo que vende, merece mais atenção.
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