Originalmente a Volkswagen não desenvolveu a ideia do buggy. Isso foi feito por Bruce F. Meyers, um americano que, entre outras atividades, era surfista e morava na Califórnia. No começo dos anos 60, ele viu que o Beetle poderia ser um outro tipo de carro, mais adequado ao perfil praieiro da época.
Foi assim que surgiu a Meyers Manx, que fabrica os buggys até hoje, apesar de uma ausência de quase 30 anos. Mas, sua criação acabou por chegar em outros lugares, especialmente no Brasil, onde começou com a Glaspac no fim dos anos 60. Símbolo de uma geração, junto com Fusca e Kombi, esse tipo de carro agora está sendo explorado pela Volkswagen.
Embora nunca tenha fornecido chassis e motores para os buggys (que eram feitos sobre Fuscas novos, usados ou batidos), a Volkswagen agora quer voltar no tempo e compensar a falta de apoio com sua própria recriação do veículo de Meyers. Para Genebra, a montadora prepara mais um conceito relacionado com o tema.
Segundo Klaus Bischoff, designer-chefe da VW, “um buggy é mais que um carro. É vibração e energia em quatro rodas. Esses atributos são incorporados pelo novo e-buggy, que demonstra como uma interpretação moderna, não retrô, de um clássico pode parecer e, mais do que qualquer outra coisa, o vínculo emocional que a mobilidade elétrica pode criar”.
Diversos fabricantes usaram o chassi do Fusca para suas recriações de buggys e a VW estima em 250 mil os carros que foram modificados com esse propósito. A base do conceito é a MEB, que está sendo tratada pela marca como a clássica dos anos 60, pois garante não só motor traseiro, como a possibilidade de criar dezenas de modelos (fala-se em até 50).
MEB para terceiros
Aliás, a MEB deve servir da mesma forma que o chassi de Fusca nos anos 60, mas futuramente para os fabricantes menores de carros elétricos. Segundo o jornal alemão Tagesspiegel, a Volkswagen promete fazer com a plataforma modular elétrica, aquilo que não fez com a MQB, que na época do lançamento, cogitou-se vende-la para terceiros.
Porém, a ideia dos kits modulares de montagem de veículos podem se materializar para fabricantes que não possuem desenvolver uma plataforma de carro elétrico. Michael Jost, diretor de estratégia da VW, disse: “Nosso sistema modular para carros elétricos – o kit de eletrificação modular (MEB) – deve ser um padrão não apenas para o Grupo VW”.
A Ford aparece como provável cliente da MEB, dada a recente parceria com a VW, mas ainda não há nada confirmado. A montadora alemã aposta numa alta escala de produção para cortar custos e tornar a plataforma viável para muitas marcas.
[Fonte: Tagesspiegel/Divulgação]
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