O mercado nacional está criando uma bolha e está vem das vendas diretas, de acordo com o economista Rafael Galante, colunista para o site InfoMoney.
Galante observou que Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota do Brasil reclamou do crescimento das vendas diretas, que atualmente representam em torno de 46% e que deve bater a casa de 50% do total de emplacamentos até o fim do ano. Em 2011, representava 26,73%.
Para marcas que não focam em vendas diretas para obter volume e market share, como a Toyota, a participação das vendas diretas gera uma desvalorização do automóvel.
Galante exemplifica o líder do mercado, o Chevrolet Onix, que em sua versão mais em conta, a Joy, sai na tabela por R$ 46.590. Porém, na hora de sair da loja, ele foi vendido por R$ 43.542 ou 6,5% de desconto, segundo a tabela Fipe.
No entanto, depois de dois anos, o mesmo Onix Joy terá uma desvalorização de 25%, com base no valor da mesma tabela Fipe: R$ 34.834. Até aí, já dá para perceber que o carro perdeu um quarto do valor em dois anos de uso. Mas, Galante aponta um erro nessa conta, a tabela Fipe.
Ela só informa o preço de venda do carro e não de compra, no caso dos lojistas. Antes ninguém sabia o quanto custava um carro nessa condição, mas a FGV em parceria com a Autoavaliar, criando uma nova tabela, só que com preços de compra dos lojistas.
Nesse caso, o Onix Joy sai por R$ 27.407 para os revendedores, sejam multimarcas ou concessionários. Com um desconto de 42% no valor do líder de mercado, os lojistas têm em contrapartida os custos com garantia de três meses (obrigatória), revisão do carro, custo financeiro, salário do vendedor, giro do modelo, preparação do carro e, é claro, a margem de lucro.
Entretanto, para contornar os preços altos atribuídos à carga tributária, o mercado focou nas vendas diretas, cuja redução tributária acaba sendo repassada ao consumidor. Nesse caso, pessoas jurídicas e produtores rurais compram com menos impostos para seus negócios.
Então, as regras para consumidores com deficiência física (PCD) mudaram e agora quase todo mundo tem direito. Galante diz que a lei é mal redigida, o que facilita a aquisição de pessoa física mais facilmente nesse caso. Ou seja, o trio de isentos do mercado está ajudando a criar tal bolha?
Não, ainda faltam as locadoras na equação. Antes, o lucro dessas empresas vinha do aluguel do carro, mas hoje a rentabilidade vem exatamente do mercado de usados. Após seis meses, elas estão liberadas para vender sua frota adquirida com 30% de desconto.
Aí, entram os bancos, que evitarão empréstimos longos para compra desses carros usados, usando planos mais curtos, hoje em média de 42 meses. Nesse ambiente, Galante não vê aumento dos planos para 50 ou 60 meses, ainda mais com um aumento nos carros com mais de oito anos, não mais financiáveis.
A previsão é que dificilmente o mercado mudará com o ambiente instalado, onde as vendas diretas estão alimentando um círculo vicioso, que alicia de compradores a fabricantes de veículos.
[Fonte: InfoMoney]
Agradecimentos ao Sérgio Quintela.
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