O Astra SS foi uma versão esportiva do hatch médio da Chevrolet em meados dos anos 2000. Utilizando uma nomenclatura de peso dentro da Chevrolet, o esportivo chegou com uma missão inglória.
Entre duas influências de estilo de origens diferentes, a General Motors do Brasil jogava nos dois lados. Substituir o GSi era uma dessas ações, que resultou no surgimento do Astra SS.
De um lado, a escola alemã seguida pela Opel, enquanto do outro, a influência americana sobre o portfólio nacional. Hoje bem conhecida no Camaro, a sigla SS foi a forma como a GMB buscava se distanciar do estilo europeu.
Mesmo com o Astra sendo um produto da Opel, a versão SS caía bem num carro que havia se inspirado na Cadillac. No Brasil, o “SS” de “Super Sport” foi usado pela primeira vez no Chevrolet Opala dos anos 70.
O hatch médio tinha recebido uma atualização visual há pouco tempo, mas mantinha o esportivo GSi.
Para evitar uma perda de apelo com o tempo de mercado, o Astra SS apostou na sigla para fazer a diferença.
Entretanto, a GM queria reduzir custos e determinou que o “novo” esportivo usasse o mesmo motor das demais versões.
Assim, em vez do motor 2.0 16V de 150 cavalos do anterior, foi incorporado um propulsor 2.0 8V de até 127 cavalos.
Astra SS
O Astra SS era um carro esportivo que a Chevrolet lançou no Brasil em 2005, mas como parte da linha 2006. Ele foi mostrado anteriormente no Salão do Automóvel de 2004 e agradou o público que visitou o evento paulistano.
Na ocasião, apareceu no estande com rodas de liga leve aro 17 polegadas, mas chegou ao mercado com aro 16 polegadas.
A General Motors queria criar uma família “SS” e para isso planejou dar uma alma esportiva aos modelos Meriva, Corsa e Astra. No entanto, tanto Corsa quanto Astra, propostos como estudo para produto, eram em versão sedã.
A Chevrolet viu que as vendas do Astra SS Sedan demorariam demais e resultariam em seu fim.
Então, para virar o jogo, a GMB lançou a versão hatch do Astra como Astra SS.
A mudança resultaria no fim da versão GSi, clássica esportiva desde os anos 90. Ela foi usada pelo Calibra, Corsa e Astra no Brasil, ganhando popularidade.
Em 2008, o Astra SS chegava ao mercado com uma missão dura e esta era tomar o lugar do GSi. Com carroceria hatch de quatro portas, o modelo chegava com faróis de dupla parábola, mas sem lentes escurecidas.
Estas seriam propostas para o modelo anteriormente, assim como para Meriva SS e Corsa Sedan SS. A grade, integrada ao capô, tinha tamanho reduzido e logotipo SS bem destacado.
O para-choque com vincos acentuados que acompanhavam o capô ressaltado vinha de uma inspiração americana. Até mesmo a posição inclinada do protetor era ordem estética de Detroit, que havia ganhado força com a Cadillac.
Havia uma grade tripla na parte inferior, que possuía faróis de neblina escurecidos.
O spoiler na base chamava atenção para a proposta esportiva do Astra SS. Os retrovisores eram em um tom de cinza bem claro, enquanto as rodas de liga leve aro 16 polegadas eram diamantadas.
As maçanetas e molduras no arco superior do teto também tinham a mesma tonalidade. As portas do Astra SS tinham logotipo da versão, enquanto as saias laterais realçavam a proposta esportiva.
O Astra SS tinha aerofólio sobre a tampa do porta-malas e as lanternas eram escurecidas. A base da tampa do bagageiro tinha um aplique cinza claro com o nome “Super Sport”.
O para-choque traseiro era liso, mas tinha spoiler integrado ao desenho. Para completar, o esportivo da GM tinha antena e teto solar elétrico.
Por dentro, a Chevrolet adotou um padrão visual diferente para o Astra SS, que consistia em tecido vermelho personalizado.
Este era mesclado com couro cinza nos bancos, que também tinham costura dupla de mesma tonalidade. As portas tinham o mesmo acabamento vermelho.
O console central era cinza e tinha logotipo SS na parte inferior, tendo o restante do conjunto a tonalidade preta. A alavanca de câmbio era curta e tinha pomo branco.
Bem completo, o Astra SS podia ter airbag duplo, freios ABS com EDB, ar condicionado automático e direção hidráulica. Além disso, o hatch oferecia computador de bordo numa tela dourada na parte superior do painel.
O sistema de áudio tinha rádio AM-FM com CD player e entrada auxiliar. A distribuição desses itens no painel era desigual, visto que o rádio era 1din e o ar condicionado quase 2din.
Sobrava ainda um espaço vazio que virou porta-objetos, sendo o mesmo de tamanho “1din”. Acendedor de cigarros e cinzeiro também estavam no console.
O volante tinha aro em couro costurado e dois botões para buzina. Além disso, trazia ainda comandos de mídia e telefonia.
O Astra SS tinha também piloto automático para maior conforto em viagens. Os vidros eram elétricos nas quatro portas, tendo comandos no puxador da porta do motorista.
Já os retrovisores era ajustados em botão próximo da maçaneta da porta do motorista. No cluster, a instrumentação era toda analógica e tinha mostradores personalizados em cor laranja.
Velocímetro, conta-giros, nível de combustível e temperatura da água estavam disponíveis. O painel tinha acabamento soft touch na parte superior e isso dava ao Astra SS aparência mais premium.
O porta-malas era espaçoso com 370 litros e o tanque de combustível tinha 52 litros. Com 4,199 m de comprimento, 1,709 m de largura, 1,431 m de altura e 2,614 m de entre eixos, o Astra SS tinha um bom espaço interno e conforto.
Ele tinha suspensão McPherson na frente e eixo de torção atrás, mas era bem equilibrado. Pesando 1.180 kg, ele tinha discos nas quatro rodas, mas ventilados na frente.
Astra SS – motor 8v não era o indicado
O Astra SS nasceu sem o brilho do logotipo “16V”, perdido junto com o GSi no ano anterior. Seu propulsor era o mesmo das demais versões por uma questão de custo para a GM.
O velho Família II era flexível, diferente do motor de 16V da mesma linha que equipava o GSi. Com 2.0 litros e oito válvulas, ele estava longe de ser um comportado em estrada.
Tendo 1998 cm3, o GM Família II 2.0 8V FlexPower tinha 121 cavalos na gasolina e 127,6 cavalos no etanol, ambos a 5.200 rpm. Já o torque era de 18,3 kgfm na gasolina e 19,6 kgfm no etanol, ambos a 2.400 rpm.
O ganho era em torque nas rotações mais baixas, apesar da perda de rendimento em alta e da potência maior do 16V.
Com um motor que não era tão esportivo assim, o Astra SS teve que aceitar a condição. Ainda assim, ia de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos com máxima de 201 km/h.
O tempo era o mesmo do Astra GSi, que apenas alcança 203 km/h de final, pouco acima do SS. Na economia, porém, a nova versão era mais frugal na gasolina, fazendo 7,9 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada.
O GSi, por exemplo, fazia apenas 6,9 km/l no circuito urbano, enquanto no rodoviário era de 11,7 km/l. No etano, o SS fazia 6,6 km/l na cidade e 10,1 km/l na rodovia.
A transmissão era manual de cinco marchas e não havia opção de automático para o Astra SS. Sem escape esportivo, ele apresentava números semelhante ao Astra Comfort (2 portas) e Astra Sedan (Elegance e Elite).
Fim de linha
O tempo estava correndo rápido para o Astra e a versão SS não durou muito tempo. O motivo era que o médio da GM estava perdendo sua atração no mercado e isso ficou evidente em 2007.
A versão Advantage substituiu todas as versões de sedã e hatch a partir desse ano e o Astra SS estava devidamente ameaçado. De quebra, o Astra duas portas saía de cena para reduzir a gama, que no final das contas perdeu o Astra SS em 2008.
Ele foi a última versão original do Astra atualizado, pois, a partir do Advantage, o modelo virou apenas um carro de custo-benefício.
No entanto, o visual do SS era bom o suficiente para sobreviver como “Kit Esportivo” para o Astra Advantage na carroceria hatchback.
Assim como nasceu perdendo, o Astra SS morreu perdendo também a chance de andar melhor. Em 2005, o GSi saía levando embora o 2.0 16V, que se fosse flex, poderia ter alcançado potência muito maior.
Um ano após o fim do Astra SS, o Advantage ganhou motor 2.0 8V na configuração do Vectra, entregando assim 133 cavalos na gasolina e 140 cavalos no etanol.
Isso teria sido uma boa se o SS não tivesse morrido pouco tempo antes… No fim das contas, o Astra saiu de cena em 2011.
Astra SS substituindo o GSi
O Astra GSi já estava no mercado nacional desde 2003, quando a GM fez uma reestilização boa no médio. Ao contrário do Astra SS, o GSi tinha um apelo emocional adicional sobre os consumidores.
O motivo era que ela surgira por aqui a bordo do clássico Kadett GSi, que era uma reprodução do esportivo alemão. Depois foi usada no Vectra GSi e no Corsa GSi nos anos 90, o que elevou ainda mais a popularidade da Chevrolet.
No entanto, em 1997, a sigla da Opel foi retirada do mercado, mas retornaria em 2003. O mercado queira o Astra Sedan como GSi, mas a GM o colocou como um hatch de quatro portas (até então, apenas com duas portas no modelo anterior).
A vantagem do Astra GSi era seu motor 2.0 16V de 136 cavalos e 19,2 kgfm. No entanto, este se perdeu ao fim de 2005, ficando somente o 2.0 8V flexível, que ganha importância na Chevrolet.
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