O Golf MK4 é como chamam também a quarta geração do hatch médio da Volkswagen, best seller europeu.
O modelo foi emblemático na carreira do modelo e foi produzido durante 13 anos, no caso, por aqui mesmo.
Ele também foi feito na China, onde foi chamado Bora HS.
Além disso, o Golf MK4 nacional foi vendido no Canadá como City Golf.
Essa geração foi feita também na Alemanha, Bélgica, Bósnia-Herzegovina, África do Sul e Eslováquia.
Desenvolvido sobre a plataforma PQ34, o Golf MK4 teve vida prolongada e foi um dos carros mais desejados em seu período.
Versátil, foi o primeiro Golf feito no Brasil e também originou o sedã médio Bora, assim como a perua Golf Variant.
Em sua geração, o Golf MK4 viu um estranho companheiro, o Golf Cabriolet, que simplesmente era da terceira.
No mundo, se destacou por versões como a GTI, assim como a R com o motor VR6.
O hatch teve de 68 cavalos num diesel 1.9 SDI até 240 cavalos no poderoso R32.
Por aqui, as opções começavam em 1.6 de pouco mais de 100 cavalos até o Golf GTI 1.8 Turbo com seus 192 cavalos.
Com linhas duráveis, o Golf MK4 foi um carro que resumiu bem a filosofia Bauhaus, demorando muito a envelhecer.
Golf MK4
O Golf MK4 foi um projeto bem-sucedido de 1998, que foi influenciado diretamente pela evolução do Passat.
O hatch médio também foi envolvido numa mudança de postura da VW, que queria tornar seus carros mais luxuosos.
Com o compartilhamento da plataforma com o Audi A3, o Golf ganhou muito e ficou mais premium.
Além disso, produtos de Seat e Skoda estavam evoluindo rapidamente e já apresentavam níveis que obrigavam o Golf MK4, ser um carro tão bom quanto.
Diferente da Renault com a Dacia, a Volkswagen não soube diferenciar o nível de qualidade de suas marcas.
Assim, o Golf MK4 corria o sério risco de colidir contra seus irmãos em qualidade e construção.
A Volkswagen ainda tomou uma decisão ousada de ampliar o alcance do hatch com produção no Brasil, trazendo consigo o A3, o primeiro premium feito no Brasil.
Outro ponto importante foi a introdução de tecnologia de ponta, como o motor 1.8 20V com ou sem turbo.
Com cinco válvulas por cilindro, esse propulsor alavancou as vendas do Golf MK4 pelo mundo.
Golf MK4 – Estilo
O Golf MK4 era um carro funcional, que exibia as características de um carro purista, sem apelos emocionais.
Seguindo a escola alemã, o hatch médio da VW era marcante em sua presença, tendo as colunas C grossas sua identidade.
Com 4,149 m de comprimento, 1,735 m de largura, 1,459 m de altura e 2,515 m de entre eixos, o modelo era quase quadrado.
A frente tinha pouca inclinação e os faróis eram arredondados no centro, incorporando uma ou duas parábolas.
Os piscas e as lanternas também foram introduzidas na lente dos faróis, retirando-se o clássico conjunto no para-choque.
A grade era fusionada com o conjunto ótico, tendo dois frisos horizontais na cor do carro.
O para-choque envolvente tinha protetores na cor da carroceria geralmente, além de três grades inferiores.
Com poucos vincos, o Golf MK4 tinha colunas A e B grossas, mas as C eram realmente enormes.
Essas descreviam uma curvatura suave e elegante, que descia do teto até as rodas traseiras de maneira simétrica.
A linha de cintura era baixa, o que ampliava a área envidraçada, enquanto a tampa do bagageiro era ampla.
Tinha grande vigia, o que ajudava na visibilidade traseira, prejudicada naturalmente pelas colunas C grandes.
As lanternas compactas faziam parte do contorno das colunas C e permitiam boa abertura para o porta-malas, que tinha 330 litros de volume para bagagens.
O para-choque traseiro era bem liso e, dependendo da versão, tinha protetores pretos, assim como os frisos laterais da carroceria.
Os retrovisores eram grandes e as rodas de liga leve tinham tamanhos e desenhos variados, sendo o de cinco raios, o mais famoso.
Dependendo da versão, o Golf MK4 tinha teto solar elétrico.
Por dentro, o ambiente era bem mais acabado que a geração anterior, ainda muito presa em estilo aos anos 80.
O conjunto mais premium era uma releitura do ambiente visto no Audi A3.
Este, por sua vez, reproduzia exatamente o que a marca de luxo alemã queria expor diante de seus rivais.
Tal como o Passat, que nessa época tinha plataforma de Audi e motor longitudinal novamente, o Golf MK4 era quase um A3.
Até a disposição dos comandos era a mesma, mas o hatch da VW devia ser mais simplificado e cumpriu essa tarefa.
O rádio, por exemplo, era um 1din e bem mais simples que o do Audi.
O cluster era o mesmo, dadas as características de cada marca, assim como comandos no painel e botão de farol.
Com isso, o Golf dava um salto enorme em qualidade, o que rapidamente chamou atenção dos clientes.
O quadro de instrumentos tinha mostradores grandes e analógicos, mas com pequenos para combustível e temperatura da água.
Também tinha dois displays digitais, um para hodômetros e outro para relógio digital.
Com boa posição de dirigir, o Golf MK4 tinha comandos dos vidros e travas bem acessíveis na porta, assim como os retrovisores.
O volante de quatro raios com airbag era algo bom, mas o de três raios, muito parecido com o A3, era mais emocional.
Já a transmissão tinha alavanca curta e engates similares, sempre macios e precisos.
O airbag do passageiro tinha capa aparente, enquanto o porta-luvas era bom em tamanho.
Ele tinha bancos largos e confortáveis eram um convite para apreciar o best seller da Volkswagen.
O espaço atrás era mediano por causa da plataforma de base curta, mas o porta-malas era bom para a época.
Atualização
O termo durável para o Golf MK4 se justifica em seu visual, que praticamente não mudou de 1998 até 2007.
Por quase 10 anos, o hatch da Volkswagen manteve o mesmo estilo no Brasil, onde a produção foi prolongada.
Em 2007, a Volkswagen decidiu atualiza-lo para durar mais alguns anos e por isso fez um trabalho que o levou até a linha 2012, um ano antes de chegar a sétima geração.
Com isso, o Golf MK4 deu um salto de gerações, pulando as MK5 e MK6, que eram consideradas bem caras.
Daqui, o apelidado Golf 4,5 chegou até o Canadá, onde foi vendido por três anos como City Golf.
Essa designação era usada na África do Sul para a primeira geração, ainda feita naquela época.
A atualização do Golf MK4 o tornou mais personalizável, incorporando elementos estéticos mais joviais.
As mudanças se concentraram na frente e nas lanternas traseiras, além de para-choques.
O conjunto ótico foi ampliado, ganhando projetores de tamanhos diferentes e incorporando no maior, repetidores de direção.
Com isso, o capô foi modificado, assim como os para-lamas dianteiros.
A grade do Golf MK4 atualizado ficou mais independente e recebeu dois novos frisos.
Dependendo da versão, como a Sportline, eles eram pretos, mas geralmente tinham a cor da carroceria.
O para-choque ganhou vincos mais acentuados, porém, mantendo as três grades inferiores.
Estas podiam ser pretas em versões como a Sportline, por exemplo, tendo ainda opção de faróis de neblina circulares.
Os retrovisores com piscas eram iguais aos do Fox, por exemplo, maiores e mais aerodinâmicos.
Na traseira, a VW manteve o formato das lanternas originais, introduzindo uma lente clara ou escura (dependendo da versão), contendo uma lente interna circular, como era o estilo da marca na época.
Havia também um prolongamento do desenho sobre a tampa do bagageiro, onde havia uma lente circular menor, dentro de outra maior e quase quadrada.
Os para-choques ganharam a parte inferior em preto, assim como nas laterais.
A tampa traseira também tinha alterações na parte central e o escape podia ser simples ou duplo, de acordo com a versão.
Para disfarçar a idade do painel, que era o mesmo de 1999, a VW adicionou cluster de fundo branco em algumas versões.
O ar condicionado digital também estava disponível, tal como sistema de áudio mais completo e moderno.
O volante do Passat da época também foi introduzido para modernizar o hatch, mas a idade já pesava muito.
Já os bancos eram mais confortáveis, podendo ser revestidos em couro bem acolchoado e com apoio de braço central.
Com cintos de três pontos para todos e ambiente com teto e colunas claras, o Golf MK4 atualizado era um bom convite.
Golf MK4 – Mecânica
O Golf MK4 utilizou os motores das famílias EA111, EA113 e EA827, sem contar os motores diesel e VR6, usados lá fora.
O hatch médio no Brasil começou sua carreira com duas motorizações básicas, que eram compartilhadas com o Audi A3.
Na época, a Volkswagen começou a produzir no Brasil o EA111, nova família de motores com cabeçote 8V de alumínio e movidos por gasolina.
O Golf chegou com motor 1.6 chamado SR e que entregava 101 cavalos a 5.600 rpm e 14,5 kgfm a 3.800 rpm.
Com ele, o hatch ia de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos e tinha máxima de 183 km/h.
O consumo era de 13 km/l na estrada e 9,5 km/l na cidade.
Em 2001, esse propulsor foi trocado pelo nacional EA111 1.6 8V com 101 cavalos e mais torque.
Este tinha bloco de ferro fundido e sem coletor de admissão variável, como no importado.
Ele ainda continua a ser feito para os modelos Gol, Voyage e Fox, mas atualizado.
No entanto, o destaque mesmo era o EA113 1.8 20V de quatro cilindros também, mas com cabeçote de cinco válvulas por cilindro.
Este propulsor tinha duas versões, sendo uma aspirada com 125 cavalos e outra turbinada com 150 cavalos.
Porém, o Golf Mk4 não o utilizou no Brasil, primazia do A3, mantendo o 2.0 8V de 116 cavalos importado do México.
Este tinha potência máxima aos 5.200 rpm e torque de 17,3 kgfm a 2.400 rpm, podendo usar câmbio manual como no 1.6 ou automático com 4 marchas.
Nesse câmbio, o hatch fazia 8 km/l na cidade e 13 km/l na estrada, tendo aceleração até 100 km/h em 11,9 segundos e com máxima de 192 km/h.
Em novembro de 1999, chega o Golf GTI, que traz o mesmo motor 1.8 Turbo do A3.
Com 150 cavalos a 5.700 rpm e 21,4 kgfm a apenas 1.750 rpm, o 1.8 20V Turbo era o suprassumo tecnológico da VW.
Ia de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos e com máxima de 216 km/h.
Tendo suspensão 20 mm mais alta que o modelo importado de 1998, o Golf Mk4 nacional ficou mais potente em 2002.
O motor 1.8 20V Turbo teve a força ampliada para 180 cavalos a 5.500 rpm e 24 kgfm a 1.950 rpm.
Assim, esse GTI voava de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos e com máxima de 227 km/h.
A série especial VR6 teve 99 unidades vendida do Golf Mk4, importado da Alemanha antes do fim da produção do mesmo.
Com carroceria de duas portas, o Golf VR6 2.8 tinha 200 cavalos a 6.200 rpm e 27 kgfm a 3.200 rpm.
O câmbio era manual de seis marchas, mas ele fazia apenas 7,7 segundos até 100 km/h, sendo pouco melhor que o GTI da época.
Era mais lento também, alcançando 209 km/h.
A fim de disputar força com o Honda Civic Si, a VW chegou a declarar potência bruta de 192 cavalos no Golf GTI.
Em 2006, o Golf Mk4 ganha motor EA111 1.6 8V Flex com 101 cavalos na gasolina e 103 cavalos no etanol.
No ano seguinte, o 2.0 troca o câmbio automático de 5 marchas Tiptronic por um de seis marchas.
Dois anos depois, ele ganha o motor 2.0 8V Flex com 116 cavalos na gasolina e 120 cavalos no etanol.
No fim de carreira, o Golf Mk4 tinha motores 1.6 Flex de até 103 cavalos e 2.0 com até 120 cavalos, este último apenas automático.
Versões
O Golf Mk4 chegou com uma versão de entrada com motor 1.6 e 2.0, além do GTI 1.8 Turbo.
Em 2000 teve a versão Comfortline, seguida de séries como Trip 1.6 (com rack e bicicleta), Generation 1.6 e, no ano seguinte, Black and Silver.
Também teve a série Sport 1.6 ou 2.0, bem como 1.8 Turbo.
Outra opção foi a Flash 1.6, mas a Tech marcou a chegada do motor 1.6 VHT de até 104 cavalos, sendo o atual em produção e mesmo EA111 de antes.
As séries Black Edition e Silver Edition chegaram já na atualização antes da Sportline, que marcou os últimos dias do Golf MK4.
Por fim, a Limited Edition, que era baseada na Sportline 1.6 (havia opção 2.0 automática).
No último ano, o Golf MK4 ganhou freios ABS e airbag duplo de série.
Saiu de cena deixando saudades em 2012.
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