A F250 4×4 foi uma versão da picape grande produzida pela Ford no final dos anos 90 e início dos anos 2000 no Brasil.
Herdeira da F1000, a picape chegou com o mesmo visual da versão americana e trouxe consigo a força de um segmento forte por lá. Com grande capacidade de tração e reboque, a F250 4×4 é usada ainda hoje em diversas atividades no meio rural.
Regiões bem afastadas e em estradas de terra em estado muito ruim, ela é empregada muitas vezes no reboque de outros veículos atolados, inclusive usando lastro sobre a caçamba.
Nesse caso, a F250 4×4 é bem popular na internet, onde vários vídeos mostram-na puxando carretas, muitas vezes carregadas.
Sua força e robustez são apreciadas por muitos e hoje ela é valorizada ao máximo, visto que a Ford encerrou sua produção. Como o mercado só dispõe da RAM 2500 por um preço muito alto, ter uma F250 4×4 em bom estado é vantagem.
Tendo cabine simples ou dupla, essa picape enorme da Ford explorou bem suas capacidades para oferecer bom custo-benefício.
Por aqui, o modelo teve apenas uma motorização turbo diesel e sistema de engate elétrico.
Apesar de sua enorme capacidade no fora de estrada com a tração nas quatro rodas, o sistema 4×4 chegou bem tarde.
Apenas em 2006, a Ford se mexeu diante da (Dodge) RAM 2500 e adicionou o dispositivo.
F250 4×4
Em 2006, a F250 4×4 surgiu como parte da linha 2007 e com algumas melhorias para enfrentar a picape da Dodge.
Os faróis foram modificados, agora recebendo repetidores de direção e luzes diurnas na mesma lente, agora lisa.
A grade ganhou barras horizontais cromadas e aberturas laterais verticalizadas.
O para-choque cromado da F250 4×4 ganhou três aberturas para refrigeração e ficou mais parrudo.
A picape também ganhou novas rodas de liga leve aro 16 polegadas e sempre com pneus bem altos, todo-terreno.
A logotipia associada com o modelo foi alterada, especialmente com a chegada da nova versão, que estampava um vistoso “4×4” nas laterais da caçamba.
A F250 4×4 era bem robusta e imponente, sendo fabricada pela Ford na planta de Taboão, em São Bernardo do Campo, que hoje está sendo negociada oficialmente com o grupo CAOA.
Essa picape era fabricada junto com a F350 e a F4000, que atuavam em segmentos de peso acima dela.
Mesmo assim, a picapona tinha PBT de 3.500 kg, o que obrigava o condutor a ter CNH categoria C, sendo classificada como caminhão.
Pesada, a F250 4×4 media 5,755 m de comprimento, 2,025 m de largura, 1,950 m de altura e 3,480 m de entre eixos na cabine simples.
Com uma caçamba enorme, a F250 4×4 CS tinha 2.203 litros para transportar cargas atrás.
A carga útil era de 1.165 kg e o peso vazio era de 2.825 kg.
Essa versão da picape tinha suspensão elevada, com vão livre de 21 cm.
O ângulo de entrada era de 31 graus, enquanto o ângulo de saída era de 26 graus.
Já o ângulo central era de 27 graus, podendo a F250 4×4 CS transpor cursos d´água de 90 cm.
Com espaço para três pessoas, a picape tinha portas com maçanetas embutidas e retrovisores bem grandes.
Havia também estribos laterais curtos, próprios para facilitar o acesso à cabine.
A picape da Ford também tinha antena elétrica do rádio e vigia traseira basculante.
A luz de freio auxiliar, assim como iluminação da caçamba ficavam no alto da cabine, logo acima da vigia.
Sobre a caçamba, não havia capota marítima, mas proteção plástica conservava as partes mais suscetíveis ao tempo.
Com lanternas traseiras verticais, a F250 4×4 CS tinha também para-choque traseiro cromado e tampa da caçamba de fácil acesso.
Não trazia santantônio, proteção do vidro traseiro ou rack no teto, assim como também era ausente a capota marítima.
Vendidos como acessórios dentro e fora da rede Ford, ajudaram a dar um visual mais bacana ao modelo.
F250 4×4 Cabine dupla
Entretanto, a versão mais anabolizada da F250 4×4 era mesmo a cabine dupla.
Com 6,243 m de comprimento, 2,031 m de largura, 1,950 m de altura e 3,968 m de entre eixos, ela era enorme.
Sua caçamba era menor que a da CS, tendo 1.835 litros.
A cabine era bem ampla e tinha quatro portas, sendo que as traseiras também recebiam maçanetas embutidas.
Assim como na CS, a F250 4×4 CD tinha janelas dianteiras rebaixadas, mas as traseiras eram quase quadradas.
Ela mantinha as demais características da cabine simples, tais como engates no para-choque e rodas de cinco raios duplos.
A CD oferecia ainda estribos laterais maiores para o acesso de quem ia atrás.
Com cinco lugares, ela diferia em sua configuração interior.
Interior da F250 4×4
Embora não fosse luxuosa, a F250 4×4 tinha o seu conforto e praticidade, além de bom espaço interno.
O painel era amplo e tinha dois tons de cinza, oferecendo instrumentação atualizada.
Esta passava a ter conta-giros e velocímetro distanciados, tendo entre eles um display digital com hodômetros e luzes-espia.
Nas extremidades, ficavam os medidores de combustível, temperatura da água, manômetro do óleo e voltímetro.
Havia quatro difusores de ar e ao centro um sistema de áudio 2din com CD player, rádio e entrada auxiliar.
No lado esquerdo, havia o seletor de tração do 4×4.
A F250 4×4 tinha volante em dois raios com ajuste de altura e direção hidráulica.
Com janelas baixas, apresentava boa visibilidade e tinha comandos dos vidros elétricos (todos) no apoio de braço das portas.
Tinha ainda ajustes elétricos dos retrovisores e travamento central elétrico.
O ar condicionado tinha comandos manuais, tendo a F250 4×4 também diversos porta-objetos e copos.
Na versão de cabine simples, o banco era quase inteiriço e tinha lugar para três pessoas.
Na cabine dupla, a Ford criou um apoio de braço com um grande porta-objetos entre os bancos dianteiros, individuais.
O banco traseiro era uma reprodução dos assentos da cabine simples, com o esquerdo individual.
A F250 4×4 tinha dois porta-luvas e uma boa altura interna.
Motor e desempenho
A F250 4×4 chegou já na segunda motorização da picape no mercado brasileiro.
Quando chegou ao Brasil em 1999, a picape tinha um motor diesel 4.2 de seis cilindros em linha e com 180 cavalos.
Algum tempo depois, a Ford substituiu-o pelo mais potente Cummins ISB4 MaxPower de 3.9 litros.
Com quatro cilindros em linha, turbocompressor e sistema de injeção direta de combustível, o Cummins era bem grande.
Usado em caminhões leves e médios, ele tinha cabeçote com quatro válvulas por cilindros.
Feito de ferro fundido, o Cummins ISB4 tinha 3.920 cm3 de volume e trabalhava com taxa de compressão de 17,3:1.
Atendendo à norma Euro III, era um motor mais limpo que o anterior.
Com tudo isso, a F250 4×4 entregava 203 cavalos a 2.900 rpm e 56 kgfm a 1.500 rpm.
Ela tinha transmissão manual ZF S5420 de cinco marchas e embreagem de acionamento hidráulico.
As relações de marcha foram alongadas e o acelerador passou a ser eletrônico.
O diferencial também passou a ter relação mais longa, devido ao motor mais forte.
O sistema de tração nas quatro rodas eras do tipo 4×4 com opção de 4×2, 4×4 e 4×4 com reduzida.
No engate da 4×4, a F250 4×4 tinha que rodar até 80 km/h no máximo.
No caso do 4×4 com reduzida, que era de 2,72:1, o seletor no painel só podia ser acionado com a picape parada.
Além disso, era preciso acionar a embreagem e o freio ao mesmo tempo para que as engrenagens de redução acoplassem.
No seletor de tração no painel, o condutor podia deixar a roda livre no modo Auto, tanto no 4×4 quanto no 4×4 com reduzida.
Já se a opção fosse anular a roda livre, era preciso acionar a posição Lock, que também podia ser usada para eliminar a roda-livre em caso de falha no modo automático.
Na F250 4×4 CS, o desempenho com esse conjunto era de 0 a 100 km/h em 14,2 segundos e com máxima de 160 km/h.
Nessa versão, o consumo era de 6,7 km/l na cidade e 8,8 km/l na estrada, lembrando que o tanque tinha 110 litros.
Assim, a autonomia teórica era de 968 km com a cabine simples.
No caso da cabine dupla, a F250 4×4 CD também era limitada em 160 km/h e mais lenta: 14,8 segundos para chegar a 100 km/h.
O consumo era quase igual, fazendo 6,6 km/l no ciclo urbano e 8,7 km/l no rodoviário.
A F250 4×4 nunca teve transmissão automática no Brasil.
A Ford só usou caixa de transmissão manual da ZF, mas a empresa Tropical Cabines, do Paraná, adicionou uma caixa automática por conta própria em seus veículos adaptados e personalizados.
A F250 Tropivan era um exemplo, sendo ela testada pelo NA.
Esse modelo da Ford foi produzido até 2011, quando saiu de cena junto com a F350 e o F4000, que retornaram posteriormente.
Suspensão com 4×4
Diferentemente da versão 4×2, a F250 4×4 não tinha suspensão dianteira Twin I-Beam clássica.
O conjunto frontal era composto por um eixo rígido com diferencial e feixe de molas semi-elípticas.
Na traseira, o eixo também é rígido com diferencial, tendo também feixe de molas.
Os amortecedores foram colocados do lado de fora das longarinas do chassi, facilitando sua substituição.
O conjunto era muito robusto e fácil de se elevado para ampliar as capacidades no off road.
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