quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Como fazer a rotação de culturas na prática? Veja neste artigo

No meio ambiente, os processos relacionados ao desenvolvimento das plantas são bem diversificados. Isso gera um equilíbrio que torna o ecossistema sustentável, com uma constante disponibilidade de recursos vitais para os vegetais. Essa diversificação pode ser reproduzida na lavoura por meio da rotação de culturas.

Trata-se de uma prática de manejo do solo que visa o equilíbrio dos seus atributos físicos, químicos e biológicos por meio do plantio de diferentes espécies vegetais em uma mesma área.

Neste artigo, vamos falar sobre a importância de realizar a rotação de culturas e como aplicá-la de forma eficaz. Confira!

Qual é a importância da rotação de culturas para o agricultor?

A persistência de uma única cultura em um ecossistema vai contra a diversidade proposta pela própria natureza. Essas atividades repetitivas próprias da monocultura geram outros danos à cultura, além de obrigar o agricultor a intensificar seus esforços de manutenção do solo para garantir seu equilíbrio, levando à degradação e queda de produtividade. Entre os danos, podemos destacar:

  • extração em grande quantidade do mesmo nutriente do solo, o que causa desequilíbrio, exaustão e esgotamento dos seus recursos, levando ao empobrecimento nutricional;
  • condições mais favoráveis à proliferação e persistência em larga escala de pragas e doenças que atacam aquele vegetal específico, sem que haja um inimigo natural para combatê-lo, levando ao aumento no uso de defensivos;
  • perda da biodiversidade e desequilíbrio ecológico.

A rotação de culturas, porém, promove uma diversificação no cultivo de espécies vegetais que ajuda a renovar o solo, reciclando suas propriedades nutritivas. Além disso, gera uma proteção natural contra o desenvolvimento de pragas e doenças, como fungos e insetos. Essas vantagens são observadas em decorrência de diferentes motivos:

  • cada espécie cultivada deixa matéria biológica em forma de nutrientes e palhada, que enriquecem e protegem o solo e favorecem o cultivo de outros tipos de vegetais;
  • a porosidade do solo aumenta em razão do cultivo de espécies com diferentes tipos de raízes (sistema radicular);
  • facilita a penetração de água no solo, o que contribui para o aumento da atividade biológica e melhores condições nutricionais para as plantas;
  • aumenta a disponibilidade de nitrogênio no solo, se usadas espécies leguminosas na rotação;
  • permite-se rotacionar também os herbicidas utilizados para controlar as plantas daninhas;
  • segundo dados da Embrapa, a rotação de cultura pode garantir 10% de aumento na produtividade;
  • quebra a persistência de pragas e doenças — por exemplo, muitas espécies que atacam o milho não atingem a soja, de modo que ao substituir uma cultura pela outra, a praga perde sua fonte de alimento.

Apesar das grandes vantagens da rotação de culturas, ainda existe certa resistência por parte dos agricultores, sobretudo por razões econômicas. Muitos produtores selecionam a espécie com base nos ganhos comerciais, e não nos cuidados necessários ao solo e na sustentabilidade.

Porém, a prática de manejo adequado do solo traz grandes benefícios à atividade agrícola, principalmente em longo prazo. Por isso, considere as principais ações relacionadas.

Quais são as melhores práticas associadas ao cultivo rotacionado?

Sucessão de culturas

A sucessão de culturas se refere à alternância de espécies em uma área, em sequência, ou seja, uma após a outra. Segue então a mesma ideia de alternância proposta pela rotação. O objetivo é evitar que uma mesma cultura se perpetue no talhão (monocultura), o que poderia gerar riscos à qualidade nutricional do solo e ao desenvolvimento de pragas e doenças.

Para realizar a sucessão de culturas, é necessário planejar a escolha das espécies vegetais com base em diferentes fatores:

  • associar plantas comerciais com espécies que geram uma quantidade considerável de biomassa e apresentem um rápido desenvolvimento, entre elas temos as gramíneas, as plantas forrageiras e as leguminosas, semiperenes ou anuais;
  • selecionar preferencialmente plantas que contribuam para fixar nitrogênio, com raízes profundas e de grande volume;
  • usar tecnologias de controle de erosão, adubação, tratamento de sementes, cultivares adaptadas e controle de pragas, doenças e daninhas;
  • levar em conta a diversidade, selecionando espécies vegetais com diferentes demandas nutricionais, sistemas radiculares e hábitos de crescimento, para que haja efeito no ciclo de desenvolvimento de doenças e pragas. Em relação à soja, podem ser usados milho, milheto e girassol, por exemplo;

O planejamento da sucessão de culturas também deve selecionar as variedades com base no objetivo do sistema. Por exemplo, para cobrir o solo e contribuir para a formação inicial da palhada, pode-se optar por espécies que gerem um grande volume de massa seca. Mas se o objetivo é reduzir a predominância de pragas e doenças, é preciso avaliar os hábitos alimentares desses agentes.

Veja alguns exemplos relativos a objetivos e seleção de espécies em rotação:

  • produção de palha: aveia preta > milheto > soja;
  • produtividade do milho e contribuição para a estrutura do solo: soja > girassol safrinha > milho;
  • descompactação do solo e controle de daninhas: nabo forrageiro > milheto na primavera > soja.

Adubo verde e cobertura com leguminosas

As leguminosas utilizadas como cobertura e adubo do solo contribuem na criação de biomassa para reciclar nutrientes no solo. São espécies que melhoram os aspectos físicos do solo, descompactando a superfície e aumentando a oxigenação, condições que previnem a erosão.

Essa prática precisa ser bem planejada para definir a hora certa de plantar e quando retirar. Isso evita que a espécie selecionada se prolifere pelo campo e comprometa a cultura principal.

Em todos os casos de rotação de culturas, o ideal é adotar plantas de diferentes grupos. Por exemplo:

  • gramíneas: milho, arroz, pastagem, trigo, soja etc.;
  • leguminosas: grão-de-bico, feijão, soja, ervilha e lentilha.

Além disso, é bom lembrar que essas são práticas que não vão trazer resultados imediatistas. É necessário ter uma visão preventiva, e não a implementar somente quando houver um problema já presente na lavoura.

As práticas e técnicas relativas à rotação de culturas podem contribuir para o agronegócio brasileiro ser mais produtivo e sustentável, reduzindo o impacto negativo que a atividade tem sobre o meio ambiente. Além disso, o produtor também percebe a redução de custos, uma vez que serão utilizados menos defensivos e insumos na lavoura.

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