quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Calagem do solo: saiba quais são os benefícios e como fazer

A calagem do solo é uma das práticas agrícolas mais tradicionais, em razão das características da maioria dos solos brasileiros. Por causa disso, é praticamente uma operação realizada em quase todas as propriedades, seja para a lavoura, seja para a formação de um bom pasto.

A atividade, no entanto, apresenta alguns aspectos técnicos que devem ser considerados para que se tenha sucesso na sua utilização. Desse modo, análise de solo, o tipo de calcário e a forma de aplicação são algumas das variáveis que devem ser consideradas para um bom resultado.

Continue a leitura deste post, conheça os benefícios e saiba como fazer a calagem do solo na sua lavoura.

O que é calagem do solo?

O solo agrícola é um ambiente dinâmico e deve estar em condições de atender às necessidades da cultura que será implantada. Nesse sentido, sua estrutura e textura devem ser adequadas para as plantas que ali vão se desenvolver, assim como sua capacidade de fornecer os nutrientes indispensáveis para uma boa produção.

Ocorre que, embora presentes naturalmente ou introduzidos pela utilização de fertilizantes, os nutrientes precisam de determinadas condições físico-químicas do solo para ficarem disponíveis para as plantas. Uma das mais importantes condições do solo é a sua acidez.

Boa parte dos solos brasileiros é constituída por ambientes relativamente ácidos para a maior parte das culturas, de modo que essa condição deve ser corrigida. A correção que se faz é a calagem.

A calagem, portanto, é uma das primeiras operações de preparo do solo para o cultivo de uma lavoura, assim como a adubação. Ela consiste na aplicação de calcário no terreno, uma vez que esse produto é capaz de reagir com o solo e diminuir sua acidez até as condições mais adequadas para a lavoura que será cultivada.

Quais são os benefícios da calagem do solo?

A principal razão para a prática da calagem no preparo do solo reside na correção da acidez. Nesse sentido, a maneira de se avaliar a acidez é medir o pH do solo — o que se faz em laboratório, a partir de uma amostragem do terreno.

Quanto maior for a acidez, menor é o valor do pH — enquanto o valor neutro do pH é igual a 7,0. O contrário da acidez é a alcalinidade, de forma que valores abaixo de 7,0 aproximam-se da acidez (solos ácidos) e valores acima de 7,0 se dirigem à alcalinidade (solos alcalinos).

Leve em conta que a maioria das plantas cultivadas se desenvolve melhor na faixa de pH situada entre 5,5 e 6,5 (solos levemente ácidos). Assim, após uma análise do solo, se os valores se mostrarem abaixo dessa faixa, provavelmente (depende da cultura) deverá ser indicada uma calagem.

Além de corrigir a acidez, a calagem também ajuda a reduzir a disponibilidade de um elemento tóxico para as plantas e comum em muitos solos brasileiros: o alumínio. Esse elemento, ao contrário da maioria dos nutrientes, fica indisponível quando se corrige a acidez.

Por sua vez, a calagem ainda fornece dois nutrientes indispensáveis às plantas: o cálcio e o magnésio. São inúmeras as reações bioquímicas das plantas que precisam desses elementos para acontecerem de forma regular.

Além disso, a presença desses dois elementos garantida pela calagem viabiliza a disponibilidade de outros nutrientes do solo para a lavoura. De sobra, a calagem facilita a vida microbiana benéfica do solo, assim como as condições para a matéria orgânica. Todas essas variáveis afetam a produtividade.

Quais são os passos para fazer a calagem do solo?

Para a realização da calagem, algumas medidas anteriores devem ser tomadas até a aplicação efetiva do produto no solo. Considere que a operação deve ser realizada cerca de 3 meses antes do plantio.

Veja a seguir os 5 passos para uma calagem.

1. Amostragem do solo

A coleta de amostras para uma análise de solo — seja para calagem, seja para conhecer outros parâmetros da qualidade do solo — deve seguir alguns procedimentos técnicos para que seja, de fato, representativa do solo.

O laboratório para onde as amostras serão encaminhadas pode orientar sobre o procedimento mais adequado e a quantidade necessária.

2. Encaminhamento para o laboratório

Após coletada a amostra conforme orientação técnica, ela deve ser devidamente encaminhada para o laboratório com os dados de data, local de coleta, responsável, entre outros.

3. Definição do tipo e da dose de calcário

Com o resultado da análise e em função da cultura, é possível definir o tipo de calcário que será utilizado (com mais ou com menos magnésio em sua composição) e a dose que será empregada. Uma das formas de se classificar o calcário é pelo seu poder relativo de neutralização total (PRNT).

Dessa forma, quanto maior for o valor do PRNT, menor deve ser a quantidade necessária de calcário a ser aplicada. No geral, os valores são distribuídos conforme os dados a seguir em função do tipo de calcário e seu PRNT.

  • Tipo A: PRNT de 45% a 60%.
  • Tipo B: PRNT de 60,1% a 75%.
  • Tipo C: PRNT de 75,1% a 90%.
  • Tipo D: PRNT acima de 90%.

Outra forma de classificação do calcário leva em conta sua composição química, em especial os teores de óxido de cálcio (CaO) e óxido de magnésio (MgO). Com base nos teores desses compostos, o calcário pode ser:

  • calcítico: mais cálcio (acima de 40%) e menos magnésio (até 5%);
  • magnesiano: cálcio entre 30% e 40% e magnésio entre 5% e 12%;
  • dolomítico: cálcio entre 25% e 30% e magnésio acima de 12%.

4. Aquisição do produto

Dependendo da localização da sua propriedade, o custo do transporte do calcário pode ser significativo. Tendo definido o tipo de calcário que será utilizado, pesquise com os fornecedores qual é a melhor opção. Leve em conta que cada gasto compõe o custo da safra.

5. Aplicação do calcário

Essa é a operação mais importante e dela dependerá o sucesso da correção do solo. Para isso, existem duas possibilidades: distribuição do calcário na superfície sem a subsequente incorporação (plantio direto) ou distribuição do calcário seguida de incorporação por aração e gradagem (plantio convencional).

A calagem do solo é uma prática tradicional que gera diversos benefícios para a lavoura, mas requer atenção em alguns passos para sua efetivação com sucesso. É importante considerar que essa é uma operação que deverá ser repetida periodicamente.

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