quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Cultura perene e cultura de ciclo longo: veja como manter a produtividade

No setor agrícola é muito comum ouvirmos falar em cultura perene e cultura de ciclo longo. O termo perene representa algo permanente ou que dura vários anos. Por isso, esse tipo de lavoura é aquela que, após ser plantada e concluir um ciclo produtivo, não necessita ser replantada.

Na maioria das vezes, essas plantações envolvem árvores que produzem frutas. Assim, como apenas os frutos são colhidos, não é necessário fazer novos plantios. Por esse motivo, a lavoura pode demorar a ser renovada, garantindo um longo período de trabalho.

Algumas técnicas ajudam a manter a alta produtividade da cultura perene e de ciclo longo. Continue a leitura e conheça essas boas práticas!

Cultura perene e de ciclo longo

Como dissemos, as plantas perenes são conhecidas agronomicamente como culturas de ciclo longo. Elas têm como principal produto os frutos, tanto para a indústria quanto para consumo in natura, servindo como matéria-prima para vários alimentos e produtos.

Como não há necessidade de replantar após a colheita, essa cultura demanda um investimento inicial de implantação com materiais para abertura de covas e áreas de plantio, maquinário agrícola, mudas, mão de obra e insumos.

Depois, são realizados ajustes de cultivo periódicos ou anuais que permitem um melhor crescimento da planta e o desenvolvimento de novos frutos, de forma a gerar produtividade e rentabilidade no próximo ciclo produtivo.

No Brasil, as plantas perenes mais importantes são: laranja, limão, café, banana, uva, maçã, pera, gramíneas forrageiras, manga, goiaba, mamão, leguminosas, entre outras.

Boas práticas para manter a produtividade

Com investimentos certos em tecnologia, novas técnicas de manejo do solo e modelos de cuidados com a lavoura, é possível maximizar os resultados da cultura de ciclo longo e transformar a agricultura. Saiba como manter uma boa produtividade na lavoura.

Calagem

Um dos principais motivos para a baixa produtividade é a acidez do solo. A maior parte dos solos contêm baixos teores de magnésio e cálcio, proporção tóxica de alumínio e até mesmo de manganês.

O calcário é usado para corrigir esses problemas. A prática é conhecida como calagem e é essencial para elevar a produtividade das culturas, uma vez que:

  • corrige a acidez do solo;
  • melhora o ambiente radicular;
  • aumenta a disponibilidade do fósforo;
  • diminui a perda de bases por lixiviação;
  • fornece magnésio e cálcio às plantas;
  • melhora as propriedades biológicas e físicas do solo.

A calagem deve ser feita a partir de análises de solo, realizadas em amostras coletadas, em geral, de camadas de 20 a 40 centímetros de profundidade para culturas de ciclo longo. Com os resultados, o técnico indica a quantidade de produto necessária para fornecer cálcio e magnésio ou neutralizar a acidez do solo.

No caso de culturas perenes já implantadas, o ideal é utilizar um calcário finamente moído, aplicado em superfície.

Rotação

A escolha de culturas para a rotação não deve ser feita ao acaso. Ao contrário, a prática precisa ser bem planejada para que cada planta possa aproveitar os benefícios deixados pela cultura anterior e agregar atributos para próximos cultivos. Para isso, as espécies devem ter sistemas radiculares diferentes, de forma a explorar várias camadas de solo, adicionando matéria orgânica em diversas profundidades.

A diferença nutricional também deve ser levada em consideração. Além disso, espécies não muito próximas ajudam a evitar que pragas de uma cultura ataquem a cultura subsequente. Com essa técnica, é possível melhorar a produtividade agrícola e, do mesmo modo, manter a fertilidade do solo. Isso impacta diretamente na conservação da superfície, que fica coberta contra impactos das gotas de chuva.

Irrigação

A forma de irrigar também tem influência na produção de plantas perenes. Em situações em que o tipo de solo, variedade e manejo são semelhantes, é possível obter na irrigação localizada uma produtividade que pode ser até duas vezes maior que a obtida com a rega por superfície, em geral na modalidade sulco.

Um dos principais motivos para essa diferença é que a irrigação por superfície apresenta baixa frequência de reposição hídrica. Por isso, essa prática conduz a uma superdosagem da lâmina de água no tempo de reposição, com carência hídrica por acréscimo do turno de rega.

Como as despesas com energia e água têm maior presença na irrigação por superfície, o agricultor irriga em abundância apenas uma vez por semana. Assim, as plantas ficam em ambiente saturado por um baixo período, e oferta hídrica reduzida no restante do período. É essa flutuação no teor de água no solo que causa impacto na produtividade.

Benefícios de cultivar plantas perenes e de ciclo longo

As plantas perenes têm diversas vantagens relacionadas à manutenção e ao cultivo. Afinal, elas tendem a apresentar melhores resultados de produção, serem mais resistentes e, mesmo em condições pouco favoráveis, conseguem manter um bom desenvolvimento. Um dos motivos para esse sucesso está na forte estrutura das suas raízes, que são profundas e resistentes. Com isso, elas conseguem captar nutrientes de maior volume de solo.

Em geral, o trato cultural é reduzido em relação à utilização de maquinários e defensivos agrícolas, uma vez que a planta é capaz de se manter viva e produtiva durante anos depois de instalada. Porém, isso pode variar de acordo com a cultura e a espécie.

Com relação aos benefícios econômicos, a aferição ocorre durante as vendas, ao longo do tempo da atividade e do seu retorno. Para isso, é necessário considerar os custos de manutenção no decorrer dos anos e sua retribuição de acordo com o início da fase reprodutiva da plantação, variando de três a dez anos, dependendo da cultura.

Em culturas de ciclo longo, o retorno sobre o capital investido geralmente inicia-se no decorrer dos dois ou três primeiros anos, variando de acordo com a variedade do cultivar escolhido. A cultura pode ser precoce, meia-estação e tardia.

Como não há a necessidade de preparar o solo constantemente para o plantio, a cultura perene muitas vezes é colocada em regiões de relevo mais declivoso. Assim, a cultura de ciclo longo cobre o solo por um período prolongado e o expõe a pouca possibilidade de erosão quando comparada àquelas que necessitam da reforma da área de plantio em prazos de um ano ou menos.

Gostou das informações? Então, complemente a leitura e não deixe de conferir qual é a importância da capacitação de operadores de máquinas agrícolas!

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