quinta-feira, 9 de maio de 2019

Queda das Emissões Domésticas em 2019

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Em 2014, fim da Era Social-Desenvolvimentista (2003-2014), o total de financiamento empresarial foi R$ 336,6 bilhões, sendo R$ 148,8 bilhões em emissões de debêntures e ações. Em 2018, o total baixou para R$ 281,4 bilhões, mas essas emissões atingiram R$ 212,1 bilhões, ou seja, o aumento de R$ 63,3 bilhões nessas emissões no mercado de capitais não compensou a queda de R$ 118,5 bilhões nos financiamentos do BNDES.

Em abril de 2019, segundo a ANBIMA, as emissões no mercado de capitais doméstico (sem contar com as demais ofertas públicas ainda não encerradas) registraram um volume de R$ 9,0 bilhões, 55% abaixo do mês anterior. O resultado acumulado em 2019 foi de R$ 60,7 bilhões contra R$ 74,0 bilhões do mesmo período do ano passado, o equivalente às 180 operações contra 265 do ano anterior.

As debêntures registraram em abril um volume de R$ 4,7 bilhão, 59% abaixo do volume emitido em março. O total das emissões deste ativo no ano foi de R$ 29,1 bilhões contra R$ 46,2 bilhões do mesmo período de 2019, o que corresponde à uma queda de 37,0%.

Todos os papéis foram colocados através de sete emissões pela Instrução nº 476, sendo a de maior volume referente à uma emissão do segmento de transporte e logística (R$ 1,4 bilhões), três de energia elétrica (R$ 1,7 bilhão) e as restantes referentes à   Educação, Financeiro e Comunicação. Não houve registro de colocação de debênture incentivada, emitida através da Lei n° 12.431.

Os investidores institucionais detiveram a maior parcela nas ofertas públicas de debêntures com 66,7% contra 62,6% do mesmo período do ano anterior. Em 2019, estes investidores representaram 70% da demanda pelas ofertas de debêntures através da Instrução nº 476 e 37,4% através das colocações através da Instrução nº 400.

Vale destacar que as pessoas físicas detêm a maior parcela das ofertas via Instrução nº 400 com 59,0%.

Os intermediários e instituições participantes ligadas à oferta detiveram 26,6% do volume ofertado contra 34,8% do primeiro trimestre do ano passado.

As emissões de Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) já alcançaram R$ 7,9 bilhões contra R$ 4,0 bilhões do mesmo período do ano passado, praticamente dobrando o montante emitido. Estes Fundos já representam 13% das emissões no mercado de capitais no ano e 17% das colocações em abril.

Também vem ocorrendo um crescimento das emissões de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA): R$ 4,1 bilhões em 2019 contra R$ 1,2 bilhões no mesmo período em 2018, o que corresponde à 7% do total de emissões no ano e à 22% das emissões ocorridas em abril/19.

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Nas operações no mercado externo, ocorreram três negócios com emissões de dívidas, com destaque para a emissão da JBS, do segmento alimentício, com duas tranches totalizando US$ 1,5 bilhão. No ano, o montante é de US$ 10,4 bilhões, ainda abaixo do que foi auferido no mesmo período do ano passado (US$ 11,2 bilhões).

Queda das Emissões Domésticas em 2019 publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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