quinta-feira, 30 de maio de 2019

Participações dos Componentes do Crédito Ampliado

Os novos dados do BCB comprovam: a economia brasileira é uma economia de endividamento e está longe de se converter em uma economia de mercado de capitais à americana, porque títulos privados emitidos no mercado doméstico (debêntures e notas comerciais) são apenas 4% do crédito ampliado, só superando os securitizados (CRI/CRA) com 3%, mas muito abaixo do endividamento externo (21%), do endividamento público (35%) e dos empréstimos e financiamentos do SFN e outros (37%).

A partir deste mês, passam a ser divulgadas mensalmente pelo Banco Central do Brasil as estatísticas de crédito ampliado ao setor não financeiro. Essa nova estatística inclui, além dos saldos das operações de crédito do SFN, empréstimos e financiamentos concedidos pelos demais setores institucionais residentes; os estoques dos títulos públicos, privados e instrumentos securitizados; e os empréstimos e emissões de títulos cujos credores são não residentes (dívida externa).

As novas séries permitem a compilação do total de crédito que financia os agentes não financeiros da economia – governo geral (administração pública federal, estadual e municipal), empresas (públicas e privadas) e famílias, conforme metodologia internacional de compilação das estatísticas monetárias e financeiras, permitindo a comparação com as estatísticas similares de outros países e organismos internacionais.

Em abril de 2019, o crédito ampliado totalizou R$ 9,4 trilhões (136% do PIB), redução mensal de 1,3% e elevação de 9,1% na comparação em doze meses.

No mês, os empréstimos e financiamentos mantiveram-se estável em R$ 3,5 trilhões; os títulos de dívida diminuíram 0,9%, para R$ 3,9 trilhões, acompanhando a retração de 1,3% no estoque de títulos públicos federais, enquanto o saldo de títulos privados do mercado doméstico cresceu 3,4%. A parcela referente à dívida externa contraiu 4,2% no mês, para R$2 trilhões.

Na comparação em doze meses, o crédito ampliado total cresceu 9,1%, destacando-se as expansões nos títulos de dívida (títulos privados: +30,9%; instrumentos securitizados: +16,5%) e na dívida externa, 17,3%, refletindo a expansão de empréstimos e títulos no exterior e, em parte, a depreciação cambial do período.

O crédito ampliado a empresas e famílias totalizou R$ 5,3 trilhões em abril, com redução de 1,6% no mês e expansão de 11,5% em doze meses. A redução no mês deveu-se ao declínio do saldo em reais da dívida externa, -6,9%, enquanto o total dos títulos de dívida cresceram 1,5% e o de empréstimos e financiamentos permaneceu estável.

Em doze meses, o crescimento do crédito concedido mediante títulos de dívida adquiridos por credores residentes expandiu-se 25,2%, o estoque da dívida externa variou 21,8% e o dos empréstimos e financiamentos, 5,8%.

Nota para a imprensa – 29/5/2019

Participações dos Componentes do Crédito Ampliado publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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