terça-feira, 7 de maio de 2019

Derriça, colheita mecânica ou seletiva: o que é melhor para a lavoura de café?

Existem três modalidades de colheita na produção do café: colheita seletiva, derriça e colheita mecânica. Cada uma delas apresenta prós e contras, não havendo uma que será capaz de atingir todas as necessidades do agricultor. Por isso, é necessário que o produtor analise todas as características dessas modalidades e decida qual é a melhor no seu caso.

Pensando nisso, produzimos este artigo para apontar as principais vantagens e desvantagens de cada de tipo de colheita, que podem servir como base sólida para a sua escolha. Vamos lá!

Colheita seletiva, derriça e colheita mecânica: como funcionam?

Colheita seletiva

A colheita seletiva, ou a dedo, é uma modalidade de panha manual na qual o trabalhador recolhe apenas os frutos maduros, chamados de cereja (nível máximo de maturação). Essa prática, que é feita, geralmente, três vezes ao ano, tenta garantir a qualidade do produto, uma vez que grãos secos, danificados ou verdes não vão se misturar com o restante da colheita.

Se feita manualmente, o tempo gasto na operação é muito maior em comparação com as outras modalidades. Se a colheita seletiva for mecanizada, a colhedora trabalha em baixa vibração e em uma velocidade maior para desprender os grãos mais maduros e deixar os verdes. Nesse caso, será necessário também uma segunda passada semanas depois para retirar o restante dos grãos.

Derriça

Na derriça, os grãos são retirados todos juntos. Estende-se um pano sob os pés de café para aparar os frutos. Nesse caso, a colheita vai ser um pouco mais rápida que a da seletiva, mas grãos maduros e verdes vão se misturar. Desse modo, poderá ser necessário separar manualmente os grãos.

Também há o derriçador mecânico, composto por um motor e uma haste que se liga a varetas vibratórias. Ao entrarem em contato com os galhos, elas desprendem os grãos. Esse já é um pequeno avanço nos modelos de colheita do café.

Colheita mecânica

A colheita mecânica veio como resposta para a escassez de mão de obra no campo e para a necessidade de dar conta da alta demanda por alimentos. Nessa modalidade são usadas máquinas de grande porte: as colhedoras de café.

Sua principal vantagem é o alto rendimento. Em grandes propriedades, tornam-se indispensáveis para realizar a operação dentro do calendário agrícola, ou seja, na janela de colheita.

Uma desvantagem são os custos dos equipamentos. No entanto, o investimento compensa em longo prazo — e ainda há facilidades na aquisição, por meio do consórcio, por exemplo.

Como você viu, cada opção tem suas vantagens e desvantagens. Entenda um pouco mais sobre como se basear nessas informações para fazer sua escolha.

Comparativo: qual é a melhor opção?

Existem diversos aspectos que você precisa considerar para entender qual é a melhor modalidade de colheita para a sua lavoura de café. Separamos 3 fatores que vão ajudar você nesse processo.

Tempo

A colheita manual, ou seletiva, é, sem dúvida, a que demanda mais tempo, uma vez que a panha é feita grão a grão. Quando se adota a derriça mecânica (utilizando uma ferramenta motorizada, com garras que substituem a mão humana), o volume de colheita chega a subir 20 vezes. Se, nesse último caso, o produtor permanecer no sistema seletivo, o aumento é de 4 vezes em relação à forma manual.

No entanto, os resultados da colheita mecânica por meio de colhedoras são incomparáveis. As máquinas chegam a colher 500 vezes mais do que a colheita seletiva, 100 vezes mais do que a derriça manual e 25 vezes mais do que com o uso de derriçadores.

Assim, dependendo do porte da lavoura, os sistemas manual e de derriça são simplesmente inviáveis.

Custos

Os custos da operação são uma grande preocupação dos proprietários. Afinal, isso define a viabilidade econômica do negócio, seja no modelo familiar, seja em grandes propriedades. Então, vamos analisar algumas questões.

A colheita seletiva exige uma grande quantidade de trabalhadores, o que envolve custos. Além disso, nem sempre é possível conseguir essa mão de obra tão facilmente. Esses fatores geram o risco de atrasar a etapa de colheita e perder o café ainda no pé, o que seria um grande prejuízo ao negócio.

A colheita mecânica também envolve custos, mas, nesse caso, estão relacionados à aquisição das máquinas. No entanto, o que deve ser levado em conta é que o investimento em colhedoras de café se dilui em operações de vários anos à frente, uma vez que se trata de uma iniciativa para modernizar a infraestrutura das operações da lavoura.

Qualidade do café e consequente valor de venda dos grãos

Certamente, a colheita seletiva do café é uma modalidade que contribui para a qualidade do produto final colhido, pois apenas frutos maduros são escolhidos. Mas para o café ser de qualidade é preciso que todos os grãos estejam em pico de maturação, e não necessariamente que todos tenham sido colhidos a dedo.

Muitos ainda acreditam que a colheita mecânica agride o cafezal e reduz sua produtividade. Mas a verdade é que isso é um mito. Seja em passada única, seja em duas passadas na colheita seletiva, a mecanização não impacta negativamente a saúde da lavoura cafeeira.

Atualmente, apenas uma pequena fração da colheita de café no Brasil é feita de forma seletiva. Somente isso já gera bastante vantagem competitiva ao país, uma vez que o processo se torna mais eficiente em modelos mecanizados, barateando o custo final para os mercados interno e externo.

Mecanização: quais são as exigências?

A colheita mecânica apresenta muitas vantagens, mas também exige certo planejamento e estrutura da lavoura para atender às especificações das máquinas. Por exemplo:

  • o terreno não pode ter uma declividade superior a 15%;
  • O espaçamento mínimo entre as linhas de ser 3m; entre as plantas, deve ser entre 0,5 e 0,7m;
  • é preciso retirar todos os obstáculos entre as linhas (qualquer coisa que possa obstruir a passagem das máquinas;
  • quanto maior o comprimento da linha, melhor, já que isso reduz o número de manobras;
  • carreadores de, no mínimo, 6m;
  • plantas com altura máxima de 3m e galhos com a distância mínima de 40cm do solo.

Essas especificações variam conforme o modelo da colhedora adquirida. Mas é importante que o produtor esteja consciente de que é necessário planejar sua safra e seu talhão adequadamente para alcançar o máximo de produtividade na colheita

Colheita mecânica, derriça ou colheita seletiva? A sua escolha deve se basear em informações sólidas e na realidade da sua lavoura. A cada dia surgem novas tecnologias e métodos que contribuem para a produtividade e rentabilidade da lavoura de café. Se você acompanhar esses passos, sua produção vai ser um sucesso.

Quer saber como entrar no mundo da colheita mecanizada? Entre em contato conosco para que possamos apresentar para você as melhores opções!

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