quinta-feira, 21 de março de 2019

Falácias ou Raciocínios Errados Contumazes com Investimentos em Ações

Bullshits são falácias, ou seja, um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. No mercado financeiro, os bullshits são amplamente difundidos sem discriminação e levam as pessoas a tomar como verdade absoluta algo errado ou que não faz parte da realidade delas como investidores.

O livro “O Click da Riqueza: Livre-se das ideias perdedoras de dinheiro” de coautoria de Giovanni Tieghi Pepi e Bastter, distribuído gratuitamente para todos que se cadastram na Bastter.com, vai desmistificar a maioria dessas falácias e explicar por que são raciocínios falhos e te impedem de enriquecer.

O principal objetivo de quem começa a investir deve ser acumular patrimônio para poder usufruir da liberdade financeira propícia à autonomia ou autodeterminação em suas decisões. Para isso, é preciso saber escolher investimentos para acumulação e manutenção de valor em longo prazo. Valor (intrínseco) é diferente de preço de mercado em vigor. Equivocadamente, muitos investidores passam a vida procurando o melhor preço – comprar barato e vender caro – e acabam com ativos sem valor.

Ao se manter em valor, seu patrimônio produz renda e essa renda se não for gasta e for reaplicada pode se capitalizar com mais renda. O efeito dos juros compostos é lento no começo, mas no longo prazo enriquece o investidor com investimento em valor.

Realizar lucros em curto prazo – compra e venda de imediato, tipo day trader – só leva a uma certeza: o patrimônio vai se tornar menor ao pagar as taxas e impostos do giro. Na busca incessante por tentar comprar barato e vender mais caro, os traders amadores acabam fazendo justamente o contrário: comprando no pico (topo) e vendendo no vale (fundo), pois ficam perdidos ao se ancorarem no preço de compra e não olham o valor.

Estima-se apenas 1% de todos os traders conseguir realmente ter algum lucro após pagar impostos, taxas de corretagem, emolumentos e outros custos de transação. Enriquece o governo, a corretora e demais intermediários.

A “alavancagem financeira” em mercado de ações vem do recurso emprestado por algumas corretoras a seus clientes para eles usarem não apenas o dinheiro próprio, mas também “dinheiro dos outros”. A lógica seria usar o patrimônio do cliente (permanecido em outros investimentos na corretora) como segurança ou colateral para o empréstimo. Assim, a corretora não libera o dinheiro possuído pelo cliente tem, mas libera muito mais para ele utilizar em suas operações. Se perder a aposta, perderá mais além do capital inicial.

Alavancagem financeira quem faz é o capitalista ao abrir o capital de sua grande empresa para novos associados, isto é, novos acionistas. Com o ganho de capital subscrito ele enriquece se houver valorização das ações – e ganha também liquidez. Se comprar outras empresas com endividamento e abrir também seu capital, ele poderá inclusive pagar a dívida de aquisição com o dinheiro dos outros!

Outro erro muito comum dos investidores Pessoa Física é achar ter a capacidade de descobrir um momento certo para começar a investir e outro para vender as ações, o chamado market timing. Este pensamento leva o investidor a nunca investir em certo ativo porque está “caro” e optar por ficar “líquido” sem o dinheiro estar rendendo, esperando a hora certa de comprar. Mas, se ficar fora dos investimentos, aguardando sempre este momento, perderá os melhores dias quando os ativos estão em tendência de alta. Muitas vezes ele não estima o custo de oportunidade.

Custo de oportunidade é um conceito amplamente utilizado na Economia para se referir aos “caminhos não seguidos”, ou seja, a todas as oportunidades ignoradas ou sacrificadas ao optar por outras decisões. Também conhecidos como custos alternativos, eles não costumam ser registrados na contabilidade das empresas ou na contabilidade mental das pessoas, por serem considerados “custos implícitos”. Os investidores, em geral, não estimam o que poderiam ganhar com investimentos alternativos não realizados.

Eles são importantes para prever a viabilidade de determinado projeto: uma projeção da viabilidade de determinada alternativa em situação de escolha. O “custo de oportunidade de capital” é o valor perdido por pessoa ou empresa ao deixar de o faturar por ter optado por outra alternativa de negócio.

Exemplo: se um investidor opta por fazer um investimento de R$ 1 milhão no mercado de ações, e ganha no ano o lucro R$ 200 mil, e a outra alternativa seria fazer o mesmo investimento em renda fixa com uma taxa de juros compostos capaz de lhe render ao final do ano R$ 300 mil, então R$ 100 mil é o valor a ser considerado como o custo de oportunidade de capital.

Investe-se em ações para ganhos de capital com variações de cotações ou para receber dividendos das empresas? Os dividendos e também suas variações, como os Juros sobre Capital Próprio (JCP), representam distribuições de resultados e lucros de uma empresa para os seus sócios. Cada acionista recebe uma porcentagem do dinheiro declarado pela empresa, com base em quantas ações possui dela.

Pela lei reguladora das sociedades anônimas, toda empresa é obrigada a distribuir pelo menos 25% se obtiver lucro no ano civil e nada diferente constar no estatuto social da empresa. Quando uma empresa anuncia o pagamento de dividendos, a cotação de fechamento desta na bolsa brasileira é descontada exatamente no valor anunciado para o pagamento de dividendos. No dia seguinte, o preço da ação pode se elevar ou declinar.

Portanto, ao contrário da ilusão comum, os dividendos não são “brindes”. Elas saem do patrimônio (capital) do sócio e vão para a conta corrente (renda) do sócio. Se ele os consumir e não reinvestir, perderá capital. Não existe um ganho a mais, é uma simples saída de dinheiro no caixa da empresa, descontando no valor de mercado de suas ações, para a renda líquida do próprio acionista. É similar a gastar os juros do investimento em renda fixa: com a retirada a capitalização ou acumulação do investimento será menor.

“Viver de renda sob forma de dividendos” é uma ilusão surgida ao comprar ações de empresas pagadoras regulares de dividendos. O investidor calcula quantas ações precisa ter daquela empresa para receber dividendos de modo a cobri todos os gastos pessoais.

Porém, as empresas pagam dividendos somente se houver lucro. Caso contrário, a empresa não consegue gerar dinheiro novo e, consequentemente, para de pagar. Como os exercícios se encerram anualmente, há também a possibilidade de uma empresa escolher pagar dividendos apenas uma única vez no ano mesmo tendo lucro durante todos os meses. Mesmo empresas com histórico de pagamentos regulares podem mudar isso sem aviso algum conforme a estratégia adotada pela gestão da empresa.

A obsessão por dividendos leva muitas vezes a armadilhas, selecionando uma “carteira de dividendos” com base em empresas necessariamente com valor fundamentado. Importante é ser sócio somente de empresas com esse valor intrínseco. Elas dão retorno lucrativo ao sócio em crescimento do valor de suas ações e/ou em dividendos.

Falácias ou Raciocínios Errados Contumazes com Investimentos em Ações publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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