sexta-feira, 22 de março de 2019

Outras Dicas sobre Mercado de Ações

Podemos extrair outros conhecimentos da leitura do livro “O Click da Riqueza: Livre-se das ideias perdedoras de dinheiro” de coautoria de Giovanni Tieghi Pepi e Bastter.

O S&P500 é um índice representativo da bolsa de valores de Nova York com diversas empresas. Estes índices possuem empresas boas e empresas ruins. Logo, o investidor poderá conseguir montar uma carteira melhor seguindo análise de fundamentos e valor.

No Brasil, o Ibovespa é um índice com muito menos empresas – e piores. Este índice é criado com as ações mais negociadas. Portanto, pode conter ações de empresas com maus fundamentos no meio. Além disso, existem empresas com bons fundamentos sem estarem no índice e oferecerem retornos expressivamente maiores face ao IBOVESPA.

Os coautores buscam desmitificar a falácia de “a renda fixa ganha da renda variável no Brasil”, muito difundida em tendência de alta da SELIC. As comparações são sempre feitas com o Ibovespa não representativa de muitas empresas capazes de oferecer bons dividendos, porém sem tanta liquidez em negociação no mercado secundário por desconhecimento dos pequenos investidores.

Índices são apenas uma média baseada em volume de negócios. Sua carteira de ações deve ser selecionada com base em fundamentos. As ações de empresas são ativos reais capazes de gerar valor, enquanto a renda fixa é obtida por um título de dívida pública ou privada representativa de empréstimo de um credor para um tomador. Paga juros.

A renda fixa pode e deve ser usada pelo pequeno investidor na carteira de investimentos. Ela serve também como conforto psicológico para as oscilações da renda variável. Porém, dependendo da idade do investidor, de acordo com o modelo de ciclos de vida, é oportuno evitar posições como 100% renda fixa, pois o retorno será uma pequena reposição da inflação em caso de juros reais. Quanto maior a inflação, menor o retorno real da renda fixa.

Toda queda na cotação das ações leva a histerismo e pânico, devido à reversão súbita da euforia da alta. No curto prazo, as ações podem oscilar porque as cotações seguem aleatoriedades, mas ao longo do tempo (em longo prazo – e não no fim de prazo predeterminado) supõe-se, em última análise, seguir os fundamentos e o valor intrínseco do ativo, isto é, da empresa representada pelas ações.

Mesmo uma empresa com enorme retorno aos sócios, passa por diversas quedas bruscas, por exemplo, Vale por acidentes em barragens de resíduos de sua mineração. Para quem adquiriu participação acionária na empresa pelos fundamentos, ele tem de “precificar” essas oscilações como esperadas, mas para quem fica acompanhando a cotação, vende diversas vezes em pânico.

A relação P/L é muito utilizada por investidores para tentar comprar uma ação mais barata, quando o P/L está baixo. Porém, ele induz a erro, pois não são considerados os fundamentos da empresa. A busca por empresas com P/L baixo afasta o investidor de ativos com valor fundamentado, e faz comprar empresas sem valor intrínseco, por exemplo, com inovação setorial.

Apesar do P/L de uma ação estar em 74 em determinada data do passado, o lucro continuou subindo e o patrimônio do investidor se multiplicou. Na mesma época, outra estava com P/L 4 e investidores foram atrás desse ativo por estar “barato”. Porém, quem estudou seus fundamentos poderia ter percebido ela ser uma empresa com problemas, por exemplo, de endividamento. Logo depois, desabou levando o patrimônio do investidor a diminuir.

No mundo com informação online em tempo real, as supostas “oportunidades”, apuradas com informações obtidas em ritmo da era pré-Internet, ficaram cada vez mais escassas ou até inexistentes. Se focalizar em valor, ele dilui o preço presente mais alto ao longo do tempo futuro: empresas boas se tornam baratas em relação ao ganho.

O patrimônio deve ficar investido em valor. Quando o capital permanece alocado em um investimento com maus rendimentos e perda de capital, esperando empatar com o preço de entrada (“valor inicial ou nominal do investimento”), deixa de estar beneficiando-se do efeito dos juros compostos. Dependendo do grau de piora da empresa, pode levar anos para suas ações voltarem ao valor nominal inicial. Até isso ocorrer o seu patrimônio teria sido muito melhor remunerado se estivesse em outros investimentos de valor. O objetivo é acumular patrimônio – e não evitar “derrotas” para não perder autoestima psicológica.

Por isso, esperar empatar o valor nominal em ancoragem mental para sair é não saber assumir o “erro” inesperado no momento da compra – e terminar com um prejuízo maior ainda. Bons investimentos tendem a continuar bons, mas se eventualmente se deparar com uma empresa com perda de valor, porque concorrentes inovaram e ela não, saia e invista o dinheiro sobrante nesses concorrentes.

Quanto ao argumento “para ter ações necessita ficar acompanhando o dia todo e eu não tenho tempo para isso”, ao contrário desse dito popular, estudar e acompanhar os investimentos é relativamente simples. Depois de estudar (fase de Educação Financeira), estabelecendo seus critérios com base em fundamentos, fica fácil e simples acompanhar.

Se você escolheu uma empresa para ser sócio, viu bons fundamentos, governança e gestão boas, lucros consistentes, caixa e dívida equilibrados, é só acompanhar o desempenho anual da empresa – e ver se mantém sua evolução competitiva. Siga as informações econômico-financeiras para ficar inteirado de eventuais problemas, eventos, etc. Mas não fique histérico com notícias provocativas de pequena piora da empresa. Não devemos nos manter em investimentos ruins, mas piorar é diferente de ficar ruim. Tome suas decisões com calma.

Nenhuma empresa só melhora todo o tempo, seja mensal, seja trimestral. Já o balanço anual é importante para sua avaliação se ela não está em processo de investimento com longo prazo de maturação, por exemplo, ciclos de investimento em energia pode levar de oito (energia elétrica) a dez anos (extração de petróleo em águas profundas ou camadas pré-sal), mas depois compensar com “recebíveis seguros”.

Outras Dicas sobre Mercado de Ações publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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