Conhece a L200 Outdoor? Ela é uma versão da picape japonesa Mitsubishi L200, que é um produto que já está no mercado mundial há mais de 40 anos e vem fazendo sucesso em diversos países.
No Brasil, ela começou a ser montada nos anos 90 e seguiu para a nacionalização, ganhando diversas versões, em especial a L200 Outdoor, motivo deste artigo.
A picape L200 Outdoor surgiu numa época em que a produção da Mitsubishi estava focada também em utilitários esportivos da marca japonesa, no caso a Pajero Sport, sendo uma versão com visual mais descolada e personalizado que as demais opções, com exceção da Savana, que era realmente bem equipada.
A Mitsubishi L200 Triton surgiu em 1978 e a primeira geração durou até 1986. Depois, a segunda geração teve produção descontinuada dez anos depois.
Nessa época, o grupo Souza Ramos já importada as picapes e SUVs da japonesa e iniciou a montagem do modelo por aqui, mas este ainda era da segunda geração. Em 2000, iniciou a primeira mudança visual localizada.
Apenas em 2003 é que a produção se deu em processo completo e a L200 passou a ser de terceira geração, que ainda era vigente na época.
Foi nessa fase que surgiu a L200 Outdoor. Com muito atraso, a quarta geração só chegou algum tempo depois em relação ao mercado mundial e com ela, outra versão da L200 Outdoor. Mas como ela surgiu?
L200 Outdoor
Originalmente, a picape L200 tinha três versões: L, GL e GLS. Isso se deu antes mesmo da primeira atualização visual, feita em 2000 sobre a segunda geração, sendo vista apenas no Brasil.
Cabine dupla, motor a diesel e tração nas 4 rodas, o modelo seguia basicamente uma receita que realmente deu certo por aqui.
Nos três anos seguintes, a Mitsubishi manteve a montagem dessa geração, que agora era unicamente feita no país, pois a terceira já existia lá fora. Hoje atualizações em 2003 e 2004.
Nessa época, quando a Souza Ramos conseguiu estabelecer a produção do modelo global, embora mantendo a velha picape como produto de acesso até 2007, surgiu uma nova oportunidade. A versão Sport foi criada para dar um visual diferenciado em relação às demais opções.
A Savana já existia, mas era feita sobre a geração anterior. Então, a atual precisava de uma equivalente e assim surgiu a Sport. Esta opção foi mantida na picape mais nova até a linha 2006.
Na seguinte, ela foi trocada pela L200 Outdoor, que assim seguiu regular nas duas gerações seguintes.
L200 Outdoor de primeira geração (terceira)
Versão intermediária da Mitsubishi Triton de terceira geração, a L200 Outdoor manteve o motor diesel da Sport e vinha com duas opções de câmbio, mas sempre com cabine dupla e tração nas quatro rodas.
A proposta era de robustez, confiabilidade mecânica e capacidade de tração, bem como conteúdo mediano para corresponder ao preço.
Essa geração tinha 5,008 m de comprimento, 1,814 m de largura, 1,800 m de altura e 2,960 m de entre eixos, tendo chassi de longarinas em U com propulsor e câmbio montados diretamente sobre o frame, mas naturalmente com coxins e batentes. A caixa de transferência também era utilizada com sistema de redução.
Com 1.070 litros na caçamba, a L200 Outdoor tinha capacidade de carga de 1.070 kg e pesava 1.760 kg. O tanque tinha 75 litros e a suspensão era composta por braços duplos dianteiros com barra estabilizadora, amortecedores e molas helicoidais.
No eixo traseiro, que era rígido, ela trazia o tradicional feixe de molas semielípticas com amortecedores, braços de ligação e barra estabilizada.
A L200 Outdoor 2007 tinha ângulos de entrada e saída de 36° e 26°, respectivamente, assim como rampa máxima de 35° e vão livre do solo de 235 mm. O freio dianteiro era a disco ventilado, enquanto o traseiro era a tambor, sem ABS.
L200 Outdoor – Design
Visualmente, a L200 Outdoor tinha para-choques e saias de rodas em cinza escuro, bem como frisos laterais e molduras das lanternas traseiras, que tinha duas lentes circulares.
Na frente, a grade era cinza brilhante com grelha treliçada. Os faróis duplos com dupla parábola e sem máscara externa, também vinham em cinza escuro.
O para-choque dianteiro tinha ainda dois faróis de neblina circulares, assim como um protetor central metálico (peito) em cor preta. O capô da L200 Outdoor apresentava captação de ar, que dava à picape um aspecto mais esportivo. Os retrovisores eram na cor cinza brilhante, como a grade.
A L200 Outdoor 2007 tinha ainda estribos laterais pretos, bem como molduras das janelas e maçanetas de mesma tonalidade.
Havia ainda um rack no teto, próximo da vigia traseira, apenas para efeito estético. Já as rodas de liga leve tinha desenho com seis raios duplos e acabamento diamantado, além de pneus 265/70 R16.
Por dentro, a L200 Outdoor tinha acabamento em dois tons de cinza, sendo um mais escuro para a maioria dos revestimentos, incluindo painel e boa parte das portas, enquanto outro mais claro, existia apenas nas portas e no centro dos assentos, que também eram bicolor.
O volante de quatro raios tinha airbag do motorista e ajuste vertical. O cluster não tinha personalização e vinha com o essencial: velocímetro, conta-giros, nível de combustível e temperatura da água, assim como luzes indicadoras de tração e display digital com funções básicas de computador de bordo.
Os difusores de ar eram pequenos e o ar condicionado ficava em posição onde geralmente vai o sistema de som. Junto dele havia um relógio digital.
Já o sistema de som com CD player ficava mais abaixo. A L200 Outdoor vinha ainda com um acessório interessante e ainda pouco efetivo na época, mas que já era de enorme ajuda, um navegador GPS com tela fixada sobre o painel.
A L200 Outdoor vinha ainda com direção hidráulica, vidros elétricos nas quatro rodas, travamento central e retrovisores com ajustes eletrificados.
O banco do motorista tinha ajuste de altura, assim como os cintos de segurança dianteiros. Os traseiros eram de três pontos nas extremidades e subabdominal ao centro.
O console vinha com alavanca de câmbio, manual ou automática, assim como a alavanca de tração para 4×2, 4×4, 4×4 com reduzida e 4×4 com bloqueio, no sistema chamado Select. O freio de estacionamento era manual. Com espaço mediano para cinco pessoas, a L200 Outdoor sempre teve um com conjunto para enfrentar estradas de terra e viagens longas.
L200 Outdoor – Motores
Desde que chegou ao Brasil, a picape Mitsubishi Triton vinha do Japão com motor 2.54 turbo diesel de quatro cilindros. Esse propulsor passou por algumas modificações e continuou a ser usado no país.
Na L200 Outdoor, a unidade usada é a 4D56 VCT, que tem bloco em ferro fundido e tem comando de válvulas no cabeçote, acionado por correia dentada, não lubrificada.
Com 2.477 cm3 de volume e taxa de compressão de 21:1, o 4D56 ganhou injeção direta eletrônica do tipo Common Rail e turbocompressor com turbina de geometria variável, entregando 141 cavalos a 4.000 rpm e 30,6 kgfm a 2.000 rpm. Ele foi lançado em 2004 e, na época, era o motor diesel mais potente em picapes.
Em 2007, a L200 Outdoor vinha com transmissão manual de cinco marchas apenas, fazendo assim de 0 a 100 km/h em 15 segundos e com máxima de 170 km/h.
O consumo urbano era de 10,2 km/l, enquanto o rodoviário ficava em 12,3 km/l. A picape tinha embreagem monodisco a seco e de acionamento hidráulico.
A L200 Outdoor ganha opção de câmbio automático de quatro marchas ainda em 2007, quando se posiciona na faixa de entrada, substituindo a antiga L200 Savana, da geração anterior, que finalmente saía de linha após mais de 10 anos de sua produção global ter sido encerrada.
Ainda na terceira geração da Triton, a L200 Outdoor seguiu seu caminho rumo à quarta geração, sem antes passar por mais um facelift, desta vez adicionando novas rodas de liga leve aro 16 polegadas e mudança na tonalidade da grelha frontal. As coisas não mudaram para a picape e a versão até 2012.
L200 Outdoor de segunda geração (quarta)
Finalmente, após mais de 15 anos de montagem e produção nacionais, assim como 20 anos de comercialização desde importada, a Mitsubishi Triton passou a ter apenas uma geração, a vigente, em produção no Brasil. A L200 Outdoor embarcou no novo modelo.
Este modelo viria a ter um enorme sucesso no mercado nacional, sendo considerada uma das picapes mais bonitas do Brasil e com variações que só existiram no Brasil, como a L200 Outdoor. O novo produto era bem mais atraente, moderno e potente que o anterior.
Já estava no mercado há algum tempo, mas apenas nas versões mais caras, lembrando que Savana e Outdoor estavam na base com a geração antiga.
A Mitsubishi Triton de quarta geração ainda é uma picape bem atraente e influenciou diretamente a geração atual.
Com 5,115 m de comprimento, 1,800 m de largura, 1,780 m de altura e 3,000 m de entre eixos, a L200 Outdoor 2012 adotou um novo chassi de longarinas mais reforçado, porém, mantendo a suspensão dianteira independente com braços duplos e traseira de eixo rígido com feixe de molas semielípticas.
Essa geração chama atenção por oferecer dois tamanhos de caçamba, sendo que a L200 Outdoor, ela era a pequena, com apenas 788 litros.
A capacidade de carga era de 1.000 kg e o tanque tinha 90 litros. Além disso, tinha capacidade de tracionar 750 kg sem freio próprio ou 2.300 kg com sistema de frenagem no reboque.
A nova L200 Outdoor tinha ângulo de entrada superior, com 39°, mantendo o de saída em 26°. O central era de 27° e a rampa de 35°. A altura livre do solo era de 220 mm e o peso do veículo em ordem de marcha era de 1.950 kg. No entanto, o diferencial mesmo era o visual.
Design
Bem diferente da geração anterior, muito quadradona, desde a primeira, a L200 Outdoor herdava da Triton um estilo bem atraente e aerodinâmico com cx de 0,47, tendo linhas bem fluidas e chamativas. A frente curvada tinha faróis monoparabolas dentro de uma lente bem desenhada, inspirada no Lancer.
A grade era cinza escura na L200 Outdoor, tendo frisos duplos e integração com o para-choque, cuja parte central tinha a mesma tonalidade e dois ressaltados que faziam papel de barras de impulsão. Nesse aplique ao para-choque original, havia uma grade com elementos da grelha em estilo colmeia.
Molduras laterais em cinza escuro não continham faróis de neblina, num empobrecimento da versão. Já sob o para-choque, havia uma placa de proteção metálica que ia até o eixo dianteiro.
Saias de rodas, protetores laterais, maçanetas, molduras dos vidros e as rodas de liga leve aro 16 polegadas de seis raios eram de cor cinza escuro. Os retrovisores eram pretos, como o rack na traseira do teto.
A cabine com a chamada linha “J”, que curva o habitáculo sobre a caçamba, chama atenção até hoje. A caçamba também seguia o estilo, curvando-se nas laterais em direção à traseira, cuja tampa era ladeada por lanternas amendoadas. O para-choque duplo tinha placa isolada ao centro, abrindo ainda luzes de neblina nas extremidades.
Sem estribos nas laterais, outra perda, a L200 Outdoor tinha para-barros integrados ao desenho das saias de rodas. A caçamba era revestida com proteção plástica, assim como a tampa. Por dentro, o visual era legal, com volante de três raios, cluster analógico com grafismo vermelho e aros metalizados, console central cinza com sistema de som e CD player, entre outros.
A alavanca da versão manual tinha bordas metalizadas e parafusadas. Na versão automática, o seletor ficava ao lado da alavanca de tração. Numa atualização de meia vida, a L200 Outdoor ganhou ar condicionado automático, volante multifuncional e acabamento melhorado.
Os faróis foram modificados e ganharam dupla parábola, além de grade atualizada, assim como o para-choque, que ganhou boca moldada em torno da grade. As rodas e detalhes ganharam um tom mais escuro de cinza. Os bancos em couro ficaram mais largos e confortáveis.
Motores
A L200 Outdoor de segunda geração (quarta) teve dois motores, sendo um 2.4 MIVEC Flex com 2.351 cm3, entregando 138 cavalos na gasolina e 142 cavalos no etanol, ambos a 5.000 rpm, enquanto o torque era de 21/22 kgfm a 4.000 rpm, respectivamente.
Ia de 0 a 100 km/h em 15 segundos com máxima de 160 km/h. O consumo era de 4,3/4,8 km/l no etanol e 6,1/7,2 km/l na gasolina, respectivamente em cidade e estrada. Ou seja, era quase impraticável. No diesel, o novo motor 3.2 de quatro cilindros 4M41 tinha duplo comando no cabeçote, injeção Common Rail e turbina de geometria variável.
Este entregava 180 cavalos a 3.500 rpm e 38 kgfm a 2.000 rpm, tendo câmbio automático de 5 marchas e tração 4×4 com Super Select, indo de 0 a 100 km/h em 13,1 segundos e com máxima de 172 km/h. O consumo era de 8,6 km/l e 10,3 km/l, muito elevado.
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