domingo, 24 de março de 2019

Há cura para a divisão política entre discursos de ódio?

Chris Anderson: o mundo está de uma forma como não víamos há muito tempo. As pessoas não discordam mais da forma que estávamos habituados, divididos entre esquerda e direita. Diferenças bem mais profundas estão em andamento. O que está acontecendo, e como chegamos a este ponto?

Jonathan Haidt: Há hoje um sentimento muito mais apocalíptico. A pesquisa feita pela Pew Research mostra o grau de sentimento a respeito do outro lado não é só… nós não é só não gostarmos deles. Nós não gostamos de muito deles e achamos eles serem uma ameaça para a nação.

Esses números têm crescido cada vez mais, e estão em mais de 50% agora, em ambos os lados. As pessoas estão com medo, pois isso parece ser diferente da tolerância e convivência pacífica. É muito mais intenso.

Quando olho qualquer tipo de quebra-cabeça social, aplico os três princípios básicos de Psicologia Moral. Eles vão nos ajudar aqui.

A primeira coisa a sempre termos em mente, quando pensamos em política, é: somos tribais. Evoluímos através do tribalismo. Uma das maiores e mais simples descobertas sobre a natureza social humana é o provérbio beduíno: “Eu contra meu irmão; eu e meu irmão contra nosso primo; eu, meu irmão e meus primos contra o estranho”.

Esse tribalismo nos permitiu criar grandes sociedades e nos unirmos para competir com outros. Isso nos tirou da selva e dos pequenos grupos, mas significa também estarmos em um eterno conflito.

A questão a considerar é: quais aspectos da nossa sociedade tornam isso mais difícil, e quais acalmam esse conflito?

Isso está incutido nos circuitos mentais das pessoas, em certo nível. Isso é só um aspecto básico do conhecimento social humano. Mas também podemos conviver de forma muito pacífica, e inventamos várias formas divertidas de, digamos, “brincar de guerra”. Esportes, política, todos são formas de exercitarmos essa natureza tribal sem realmente ferir ninguém.

Também somos muito bons em negociar, em explorar e em encontrar novas pessoas. O comércio exigiu empatia e paz.

Então, nosso tribalismo como algo que tem altos e baixos: não estamos fadados a estar sempre lutando uns com os outros, mas nunca teremos a paz mundial.

CA: O tamanho dessa tribo pode encolher ou aumentar. O tamanho do que consideramos “nós” e do que consideramos “o outro” ou “eles” pode mudar. Esse processo pode continuar indefinidamente. Sem dúvida, expandimos o sentido de tribo por um tempo.

JH: Estamos chegando, possivelmente, à nova distinção entre esquerda e direita. A esquerda e direita, como nós as conhecemos, vêm da distinção entre trabalho e capital, das classes trabalhadoras e de Marx. Mas o que vemos agora, de maneira crescente, é uma divisão, em todas as democracias ocidentais, entre:

  1. as pessoas que querem ir só até o conceito de nação, as pessoas mais provincianas, e não falo isso de maneira pejorativa, pessoas com um maior senso de ter raízes, que se preocupam com sua cidade, sua comunidade e sua nação, e
  2. os que são anti-provincianos ou cosmopolitas.

Penso na música “Imagine“, de John Lennon: “Imagine que não existem países, nada pelo qual matar ou morrer“. Essas são as pessoas da geração pacifista dos hippies. Elas querem uma governança mais global, elas não gostam de nações nem de fronteiras. Vemos isso por toda a Europa também.

Um cara de grandes metáforas, na verdade seu nome é Shakespeare, escrevia no Reino Unido dez anos atrás. Ele tinha uma metáfora: “Nós vamos levantar ou abaixar a ponte?” Agora, o Reino Unido está dividido na proporção de 52% por 48%. Os Estados Unidos estão divididos nessa proporção, também. E o Brasil: 55% por 45% na eleição de 2018; na primeira pesquisa, em fevereiro de 2019, apenas 39% aprovaram o governo Bolsonaro.

CA: Então, aqueles de nós que cresceram com os Beatles e com esse tipo de filosofia hippie de sonhar com um mundo mais conectado, isso parece tão idealista e “como pode alguém pensar mal a esse respeito?” E o que você está dizendo, na verdade, é hoje milhões de pessoas sentirem isso não ser apenas tolo, na verdade, é perigoso e errado, e elas estão com medo disso.

JH: O grande problema na Europa, e também nos Estados Unidos, é a questão da imigração. Precisamos olhar com muito cuidado para as Ciências Sociais sobre diversidade e imigração. Quando algo é politizado, quando se torna algo que a esquerda ama e a direita odeia, nem mesmo os cientistas sociais conseguem ser imparciais a respeito.

A diversidade é boa em várias maneiras. Ela claramente traz mais inovação. A economia americana cresceu enormemente em função dela. A diversidade e a imigração trazem muitas coisas boas. Mas os globalistas não veem. O que eles não querem ver, é por suporem a diversidade étnica reduzir o capital social e a confiança.

Há um estudo muito importante de Robert Putnam, o autor de “Bowling Alone“: olha bases de dados de capitais sociais. Basicamente, quanto mais as pessoas sentem que são iguais, mais confiam nos outros, e mais podem ter um Estado de bem-estar social. Os países escandinavos são tão maravilhosos porque eles têm esse legado de serem países pequenos e homogêneos. Isso leva a um Estado de bem-estar social progressivo, um conjunto progressivo de valores de esquerda capaz de dizer: “Abaixem a ponte! O mundo é um lugar ótimo. As pessoas na Síria estão sofrendo, devemos recebê-las bem”. Isso é muito bonito.

Mas se o discurso na Suécia é politicamente correto e não se pode falar sobre as desvantagens, você acaba trazendo um monte de pessoas. Isso vai reduzir o capital social, o que torna difícil manter um Estado de bem-estar social, e eles podem terminar, como aqui nos EUA, com uma sociedade visivelmente dividida por pressupostas raças.

Então é muito desconfortável falar sobre tudo isso. Mas isso precisa ser visto, especialmente na Europa, mas também aqui.

CA: Você está dizendo pessoas razoáveis, pessoas sem se considerarem racistas, mas pessoas morais, éticas, têm um lado racional e dizem os animais humanos são muito diferentes entre si. Corremos o risco de exceder nossa percepção sobre o que os humanos são capazes, ao misturar pessoas muito diferentes?

JH: Sim, mas posso tornar isso mais palatável dizendo isso não ter, necessariamente, a ver com raça, porque só existe uma raça humana. Tem a ver com cultura ou etnia. Há um trabalho maravilhoso de uma cientista política chamada Karen Stenner. Ela mostra quando uma pessoa tem a percepção de estarmos todos unidos, sermos todos iguais, há muitas pessoas com predisposição para o autoritarismo. Essas pessoas não são particularmente racistas quando elas sentem não haver uma ameaça à nossa ordem social e moral. Mas se você as colocar de prontidão, pensando em uma situação quando estamos nos dividindo, as pessoas estão ficando mais diferentes, elas se tornam mais racistas, homofóbicas, querem expulsar os diferentes.

Em parte, você obtém uma reação autoritária. A esquerda, seguindo a linha lennonista, a linha de John Lennon, faz coisas motivadoras de geração de uma reação autoritária.

Estamos vendo isso nos Estados Unidos, com a direita alternativa. Vimos isso no Reino Unido e por toda a Europa. Mas a parte positiva disso é os localistas, ou os nacionalistas, terem razão em um ponto: se enfatizarmos nossa similaridade cultural, a raça realmente não significa muito. Então uma abordagem de assimilação dos imigrantes elimina muitos desses problemas. Se você valoriza ter um Estado capaz de oferecer bem-estar social, deve enfatizar o fato de sermos todos iguais.

CA: Certo, então o aumento da imigração e dos medos em relação a isso são duas das causas da atual divisão. Quais são as outras?

JH: O próximo princípio da Psicologia Moral é intuição vem primeiro, raciocínio estratégico vem depois.

Provavelmente você já ouviu o termo “raciocínio motivado” ou “viés de confirmação”. Há trabalhos muito interessantes sobre como nossa inteligência e nossas habilidades verbais podem ter evoluído não para nos ajudar a encontrar a verdade, mas para nos ajudar a manipular os outros, defender nossa reputação…

Somos realmente muito bons em justificar a nós mesmos. E quando você considera interesses de grupos, não é mais apenas eu, é o meu time contra o seu, ainda você avaliando evidências de o seu lado estar errado, simplesmente não podemos aceitar isso. Por isso não se consegue vencer um argumento político. Se você está debatendo política, você não pode persuadir a pessoa com razões e evidências, porque não é assim o funcionamento do raciocínio humano.

Então vamos ver a Internet, vamos ver o Google: “Eu ouvi que Barack Obama nasceu no Kenya. Vou pesquisar isso… Nossa! Dez milhões de resultados! Veja, ele nasceu lá!”. Esse mau argumento é chamado de Viés da Prova Social: o fato de a maioria achar algo não significa isso ser verdade.

CA: Então isso foi uma surpresa desagradável para muita gente. As mídias sociais normalmente são consideradas pelos tecno-otimistas como uma grande força de conexão que vai unir as pessoas. E ocorreram alguns efeitos colaterais inesperados.

JH: Isso mesmo. Por isso estou encantado com a visão yin-yang sobre a natureza humana e a esquerda e direita. Cada lado está certo sobre algumas coisas, mas cego sobre outras.

A esquerda geralmente acredita a natureza humana ser boa: “vamos juntar as pessoas, derrubar as paredes, e tudo ficará bem”. A direita, os conservadores sociais, não os libertários, mas sim os conservadores sociais, em geral, acreditam “as pessoas podem ser gananciosas, sexuais e egoístas, e precisam de regulação e restrições”. Sendo assim, se você derrubar os muros e permitir que as pessoas de todo o mundo se comuniquem, você terá muita pornografia e racismo.

CA: Esses princípios da natureza humana têm estado sempre conosco. O que mudou, que aprofundou esse sentimento de divisão política e moral?

JH: Você deve ver seis a dez linhas diferentes se unindo. Vou listar apenas algumas delas. Nos Estados Unidos, e na verdade também na Europa, uma das maiores é a Segunda Guerra Mundial.

Há uma pesquisa interessante, feita por Joe Henrich e outros. Diz: se seu país esteve em guerra, especialmente quando você era jovem, e 30 anos depois você for testado na Tragédia dos Comuns ou no Dilema dos Prisioneiros, você é mais cooperativo, devido à nossa natureza tribal Quando seus pais eram adolescentes, durante a Segunda Guerra Mundial, eles saíam à procura de pedaços de alumínio para ajudar nos esforços de guerra. Todo mundo pegava junto. Assim essas pessoas seguiram em frente, cresceram nos negócios e governos, assumiram posições de liderança. Elas são muito boas em compromisso e cooperação. Todas elas se aposentaram na década de 90.

Fomos deixados com os “baby boomers” no fim da década de 90. Eles passaram a juventude lutando entre si por sua rebeldia cultural, ou com outros países na Guerra do Vietnam, em 1968, e depois.

A perda da geração da Segunda Guerra, a “Geração Grandiosa”, é enorme. Essa é uma delas.

Outra, nos Estados Unidos, é a purificação dos dois partidos. Usualmente, havia republicanos liberais e democratas conservadores. Então, os Estados Unidos em meados do século 20, era realmente bipartidário. Mas devido a uma série de fatores as coisas se modificaram. Na década de 90, os norte-americanos passaram a ter um partido liberal e um partido conservador puros.

Então, agora, as pessoas em cada partido são de fato diferentes. Não queremos nossos filhos casados com elas, pessoas de outra cultura ou costumes, o que, na década de 60, não importava muito. Então, isso é denominado “a purificação dos partidos”.

A terceira inovação disruptiva (ou “destruição criadora”) é a internet. Ela é a causa e efeito: pouco estimula o raciocínio e muito a demonização.

CA: O tom do que está acontecendo na internet é muito inquietante. Eu fiz uma pesquisa rápida no Twitter sobre a eleição e vi dois tuítes próximos um do outro. Um, sobre uma imagem de um grafite racista: “Isso é nojento! A feiura nesse país foi trazida por #Trump”. E o outro é: “Página da Hillary Desonesta. Repulsiva!” Essa ideia de “repulsa”, para mim, é perturbadora. Se você tem um argumento ou uma discordância sobre alguma coisa, você pode ficar raivoso com alguém. A repulsa, ouvi você dizer, leva as coisas a um nível bem mais baixo.

JH: Isso mesmo. Repulsa é diferente. Raiva… veja, eu tenho filhos. Eles brigam dez vezes por dia, e se amam trinta vezes por dia. Você só fica no vai e vem: fica brabo, deixa de ficar, fica brabo, deixa de ficar. Mas repulsa é diferente. Repulsa dá a ideia de pessoa sub-humana, monstruosa, deformada, moralmente deformada. Repulsa é como tinta permanente.

Há uma pesquisa de John Gottman sobre terapia de casal. Se você olhar os rostos e um deles expressar repulsa ou desprezo, é um indício de que em breve eles irão se separar, mas se eles demonstram raiva, isso não indica nada, porque se você souber lidar com a raiva, ela é até uma coisa boa.

Então, a eleição de 2016 foi diferente. O próprio Donald Trump usava muito a palavra “repulsivo”. Ele é muito sensível a germes, então a repulsa importa muito a ele para ele é algo bem pessoal, mas se demonizamos uns aos outros, e de novo, através de uma visão maniqueísta na qual o mundo é uma batalha entre o bem e o mal.

Isso tem aumentado, em vez de apenas dizer “eles estão errados” ou “não gostamos deles,” dizemos “eles são malignos, satânicos, são repulsivos, revoltantes”. Não queremos ter nada com eles!

Temos visto muito disso nas universidades. Temos visto a necessidade de manter as pessoas fora dos campus, silenciá-las, mantê-las distantes. Receio toda essa geração de jovens, se a introdução deles na política envolve tanta repulsa, eles não vão querer envolver-se com política quando ficarem mais velhos.

CA: E como lidamos com isso? Repulsa. Como se combate a repulsa?

JH: Você não consegue fazer isso com bom senso. Eu estudei a repulsa por muitos anos e penso muito sobre emoções. O oposto da repulsa é, na verdade, o amor. Amor é o contrário. Repulsa é criar barreiras, fronteiras. Amor é derrubar muros. Então, as relações pessoais são, provavelmente, os meios mais poderosos disponíveis.

Você pode sentir repulsa por um grupo de pessoas, mas então conhece uma pessoa em particular e descobre “os outros” (familiares e amigos dela) serem adoráveis. Isso gradualmente vai mudando sua percepção política de generalização por estereotipo.

Os americanos costumavam ser bem mais misturados, em suas cidades, entre direita e esquerda, sem separação política locacional. Agora isso se tornou uma grande divisão moral, existem muitas evidências der estarmos nos aproximando só de pessoas politicamente como nós. É difícil encontrar alguém do outro lado. Eles estão lá, bem distantes. É difícil conhecê-los.

CA: O que você diria para os americanos, para as pessoas em geral, sobre o que devemos entender sobre os outros de modo a nos fazer repensar, por um minuto, essa “repulsa” instintiva.

JH: Uma coisa muito importante de ter em mente é o resultado das pesquisas feitas pelo cientista político Alan Abramowitz mostrando cada vez mais a democracia americana ser governada pela chamada “negação partidária”. Isso significa você pensar: tudo bem, há um candidato, você gosta dele e vota nele. Mas com o aumento da propaganda negativa das mídias sociais e diversas outras tendências, cada vez mais as eleições acontecem de forma a cada lado fazer o outro parecer tão horrível, tão medonho, a ponto de, por falta de opção, você votar no candidato dos odientos. Quanto mais votamos contra o outro lado e não pelo nosso lado, temos de ter em mente sermos manipulados.

As pessoas de esquerda vão pensar: “Bem, eu sempre achei que os republicanos eram ruins, agora o Donald Trump comprova isso. Agora posso atribuir a todos os republicanos essas coisas que penso sobre o Trump”. Isso não é necessariamente verdade. Normalmente, os eleitores não estão satisfeitos com seus candidatos. Essa é a eleição de maior negação partidária da história dos Estados Unidos.

Então, primeiro você precisa separar seus sentimentos sobre o candidato dos seus sentimentos sobre as pessoas sem escolha. Você tem de perceber, como todos nós vivemos em um mundo moral à parte (a metáfora usada no meu livro é estarmos presos em “Matrix”, ou cada comunidade moral é uma Matrix, uma alucinação coletiva), se você está do lado dos azuis, tudo apresentado por eles comprova do outro lado todos serem trogloditas, racistas, são as piores pessoas do mundo, e você tem todos os fatos para comprovar isso.

Alguém na casa ao lado vive em um mundo moral diferente do seu. Eles vivem um videogame diferente, e veem um conjunto de fatos completamente diferente. E cada um vê ameaças diferentes ao seu país.

O que eu descobri por estar no meio e tentar entender os dois lados é: os dois lados estão certos, quando culpam os outros! Existem várias ameaças a este país, mas cada lado é incapaz de ver todas elas, mas apenas a ameaça referente aos outros.

CA: Todos nós precisamos de um novo tipo de empatia? A empatia tradicionalmente é enquadrada como: “Oh, eu sinto a sua dor e consigo me colocar nos seus sapatos”. E aplicamos isso aos pobres, aos necessitados, aos sofredores. Normalmente não aplicamos isso a pessoas que sentimos como opostas ou por quem sentimos repulsa. Como seria se conseguíssemos construir esse tipo de empatia?

JH: Empatia é um tópico muito em alta na Psicologia. É um termo muito popular, especialmente, na esquerda. Empatia para as classes preferidas de vítimas é uma coisa boa. Então é importante sentir empatia pelos grupos que nós, da esquerda, achamos importantes. Isso é fácil fazer, porque você ganha pontos por isso. Você deveria receber pontos ao ter empatia em situações difíceis de tê-la.

Tivemos um longo período de 50 anos lidando com nossos problemas de raça e discriminação legal. Essa foi uma das nossas prioridades por muito tempo e ainda é importante. Com a divisão política as pessoas necessitam ver uma ameaça existencial em nossas mãos. A divisão em esquerda e direita é a divisão mais importante qaue enfrentarmos. Ainda temos questões sobre raça, gênero e LGBTs, mas essa é a necessidade urgente dos próximos 50 anos.

As coisas não vão melhorar sozinhas. Precisaremos fazer muitas reformas institucionais e podemos falar sobre isso, mas essa é uma conversa longa e tortuosa. Ela começa com as pessoas percebendo esse ser um ponto de virada.

Precisamos de um novo tipo de empatia. Temos de nos dar conta: disso o nosso país precisa – e disso você precisa, se não quiser passar os próximos quatro anos tão raivoso e preocupado como esteve no último ano eleitoral.

Então, se você quer fugir disso, leia Buda, Jesus, Marcus Aurelius. Eles têm todo tipo de conselhos sobre como acabar com o medo, repensar tudo, parar de ver os outros como inimigos. Há muita orientação para esse tipo de empatia nas sabedorias antigas.

CA: Minha última pergunta: Pessoalmente, o que as pessoas podem fazer para ajudar nessa cura política e psicológica?

JH: Sim, é muito difícil decidir abrir mão de seus preconceitos mais profundos. As pesquisas mostram hoje os preconceitos políticos serem mais fortes e profundos se comparados aos de raça em nosso país.

É preciso fazer um esforço, isso é o principal. Esforçar-se para realmente encontrar alguém. Todo mundo tem um primo, um cunhado, alguém que é do outro lado. Então, depois dessa eleição, espere uma semana ou duas, porque provavelmente vai ser horrível para um de vocês, mas espere por umas semanas e então diga que você quer conversar.

E antes de fazê-lo, leia Dale Carnegie: “Como fazer amigos e influenciar pessoas“. (Risos) Estou falando sério. Você vai aprender técnicas, se você começar reconhecendo e dizendo: “Veja, não concordamos em muita coisa, mas uma coisa eu realmente respeito em você, tio”, ou “… em seu conservadorismo…” Você consegue achar alguma coisa. Se você começar com algum elogio, é como mágica.

Essa é uma das principais coisas aprendida por mim e levo-a para minhas relações humanas. Ainda cometo muitos erros tolos, mas sou incrivelmente bom em pedir desculpas e em reconhecer que alguém tinha razão em alguma coisa. E se você faz isso, o diálogo realmente flui bem e é divertido.

CA: Jon, é absolutamente fascinante conversar com você. Realmente parece que o terreno sobre o qual estamos pisando é habitado por profundas questões sobre a moral e a natureza humana. Sua sabedoria não poderia ser mais relevante. Muito obrigado por compartilhar esse tempo conosco.

JH: Obrigado, Chris. JH: Obrigado a todos. (Aplausos)

Há cura para a divisão política entre discursos de ódio? publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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