Brasil e México finalmente chegaram ao livre comércio no setor automotivo. Os dois países latinos eliminam as cotas, impostas desde 2003, através da assinatura de um acordo que elimina os limites de importação e exportação. O documento foi assinado nesta segunda (18), mas ainda não teve todos os detalhes revelados oficialmente pelo governo federal.
A Anfavea, entidade que reúne as principais montadoras do país, foi informada sobre o acordo de livre comércio entre os dois parceiros comerciais e confirmou o tratado. As montadoras estavam buscando impedir que isso acontecesse, pois alegavam que o comércio de veículos favoreceria os mexicanos. Além disso, também reclamavam das cláusulas de conteúdo local.
Agora, pelo que foi divulgado, o livre comércio entre Brasil e México atingirá imediatamente, a partir desta terça (19), automóveis e comerciais leves. Caminhões e ônibus passam a estar livres de cotas em 2020. Em relação ao conteúdo local, ficou acordado que o limite mínimo será de 40% para que os carros possam seguir para um dos dois lados sem imposto de importação.
Renovado em 2015, o acordo comercial entre Brasil e México previa renovação a cada 12 meses, com o fim estabelecido para esta data. No período entre março de 2018 e março de 2019, a cota para cada lado era de US$ 1,704 bilhão. Ainda assim, o volume importado pelo Brasil ficou 14% abaixo da cota estabelecida.
De acordo com especialistas, a liberação de cotas só deverá ter impacto no comércio bilateral quando o mercado voltar a aquecer. Por enquanto, com as vendas ainda em recuperação, bem como a cotação do dólar na casa de R$ 3,79, não favorecem uma enxurrada de carros mexicanos, embora algumas marcas possam finalmente lançar novos produtos que são feitos no país latino, como no caso da Kia Motors, por exemplo. Pode ainda favorecer a entrada de marcas que fazem carros lá, como a Mazda.
Além do México, a Argentina é outro alvo do Brasil para abertura de mercado. O novo tratado deve pressionar os vizinhos para algo semelhante, pois exportam muitos veículos de alto valor agregado. O acordo prevê US$ 1,5 exportado pelo Brasil a cada US$ 1,00 comprado com os hermanos, como forma de compensar essa diferença de produto.
[Fonte: Estadão]
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