A linha RS é o suprassumo da esportividade da Audi. Embora não seja tão enaltecido como o RS4, o Audi RS6 tem seu lugar de destaque nesse portfólio de alta performance do fabricante de Ingolstadt, que sempre adiciona mais potência e tecnologia ao modelo de desempenho excepcional.
O Audi RS6 surgiu do modelo Audi A6 tradicional, nascido do último Audi 100, que após facelift em 1994, recebeu o nome atual.
Nessa geração, a alta performance já estava sendo evoluída com o surgimento do Audi S6. Depois, apareceu o S6 Plus. Só então, a marca alemã decidiu-se pelo RS6.
O interessante do Audi RS6, que até podemos chamar de “a Audi RS6” foi exatamente enaltecer a perua germânica, colocando-a num nível de importância similar ao da RS4.
Essa característica é uma herança da mais veloz perua de sua época, a poderosa e rara Audi RS2, que teve ajuda da Porsche e pela primeira vez tornou uma familiar desejável aos puristas.
A fama da RS2 passou para a Audi RS6, que chegou a ter uma geração unicamente com a carroceria perua (Avant). Mesmo de porte superior, ela se mantém como preferida em relação ao sedã, que seria naturalmente a versão de maior importância e vendas, mas na Audi isso não acontece, diferente de BMW e Mercedes-Benz.
Audi RS6
Desenvolvido pela Audi Sport GmbH, o RS6 tem nas letras “RS” um anúncio de dinâmica de condução apurada, alto desempenho e elevada esportividade.
Também pode-se incluir acabamento primoroso com uso de materiais compostos e de alta qualidade, assim como tecnologias que vão da busca pela eficiência até o nível mais extremo de aceleração, como a famosa tração integral Quattro, herança dos ralis dos anos 80.
O termo em alemão RennSport (Racing Sport em inglês) significa um nível acima da esportividade oferecida pela linha S, adicionando muito mais cavalos e não limitando sua velocidade final, passando hoje em dia dos 300 km/h, sendo considerada a perua mais rápida do mundo.
E isso tudo está incluído no pacote oferecido pelo Audi RS6.
Para sua execução, o projeto de um Audi RS6 sempre envolve adicionar o propulsor mais potente disponível, embora isso represente também uma necessária redução de volume do motor, um dowsizing, que sempre supera o motor anteriormente disponível, seja em cavalos, torque ou resposta ao acelerador.
A engenharia alemã, sempre aplaudida em termos de carros esportivos, no caso do Audi RS6, sempre trabalha para que o modelo tenha o desempenho superior ao que se está atualizando, buscando um conjunto que, mesmo a bordo da Avant, consiga deixar muitos cupês, sedãs e conversíveis literalmente comendo poeira.
Audi S6 Plus
Desde os anos 80, a Audi vinha elevando a potência e o desempenho de seus carros e no caso do Audi 100, a resposta era o Audi 200 com seu motor de cinco cilindros em linha 2.2 com 220 cavalos.
Na quarta e última geração do modelo 100, a Audi adotou uma mudança de nomenclatura na atualização de meia visa deste, que acabou se tornando o primeiro A6.
A partir de 1994, a Audi estava disposta a entrar de cabeça em produtos de alta performance, especialmente após o sucesso da RS2, que era baseada na Audi 80 Avant, ainda em curso. Para substituir o Audi 200, a marca criou o Audi S6, que tinha motor 2.2 turbo de 230 cavalos.
Mas, a Audi não quis seguir o caminho da RS2 ao buscar apoio na Porsche para um cinco em linha de 315 cavalos, como da perua menor. Ela tinha a solução a bordo do Audi A8, que se tornou o maior carro da marca, substituindo o pouco conhecido Audi V8.
O motor V8 4.2 FSI – o mesmo que saiu de cena com o VW Touareg, pouco tempo atrás – tinha 300 cavalos a bordo do luxuoso sedã de alumínio. Então, por que não coloca-lo no S6.
E foi isso que a Audi fez, mas para não ter comparação, ampliou a potência para 326 cavalos e dotou o esportivo de uma série de modificações. Assim, surgiu o Audi S6 Plus.
Nessa época, essa “proto-RS6” surfou na onda da RS2 e teve 855 unidades da Avant e somente 97 sedãs vendidos. Entretanto, “ela” não durou muito, sendo feita de junho de 1996 a outubro de 1997 e com vendas apenas na Europa.
Com o sucesso garantido, o nome S6 Plus não parecia cair bem, pois o “Plus” significava apenas um extra sobre o esportivo seriado e não era bem assim…
Audi RS6 C5 alcança 450 cavalos
Mesmo assim, a Audi insistiu apenas no S6 em sua segunda geração do A6. Como este só ganhou o motor V8 4.2 em versão comum no ano de 2001, o S6 subia para 340 cavalos e ficou por aí mesmo.
Então, a marca decidiu criar um novo esportivo e assim surgiu a Audi RS6 em 2002, sendo sua produção iniciada em julho deste mesmo ano.
Dessa vez, a Audi mostrou que o RS6 não era um S6 “Plus”, mas um produto novo, tanto é que seu coração, o mesmo V8 4.2 40V (5 por cilindro), recebera tantas modificações (incluindo ajuda da Cosworth) que pode superar um Audi RS4 atual, entregando nada menos que 450 cavalos.
Isso fazia a Audi RS6 Avant ia de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e com máxima limitada em 250 km/h, embora em realidade, a perua de alta performance só parava mesmo aos 270 km/h, pois acima disso, os pneus não aguentariam o atrito.
O V8 4.2 com dois turbocompressores e intercooler se mostrou o principal diferencial em relação ao S6.
Tudo isso era controlado por uma caixa automática ZF 5HP de cinco marchas e conversor de torque, evidentemente preparada para entregas relações adequadas para a proposta.
Com 4,852 m de comprimento, 1,850 m de largura, (até) 1,390 m de altura e 2,759 m de entre eixos, o esportivo era oferecido também em versão sedã, ainda de pouco apelo.
A Audi RS6 tinha tração Quattro com diferenciais e sistema de acoplamento da Torsen. O dispositivo permitia distribuição eletrônica de força entre os eixos com muita eficiência, a fim de dar o melhor equilíbrio dinâmico para o modelo, em especial na carroceria Avant, devido ao volume.
Em relação ao S6, o RS6 tinha suspensão ainda mais baixa, freios com discos de 365 mm na frente e rodas de alumínio com aro 18 polegadas e pneus Dunlop SP Winter Sport M3.
O modelo usou também os Continental ContiSportContact 2, Dunlop SP Sport 9000, Michelin Pilot Sport PS2 e Pirelli P-Zero Rosso, bem como o Continental SportContact 3.
Mesmo com proposta superesportiva, a Audi RS6 Avant e o sedã tinha visual exterior bem conservador, onde apenas as rodas grandes chamavam atenção.
Nem mesmo quatro escapes existiam e nada de detalhes expressivos demais. Por dentro, os bancos em couro eletrificados e aquecidos (da Recaro) pareciam de um carro puramente de luxo, sem nenhum apelo esportivo. Até o volante era discreto nesse aspecto.
A coisa só mudou mesmo com a RS6 Plus, que foi feita alguns meses antes do fim da geração C5. Mais uma vez, o termo aplicado elevava a potência e isso significou 480 cavalos e 58,8 kgfm no V8 4.2 TwinTurbo, novamente alterado pela Cosworth.
Note que a Audi não foi buscar ajuda da irmã Porsche.
Com 999 exemplares e feita somente sob a Avant, a Audi RS6 Plus da geração C5 foi comercializada apenas na Europa, vendendo tudo em pouco tempo. Ela era mais agressiva e já contava com rodas aro 19 pintadas de cinza fosco e detalhes mais esportivos.
Audi RS6 C6 com motor V10
Em 2004, o Audi A6 C6 surgiu, mas demorou três anos para que a RS6 voltasse à tona. Em 2007, a segunda geração do RS6 aparecia em Frankfurt com um ar ainda bem sóbrio, mas isso era um bom disfarce para um carro que havia crescido e agora atingia o ápice em termos de tamanho de motor e força.
Conhecido como Typ 4F (o anterior era o Typ 4B), o RS6 dessa geração trocou o V8 4.2 Biturbo pelo enorme V10 5.0 FSI, que foi usado até no Lamborghini Gallardo.
Isso aconteceu porque a BMW ousou botar um V10 no fabuloso M5, fazendo a Audi extrapolar com 579 cavalos e 66 kgfm, sendo 70 cavalos mais potente que o rival da Baviera.
Ninguém parecia superar o RS6, nem mesmo dentro da Audi, sendo o carro mais potente da marca. Não se sabe se houve um acordo de cavalheiros, mas a Avant não baixou de 4,6 segundos até 100 km/h, sendo que a RS6 Plus anterior fazia isso em 4,4 segundos.
Mas, impressionante mesmo é notar que de 0 a 200 km/h, ela precisava de 12,7 segundos contra 20,3 da RS6 Plus e 22,8 da RS6 C5. Fora isso, atingia 274 km/h de final, limitada a 250 km/h “oficialmente”, digamos assim…
O câmbio era o ZF 6HP de seis marchas e a tração Quattro agora tinha sistema da Torsen para dar 100% de força nas rodas traseiras. A frente recebia até 80% da tração.
Além de tudo isso, os múltiplos controles de tração e estabilidade (com dois modos “off”), bloqueio eletrônico de diferencial e outros ajustes para manter o carro nas mãos de condutores que não eram pilotos, estava presente, assim como na geração C5, embora esta fosse mais “purista”.
O visual tinha agora faróis com LEDs diurnos, rodas aro 20 polegadas e volante de fundo chato, com bancos verdadeiramente esportivos.
A suspensão adaptativa utilizava amortecedores magnéticos, enquanto os freios tinham pinças da Brembo e discos de carbono-cerâmica (carboreto de silício).
Ganhou navegação por GPS, DVD e rádio digital DAB. Dos 8.000 exemplares, novamente ouve domínio da Avant com 6.500 unidades, ficando o restante para o sedã. A produção encerrou em 2010.
Audi RS6 C7 passa dos 300 km/h
Dois anos depois, a Audi relançou a RS6 e agora o gênero feminino era completamente adequado ao produto, pois o sedã estava fora do show room. Para compensar, a marca tinha o RS7 Sportback.
Bom, mas de volta à Avant, ela agora reinava sobre a designação RS6 na geração C7 (Typ 4G).
Crescidinha, a Audi RS6 Avant C7 agora media 4,991 m de comprimento contra 4,923 m da geração anterior. Tinha 1,889 m de largura e 1,460 m de altura, oferecendo entre eixos de 2,915 m de entre-eixos.
Apesar da plataforma C da Audi, a mais antiga da marca, cuja série remonta ao primeiro Audi 100 de 1969, a perua não ficava devendo para a modular MLB.
Para deixar isso de lado, a Audi RS6 Avant C7 ganhou um novo motor V8 4.0 TFSI com 560 cavalos e 71,2 kgfm.
Embora fosse bem menor que o V10 5.0 anterior e também em relação ao clássico V8 4.2 40V, este “pequeno” tinha força suficiente para lançar a perua com família e tudo em altas velocidades, acelerando de 0 a 100 km/h em espantosos 3,9 segundos.
Se isso não era o bastante, o limite teórico de 250 km/h podia ser quebrado com dois pacotes Dynamic, sendo o primeiro com limite aos 280 km/h e o segundo, o Dynamic Plus, para atingir 305 km/h!
Ou seja, agora a perua Avant podia andar junto com Ferrari e Lamborghini…
O câmbio era o ZF 8HP de oito marchas e o sistema Quattro mantinha a destreza em manipular as forças entre os eixos e as rodas, fazendo com que a Audi RS6 Avant curvar com grande estabilidade e tangenciamento perfeito.
Porém, tudo isso devia ser feito com opção de eficiência energética diante da pressão ambiental, por isso a troca do V10 pelo V8.
Assim, este último tinha desligamento de cilindros e Start&Stop. Tudo isso para uma média de 10,4 km/l. Mas não parou por aí, a Audi queria mais e em 2015, lançou a RS6 Avant Performance.
Para isso, a ECU foi alterada e a cavalaria chegou aos 605 ginetes com 76,2 kgfm.
Dessa forma, a Audi RS6 Performance ia de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos ou 0 a 200 km/h em 12,1 segundos, atingindo máximas de 250 km/h ou 305 km/h (Dynamic Plus).
O nível intermediário de limite ficava por conta do cliente que não adquiria o último. Em termos de consumo e emissão, a Audi fez “magica” ao mante-los inalterados nesta versão.
Plataforma MLBevo em 2019
Não, ainda não foi lançada, mas já está na lista de novidades da Audi para 2019, que foi vazada recentemente para a imprensa. O lançamento deve ocorrer no fim de 2019 e a próxima RS6 Avant terá plataforma MLBevo e o mesmo motor V8 4.0 TFSI de 605 cavalos.
Entretanto, a Audi RS6 Avant 2020 provavelmente ganhará uma versão Performance como atualização de meia vida e podemos esperar uma cavalaria muito acima da atual.
Mais leve, o modelo deve ficar em 4,939 m de comprimento e com 2,924 m de entre eixos. Assim, a perua superesportiva de Neckarsulm seguirá para a próxima década.
© Noticias Automotivas. A notícia Audi RS6: tudo sobre o sedan e a perua de desempenho extraordinário é um conteúdo original do site Notícias Automotivas.
Audi RS6: tudo sobre o sedan e a perua de desempenho extraordinário publicado primeiro em https://www.noticiasautomotivas.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário