A linha de caminhões Volvo FH é bem popular no Brasil, sendo um tipo de veículo pesado que o fabricante sueco emplaca no mundo desde 1993.
O Volvo FH é um caminhão que ganhou fama em diversos lugares, especialmente aqui, quando estreou a versão Globetrotter.
Além disso, o Volvo FH vem disputando com o Scania R o título de caminhão mais potente do mundo por diversas vezes.
Originário da Suécia, a gama de caminhões da linha Volvo FH é extensa, mas se concentra principalmente no segmento de extrapesados e de altas cargas.
Fora a Suécia, o Volvo FH é produzido na Bélgica, Brasil, Índia, Rússia, Austrália, África do Sul, Egito e até foi feito no Irã.
O Volvo FH se caracteriza basicamente por ter cabine avançada, com motor embaixo, podendo esta ser alta (Globetrotter), média ou baixa.
Este tipo de caminhão era pouco popular no Brasil até os anos 90, ganhando força com modelos como o Volvo FH.
Hoje, o modelo reúne diversas tecnologias que fazem inveja até em carros de luxo.
No Brasil, o caminhão é produzido em Curitiba, local onde a marca nórdica chegou no fim dos anos 70.
Um dos mais fortes cavalos-mecânicos disponíveis no mercado, ele ajudou no crescimento de diversas empresas e autônomos, levando e trazendo cargas com segurança e eficiência.
Volvo FH
A sigla FH significa em inglês “Forward control High entry” e designa uma linha de caminhões da Volvo, que estreou mundialmente em 1993.
Nesse mesmo ano, o Volvo FH chegaria ao Brasil, mais precisamente no mês de novembro.
Embora a linha F já existisse no portfólio da Volvo antes (desde 1978), não sendo vendido no Brasil, o FH era diferente.
O antigo Volvo F era um caminhão de cabine avançada, mas de concepção antiga e frente semelhante ao modelo N, que foi popular no Brasil de 1980 até o fim dos anos 90.
Este tinha cabine recuada, como gostavam os transportadores brasileiros, enquanto o Volvo FH era mais curto e alto, sem o capô.
O modelo inovou não apenas em agregar uma cabine mais moderna e elevada como substituta da linha F.
O Volvo FH acrescentou o motor diesel para caminhões e ônibus mais moderno da época, o D12A.
Foi o primeiro caminhão do mundo com gerenciamento eletrônico do propulsor e mudou a concepção do cabeçote.
A primeira geração do Volvo FH desembarcou aqui e em outros lugares com o modelo FH12, embora existisse lá fora o mais poderoso FH16.
O Volvo FH chegou com cabine de aço galvanizado e tratamento a quente, que reduziu corrosão e tração, gerando uma célula mais segura para motorista e acompanhante.
Com para-brisa inclinado e superfícies mais lisas, o Volvo FH reduzia o arrasto aerodinâmico, melhorava a ergonomia e o espaço.
Também a cabine era 30% mais leve que o antigo F. A resistência da cabine pôde ser medida com testes dinâmicos de 15 toneladas sobre o teto, além de pressão de uma tonelada sobre os lados do habitáculo.
O Volvo FH tinha portas amplas e com maçanetas embutidas, além de grade superior e inferior estilizada, onde ficavam os faróis simples e os auxiliares e piscas.
A cabine do caminhão sueco era montada sobre câmaras pneumáticas com amortecedores para reduzir a vibração, além de manter o nivelamento adequado do conjunto.
Para acesso ao motor, a cabine do Volvo FH rebate facilmente e dá acesso também à transmissão e outros componentes mecânicos.
No interior, o Volvo FH era todo direcionado para o motorista.
O conjunto tinha cluster com mostradores amplos, rádio e ar condicionado direcionados para a posição do condutor, difusores de ar bem distribuídos, vidros elétricos e alavanca de câmbio próxima.
O volante de quatro raios era bem ergonômico e ganharia airbag em 1995, sendo o primeiro caminhão do mundo com esse recurso.
O Volvo FH tinha ainda cobertura interna do motor pouco ressaltada devido a altura da cabine.
Esta, por sua vez, tinha bancos bem confortável com suspensão pneumática e diversos ajustes.
Como era ampla, a cabine podia conter até duas camas e a altura interna era de cerca de 1,95 m, suficiente para o motorista ficar em pé sem problemas.
O chassi de longarinas era bem reforçado, enquanto a suspensão dianteira e traseira usava feixes de molas, sendo parabólicas na frente.
O Volvo FH podia ter tração 4×2, 6×2 ou 6×4, este contendo dois diferenciais com tração nos dois eixos traseiros.
Essa configuração era mais típica para uso severo e cargas bem pesadas, sendo mais usado no FH16.
Motor D12A/16A/B
O motor D12A foi um avanço espetacular no desenvolvimento de motores diesel para caminhões e ônibus.
O Volvo FH estreou um propulsor de seis cilindros que saía do lugar comum.
Embora em ferro fundido, o D12A (12.1 litros) inovou ao ter cabeçote de quatro válvulas por cilindro, tendo ainda comando de válvulas nesse conjunto, ou seja, OHC.
Este comando único é acionado por corrente, algo impensável na época. Por resistência e tradição, os propulsores até então tinha comando no bloco e duas válvulas, acionadas por varetas.
A arquitetura modular permitia futuras atualizações e já usava o sistema VEB, um poderoso freio-motor por compressão de escape que supera a potência normal do propulsor.
Isso reduz o uso dos freios e literalmente vai segurando o caminhão em descidas, gerando enorme economia também de combustível.
Os injetores de alta pressão tinham gerenciamento eletrônico, assim como outros componentes do D12A.
Empregando turbocompressor de geometria variável e intercooler, ele era o que havia de mais moderno na época. Surgiu em versões com 380 ou 420 cavalos.
Entretanto, não estava sozinho, pois o D16A/B era maior em volume (16.1 litros).
Também com seis cilindros, este entregava bons 520 cavalos, mas aqui não foi vendido nessa época.
Volvo FH Globetrotter
Quando chegou ao Brasil, o Volvo FH com cabine leito Globetrotter virou sensação no mercado de caminhões.
Equipado com câmbio manual de 14 marchas (metade reduzida), o cavalo-mecânico rapidamente ganhou seu espaço. O nome estampado na parte superior da cabine era o sonho de muito caminhoneiro.
Seguro, o Volvo FH tinha freios ABS, um item já oferecido pela marca no antigo N12 de 1991 por aqui.
Apesar do produto global ter chegado aqui em sintonia com o mercado internacional, ele era importado junto com o chassi de ônibus B12.
Somente em 1998, o Volvo FH12 Globetrotter se tornou um produto nacional, visto que a marca escandinava teve que ir conquistando os transportadores, aversos à cabine avançada.
Aqui ele chegava com cabine simples, leito e de teto alto (Globetrotter), além de tração 4×2 ou 6×4, aptos para transporte rodoviário de carga extrapesada.
Uma cabine mais alta é chamada de Globetrotter XL.
Agora havia opção de câmbio de 16 marchas, que era de duplo H. A cabine tinha bancos pneumáticos que giravam para criar uma sala de estar e havia opção de segunda cama.
O Volvo FH nacional tinha airbag e freios ABS como opcionais, assim como ar condicionado e central de diagnóstico.
Montado em parte por robôs na Suécia, o D12A passou a ser nacional em 1999, sendo aqui a segunda no mundo com tecnologia para fazer um motor diesel eletrônico.
O modelo ganhou ainda suspensão traseira pneumática ou por feixe de molas parabólicas, além do tradicional com feixes semielípticos.
Nos primeiros anos da década de 2000, o Volvo FH ganhou mais importância na linha do fabricante. Extintos há muito na Europa, a linha NH saiu de cena por aqui.
Assim, a cabine avançada dominou a gama da Volvo, que ainda ampliou o portfólio com caminhões pesados e médios da linha VM.
O Volvo FH adicionou uma versão de 340 cavalos e depois outra com 460 cavalos.
Atualização
Em 2001, a Volvo lançava na Europa o FH atualizado. Visualmente, o caminhão extrapesado ganhou linhas mais fluidas e sofisticadas, especialmente o conjunto ótico verticalizado.
A parte inferior da frente ganhou mesmo aspecto da parte superior, adotando a mesma cor da carroceria.
O Volvo FH ganhou um sistema de proteção pré-colisão com retensão de cintos e outras medidas para minimizar os ferimentos.
Além disso, ganhou comandos remotos no volante para rádio e telefonia. na parte mecânica, o modelo introduziu o D12C com o sistema TC.
Trata-se de um turbocompressor composto de uma turbina adiciona para acionar o propulsor nos primeiros giros, tendo acionamento hidráulico.
Outro avanço foi o câmbio automatizado eletrônico I-Shift. Este sistema de trocas automáticas permite maior controle de torque e rotação do propulsor, garantindo também conforto ao condutor.
Com o TC, o D12C pôde alcançar até 500 cavalos. Já o D16C aumentava sua força para 550 ou 610 cavalos. Introduzindo mais eletrônica, este motor chegou a 660 cavalos em 2005.
Nesse mesmo ano, a Volvo lança o motor D13A no FH13. Melhorando consumo e emissão, este motor de 12.8 litros tinha 360, 400, 440, 480 e 520 cavalos.
Ainda é produzido para o Volvo FH, assim como o D13K, que é Euro 6 atualmente e tem 12.9 litros.
Em 2008, um novo facelift deixa o Volvo FH com cara mais próxima ao dos menores Volvo VM.
Recirculação de gases de escape e novo turbo de geometria variável, garantiram menor consumo e emissão.
Mais segurança
É na segunda atualização do Volvo FH, que a marca introduz sistemas como controle de cruzeiro com alerta de proximidade de veículo e colisão, alerta de faixa e também de ponto cego (com reboque).
Na segunda geração do Volvo FH, um controle de cruzeiro adaptativo ajustado por radar (2012) foi introduzido, compreendendo a mesma tecnologia dos carros de luxo.
Além disso, o Volvo FH possui um sistema de gerenciamento de condução que memoriza o desempenho e o consumo em determinados trechos.
Com isso, os dados são compartilhados com uma rede para outras unidades, ajudando assim o controle de cruzeiro a antecipar-se na estrada e ajustar freio-motor e câmbio de forma a obter o melhor rendimento.
Volvo FH – o mais potente do mundo
O Volvo FH foi ganhando poder através da eletrônica nos últimos anos.
A disputa de força com a Scania, que já teve o título de caminhão mais potente do mundo, fez com que a conterrânea alcançasse a marca de 700 cavalos com o FH16 em 2008.
Obviamente a Scania respondeu e em 2011, a primeira geração do FH alcançou nada menos que 750 cavalos, reafirmando o título.
Nova geração
Essa geração do Volvo FH surgiu em 2012 e basicamente incorpora os motores D13K e D16E.
A nova cabine é ainda mais resistente e segura que a anterior, ganhando linhas mais retilíneas e inclinadas, ampliando ainda o espaço interno e a visibilidade.
No FH16 750, o mais potente do mundo, chega a 1.180 cavalos de retarder e VEB, garantindo um poder de descida realmente incrível.
Não por acaso, o caminhão é empregado para transporte de cargas muito pesadas, tais como turbinas de hidrelétrica e transformadores de centrais de distribuição de energia.
Atualmente, o Volvo FH tem versões com 420, 460, 500 e 540 cavalos, que entregam 214, 235, 255 e 265 kgfm, respectivamente no FH13 com o D13C.
Já o FH16 tem 750 cavalos e 360 kgfm.
Atualmente, o Volvo FH é um dos caminhões mais avançados do mercado nacional, sendo vendido em grande parte com transmissão I-Shift e suspensão pneumática, bem como com airbag e ABS, além de câmbio de 12 a 16 marchas.
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