Segundo dados divulgados pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), o Brasil é hoje o 2º maior produtor de plantas geneticamente modificadas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Respectivamente, a Argentina, o Canadá e a Índia seguem no ranking. A área plantada no Brasil representa 26% do total mundial. E é realmente fascinante os efeitos que a Biotecnologia na agricultura tem causado.
Neste post, você vai conferir como a evolução tecnológica no campo aconteceu, como a Biotecnologia foi introduzida no setor e quais os impactos dessa evolução. Acompanhe!
Contexto histórico da tecnologia no campo
É fato: a agricultura é um dos principais setores da economia mundial. E não é para menos, já que está diretamente ligada aos meios de subsistência do ser humano. Por esse motivo, também é uma das atividades mais antigas de que se tem registro.
Ao longo dos séculos, o homem desenvolveu diversas tecnologias e métodos que otimizaram os meios de produção e tornaram a agricultura não só mais produtiva, mas também com um alcance nunca antes visto. Acompanhe um breve histórico!
As primeiras ferramentas
A atividade agrícola teve seu início histórico quando o homem deixou de ser nômade para fixar residência. A mão de obra era essencialmente familiar. Surgiram então as primeiras ferramentas construídas de pedra e madeira. Com o tempo, passou-se para o ferro. A força para a tração vinha de animais e carroças.
O surgimento de ferramentas mecânicas
Somente no século 13 é que surgiu o primeiro arado de lâmina. No século 17 foram criadas ferramentas mais desenvolvidas, como o abanador de cereais e semeadores mecânicos, que podiam ser movidos por animais ou pela força humana.
A Revolução Industrial
A Revolução Industrial foi marcada por um crescimento exponencial da população urbana e o consequente aumento na demanda por alimentos. Esse processo impulsionou o avanço das tecnologias no campo, a fim de que os agricultores conseguissem dar conta da produção necessária. Daí surgiram as primeiras máquinas: as ceifadeiras, usadas nas colheitas de grãos pelos britânicos no fim do século 18.
Mas o destaque da evolução tecnológica ficou para os americanos, principalmente nas plantações de algodão. Havia, por exemplo, uma máquina que retirava os caroços do algodão. Outro marco ocorreu em 1982, quando foi lançado o primeiro trator. O veículo era movido a gasolina e diesel. A mecanização foi intensificada durante a Primeira Guerra Mundial, consolidando-se ao longo do século 20.
Além da mecanização
Hoje, o agronegócio conta muito mais do que com a mecanização. Já chegamos à era da agricultura de precisão, que consiste em um conjunto de tecnologias e metodologias, principalmente no âmbito do gerenciamento de dados, aplicadas à atividade agrícola. Aqui se destacam ferramentas e recursos como GPS, análise de solo, telemetria e mapeamento de fertilidade.
Assim como a ciência dos dados, a Biotecnologia na agricultura também tem revolucionado os meios de produção.
Biotecnologia na agricultura
A verdade é que a Biotecnologia não é uma atividade ou tecnologia exclusiva das últimas décadas. Basta buscarmos uma definição para entender que se trata de uma prática bem ampla. Refere-se a um conjunto de técnicas de manipulação de seres vivos (total ou em parte) em prol de uma atividade econômica.
Existem registros da manipulação de microrganismos para a produção de alimentos e bebidas que necessitam de processos fermentativos, como pão e cerveja. Isso é um tipo de Biotecnologia, mesmo que mais tradicional.
Apesar disso, essa linha de pesquisa geralmente teve uma ligação mais forte com o setor da saúde. Microrganismos eram usados para criar antibióticos já na Segunda Guerra Mundial, como a Penicilina.
A aplicação para o aprimoramento no manejo com plantas teve um foco maior a partir dos anos 70, quando alguns métodos de recombinação e sequenciamento do DNA impulsionaram avanços nos estudos da biologia vegetal. Essas práticas denominam o que ficou conhecido como Biotecnologia moderna, diferenciando-a da versão clássica ou tradicional.
A Biotecnologia na agricultura moderna adota diversas técnicas para gerar modificações diretas no DNA das plantas ou de organismos, a fim de alterar suas características originais ou inserir novas propriedades que aprimorem sua produtividade, qualidade nutricional e resistência a pragas e condições adversas.
Os impactos
A união da agricultura e da Biotecnologia está gerando um agronegócio mais eficiente. Hoje, é possível encontrar plantas mais resistentes a doenças, herbicidas, pragas, condições climáticas mais extremas e muitos outros problemas que antigamente eram um grande empecilho para o agro.
Dessa forma, surgiram no mercado muitas variedades de plantas Geneticamente Modificadas (GM) que reduzem a necessidade de aplicação de defensivos, aumentando a produtividade mesmo em uma área plantada menor. Isso representa ganho de eficiência produtiva e preservação ambiental. Há também aquelas que são modificadas para serem mais resistentes a longos períodos de estiagem, possibilitando o cultivo em regiões com poucas chuvas.
A segurança alimentar
Todo alimento GM passa por rigorosos testes antes de ser liberado para o consumo, a fim de garantir a segurança alimentar tanto dos consumidores humanos quanto dos consumidores animais. A segurança da Biotecnologia na agricultura é garantida por diversos órgãos internacionais de apoio ao agro e à saúde, como:
- Organização Mundial da Saúde (OMS);
- Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU);
- Agência de Controle de Alimentos do Canadá;
- Agência de Biotecnologia da Austrália.
Especificamente no Brasil, temos a lei 11.105, de 2005, conhecida como lei de biossegurança, que diz que qualquer Organismo Geneticamente Modificado (OGM) deve passar por uma série de testes dirigidos pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para a concessão do Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB).
A mesma lei prevê que cada pedido de pesquisa e liberação para comercialização seja analisado individualmente. Ao mesmo tempo, estimula o avanço das pesquisas científicas na área de Biotecnologia em prol da proteção à vida e à saúde de todos.
O agronegócio ainda tem muito a avançar e existem muitas tecnologias que estão causando uma enxurrada de inovações no setor. Veja só!
Avanço tecnológico no campo
A Biotecnologia na agricultura brasileira está em plena expansão. E embora haja a participação de empresas privadas, as pesquisas se concentram principalmente no setor público. Especificamente na área de transgenia (modificação genética de plantas), a Embrapa lidera os estudos em parceria com universidades públicas e leva avante a inserção de cultivares resistentes a pragas e a defensivos no mercado.
Junto com a Biotecnologia, outras ferramentas montam o arsenal do avanço tecnológico no campo:
- Big Data: coleta e análise de dados que são inteligentemente interpretados a fim de gerar informações valiosas para a tomada de decisão no agronegócio;
- Internet of Things (IoT) ou internet das coisas: uma série de dispositivos conectados à internet trocando informações, como sensores de temperatura, umidade e luminosidade, câmeras e até máquinas agrícolas;
- drones: Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) que sobrevoam a lavoura para monitorar as operações e coletar imagens.
A Biotecnologia na agricultura proporciona ao produtor rural um horizonte vasto de possibilidades. A tendência é que as pesquisas se ampliem e tragam ainda mais cultivares resistentes e com melhores condições nutricionais para a mesa do consumidor.
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