quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Pragas na lavoura: conheça as mais comuns e faça a pulverização certa

Pragas na lavoura podem causar danos irreversíveis à produção. Segundo o livro “Defesa Vegetal — Fundamentos, Ferramentas, Políticas e Perspectivas”, divulgado pela FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), as perdas no Brasil podem chegar a R$ 55 bilhões por ano em decorrência desse mal.

A primeira arma contra esses grandes vilões é a informação. Por isso, você vai conferir aqui quais são as principais pragas que os agricultores brasileiros enfrentam, especialmente nas culturas de grãos e frutas, e como fazer o manejo ideal a fim de detectar e sanar esse problema. Acompanhe!

As principais pragas na lavoura

O primeiro passo para proteger sua lavoura do ataque de pragas é conhecer esses agentes. Listamos a seguir os principais inimigos do agricultor brasileiro, conforme alistados em relatórios do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Embrapa.

Helicoverpa armigera 

A lagarta armigera foi recentemente identificada e chamou a atenção de agricultores e pesquisadores devido ao seu grande potencial de danos às lavouras de algodão, milho e soja. Por esse motivo, a Embrapa divulgou uma série de esclarecimentos e orientações em caráter emergencial.

Apesar de ela atacar toda a planta, a armígera normalmente se localiza na parte mediana para baixo, tornando o alvo muito escondido. Seu ataque começa na parte aérea, como folhas, flores, frutos, vagem e outros pontos de crescimento. As larvas da lagarta atacam flores, sementes e ramos.

Broca-do-café (Hypothenemus hampei)

A broca-do-café perfura os grãos causando uma destruição parcial ou total na parte interna. Ela ataca o fruto em diversos estágios: maduro, verde, passas ou secos ainda úmidos. Elas se alimentam do caroço e depositam seus ovos, de onde sairão as larvas que se tornarão insetos adultos. Infelizmente, após a penetração das brocas no grão, não há mais como fazer o controle

Somente pela perda de peso causada pelas perfurações, segundo a Embrapa, o prejuízo econômico pode chegar a 21% (12,6 kg a cada 60 kg). O café também perde em qualidade, reduzindo seu valor comercial.

Uma vez que fazer a pulverização enquanto a broca está dentro do grão tem pouco efeito, é importante que o agricultor descubra a fase de transição (quando o inseto sai de um fruto já destruído para outro). Isso é importante porque o principal produto de controle funciona por contato com a praga.

Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum)

Também conhecido como Podridão Branca, a doença causada pelo fungo gera grandes prejuízos à produtividade de diferentes lavouras, como soja e feijão. O agente da praga se concentra principalmente nas sementes, sendo elas o principal meio de propagação.

Mesmo quando não há um hospedeiro em potencial no talhão, o Mofo Branco pode se instalar no solo por longos períodos, graças à sua estrutura resistente. Sua sobrevida nessa fase pode chegar a dez anos.

A ação do fungo causador do Mofo Branco é caracterizada por lesões em tecidos na parte superior da planta, onde surgem substâncias brancas semelhantes ao algodão (micélio). Após alguns dias, essa eflorescência escurece e vira uma estrutura rígida, chamada escleródio. À época da colheita, o escleródio cai no solo, tornando-se um vetor de infestação para a próxima cultura. É essa estrutura que pode resistir por anos até encontrar um novo hospedeiro.

Cochonilhas (Dactylopius coccus)

As cochonilhas são pragas muito comuns que atacam as hortas e podem ser identificadas por pequenos amontoados brancos, semelhantes ao algodão. Podem se depositar em folhas, brotos, caules ou ramos. Quando ameaçadas, podem expelir uma substância de cor carmim (ácido carmínico), aproveitado pela indústria alimentar como corante.

Mosca-das-frutas (e do caribe)

Existem, pelo menos, três tipos de moscas responsáveis por perdas na produção de citros:

  • mosca do Mediterrâneo (Ceratitis capitata);
  • mosca sul-americana (Anastrepha fraterculus);
  • mosca-da-mandioca (Neosilba spp.), da família Lonchaeidae.

As duas primeiras são nativas do Brasil, e ambas são da família Tephritidae. Segundo pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, calcula-se uma perda de 30% a 50% da produção de pomares citros infestados.

Os machos se aglomeram nas folhas, e as fêmeas depositam seus ovos no fruto. Quando as larvas se desenvolvem plenamente, saem do fruto e vão para o solo. Esse período pupal pode durar de 13 a 17 dias.

Ácaros

Os ácaros são pequenos aracnídeos responsáveis por doenças em diferentes lavouras. Eles se desenvolvem na parte inferior das folhas, causando amarelecimento e rugas no tecido e morte dos brotos. Existem diversas espécies de ácaros-praga que atacam diferentes lavouras. O Brevipalpus chilensis, por exemplo, ataca principalmente pomares de kiwi e uva. Já na soja, há seis espécies associadas, como o ácaro-verde e o ácaro-rajado.

Ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizie)

Esse fungo se espalha pelo ar, elevando consideravelmente seu potencial de destruição. Por isso, é uma das pragas na lavoura que mais preocupam os sojicultores.

A ferrugem da soja é responsável pela desfolha precoce da planta, o que impede a formação completa dos grãos. Isso reduz substancialmente a produtividade da safra.

Os sintomas são percebidos por meio de pequenos pontos escuros na superfície foliar superior. Já na parte inferior da folha, formam-se pequenas verrugas (urédias). É ali que o fungo desenvolve seus esporos (uredósporos).

Mosca branca (Bemisia tabaci)

A mosca branca ataca diversas culturas e não é fácil de ser controlada. Os produtos que estão disponíveis no mercado têm um alto potencial de desenvolver resistência genética no inseto, de modo que é importante alternar os mecanismos de ação.

Essa praga é um transmissor de vírus. Por exemplo, no feijoeiro, ele transmite viroses chamadas mosaico dourado e mosaico anão, que trazem grandes danos à planta, especialmente no período de florescimento. Devido ao seu alto nível de destruição, ela é considerada como um grande risco econômico ao agronegócio.

Bicudo do algodoeiro (Antonomus grandis)

É considerada a principal praga do algodão no Brasil, tanto que o governo tem iniciativas específicas para controlar o inseto. De acordo com dados da Embrapa, ele causa danos que podem comprometer até 80% da safra, especialmente devido à sua alta capacidade de reprodução e poder destrutivo.

O ataque ao algodoeiro começa pelos botões florais. Depois, perfuram as maçãs do algodão para alimentar-se e colocar seus ovos. Por dentro, as sementes e fibras ficam destruídas pelas larvas.

Identificação e manejo das pragas

Para reduzir o efeito das pragas na lavoura, é importante buscar orientações sobre métodos e produtos usados para cada tipo de agente causador. Algumas das principais práticas incluem:

  • Manejo Integrado de Pragas (MIP): estratégia de controle baseada em fatores ecológicos e de mortalidade natural de insetos, fungos e outros agentes, o que reduz a aplicação de defensivos agrícolas;
  • monitoramento: engloba a identificação de pragas e o cálculo do nível de infestação para posteriores ações. Essa estratégia deve ser iniciada ainda na etapa de planejamento da safra, para prevenir possíveis ataques;
  • tecnologias: dentro das aplicações mais modernas, enquadram-se o uso de drones, a biotecnologia, o controle de pulverização bico a bico e o mapeamento via GPS;
  • Guia InNat: esse aplicativo da Embrapa é gratuito e está disponível para download em dispositivos Android. Ele conta com uma galeria de imagens usada para fins de comparação com insetos capturados na lavoura. São fotos de uma grande quantidade de insetos-praga.

Assim, adotando as melhores práticas e produtos do mercado, o combate às pragas na lavoura será um desafio menor, trazendo maiores garantias e melhor rendimento à sua produção.

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