O Golf vai mudar lá fora, mas enquanto isso, há novidade por aqui e ela vem na forma de um esportivo híbrido. Este é o Golf GTE, que deve ser lançado no mercado brasileiro nos próximos meses, ainda em 2019.
Importado da Alemanha, o hatch médio vai se juntar ao irmão nacional, o Golf GTI, formando uma dupla que promete performance purista e alto desempenho com eficiência energética elevada. Ficará faltando apenas o GTD, mas não se pode vender carros diesel no país, então…
Com o Golf GTE, a Volkswagen quer iniciar seu plano de eletrificação no país e traz um modelo que já estava sendo testado por aqui há algum tempo. A nova versão chega com propulsão híbrida plug-in, que permite a recarga externa em fonte de 220V por cerca de 2h45m.
O Golf GTE chega com a combinação do motor EA211 1.4 TSI de 150 cavalos e 25,5 kgfm, abastecido apenas com gasolina, tendo ainda a transmissão de tripla embreagem DSG de seis marchas (DQ400E), contendo dentro um motor elétrico de 102 cavalos e 33,5 kgfm. São duas embreagens na conexão com o motor 1.4 TSI e uma com o elétrico.
Além disso, traz também bateria de lítio com 8,8 kWh, que garante autonomia de 50 km no modo elétrico. O Golf GTE combina os dois propulsores de forma perfeita e isso resulta em 900 km de autonomia total e com um tanque de apenas 40 litros.
Isso dá uma média de 22,5 km/l, mas em cálculos feitos para o mercado europeu, o padrão de utilização pode chegar a 62,5 km/l, o que é um consumo extraordinário. Entretanto, o uso constante da energia no dia a dia, eleva ainda mais a eficiência energética como um todo.
Tudo isso com performance de GTI, indo de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos e com máxima de 222 km/h, sendo que até 130 km/h, pode-se usar o propulsor elétrico. Apesar dos números, o Golf GTE não é um carro leve, pesando 1.524 kg, sendo que 120 kg pertencem à bateria de lítio.
De forma combinada, o Golf GTE entrega 204 cavalos e 35,7 kgfm, números próximos do Golf GTI, tendo nesse caso o mesmo torque. Assim, seu desempenho se torna muito parecido com o do clássico hot hatch alemão.
Num evento realizado em grupos na fábrica da Volkswagen, na Anchieta, nós tivemos a oportunidade de andar rapidamente (literalmente) no Golf GTE para termos uma primeira experiência a bordo desse esportivo que carrega consigo um diferencial, a propulsão híbrida.
Também conhecemos alguns detalhes do projeto do Golf GTE, que não é assim tão simples quanto se imagina. Com uma arquitetura baseada em um motor tradicional e um powertrain eletrificado, o hatch esportivo mescla essas duas tecnologias, garantindo o melhor de dois mundos.
Eletrificação
O Golf GTE é um híbrido plug-in. Essa é uma das receitas que a VW está colocando na mesa para reverter a imagem deixada pelo Dieselgate e, ao mesmo tempo, firmar-se como potência no mercado futuro, onde só restarão carros híbridos e elétricos.
Nesse ambiente, a montadora está investindo € 9 bilhões nos próximos anos para ter 20 produtos na linha VW. Como grupo, a eletrificação consumirá gigantescos € 44 bilhões para geração de 70 modelos de todas as marcas. Enquanto parte para uma linha 100% elétrica com a família ID, a empresa percorre outro caminho com os híbridos plug-in.
A VW pulou a etapa de híbrido comum para uma alternativa que julga melhor e permite integração com os puramente elétricos. Assim, com carregamento externo, é possível rodar como se fosse totalmente elétrico no dia a dia.
O Golf GTE utiliza o mesmo motor 1.4 TSI que equipa modelos como Jetta, T-Cross e Tiguan, por exemplo, mas movido apenas por gasolina, já que o objetivo é ser eficiente na realidade de mercados consolidados como EUA, Europa e China, onde o etanol não está presente.
Aliás, é devido a essa matriz energética que o Brasil terá um atraso de 12 anos no nível de emissão limite em comparação com a Europa. Apenas em 2032 é que haverá uma equiparação com o país tendo 97 g/km de CO2 e a UE com 95 g/km de CO2.
Com o enorme percentual de motores flex no mercado, o Brasil pode postergar níveis mais baixos de emissão tendo o etanol como combustível principal, junto com a gasolina. A VW ainda não fala em um “plug-in hybrid flex”, mas tudo depende da demanda de mercado e da viabilidade comercial, pois em nível técnico, não existe impedimento.
No Golf GTE, o motor 1.4 TSI não tem ciclo Miller ou Atkinson, sendo o que já foi dito, o mesmo que os usados nos carros comuns. Assim, o custo para implantação do mesmo num PHEV é reduzido bastante. Seu turbocompressor, intercooler e injeção direta de combustível são os mesmos. Só não tem duas coisas presentes num EA211 padrão.
Já a transmissão automatizada é que realmente diferente. Ela aloja dentro de seu corpo, um motor elétrico síncrono e sem escovas, que serve tanto para propulsão quanto para geração de energia através de desaceleração. Esse propulsor também serve de motor de partida, além dessa função de alternador.
Montado entre o EA211 e a DQ400E, o motor elétrico tem três embreagens, sendo dupla para conexão com o motor TSI e simples para o câmbio. Este último suporta até 400 nm ou 40,6 kgfm de torque. Além da ausência de alternador e motor de arranque, o 1.4 TSI também não tem compressor mecânico do ar condicionado, pois é elétrico.
O sistema de refrigeração do motor passou a ser usado também no motor elétrico. Falando em refrigeração, a bateria de 8,8 kWh (6,9 kWh utilizáveis) dispõe igualmente de um sistema de refrigeração selada com líquido de arrefecimento específico. Com 96 células de lítio ligadas em série, cada uma tem 3,6V. A potência total da unidade é de 380V.
O Golf GTE utiliza uma bateria de 12V para alimentar sistemas básicos do veículo, entretanto, ar condicionado e ar quente podem ser alimentados pela bateria de lítio. A bateria é montada sob o banco traseiro, no lugar geralmente usado pelo tanque, e seu carregamento se dá através cabo a bordo ou estação fixa.
No caso de carregamento doméstico, o plugue é de 16 amperes e a VW disse ele não funciona com outro menor. Então, o futuro proprietário apenas terá de ter esse tipo de tomada instalada, sendo essa geralmente de 20 amperes. Na energia, o Golf GTE manda bem ao ter um tempo de recarga considerado curto até, dada a baixa densidade da bateria.
Mas, outro item interessante do Golf GTE é o tanque de combustível. Ele saiu da parte inferior do banco traseiro, ocupado pela bateria, e foi para o lugar do estepe, que foi eliminado, tendo para reparo do pneu furado, um gel vedante e um compressor de ar para calibração.
O tanque fica ao lado da bateria de 12V, que por motivo dos módulos de controle elétrico no cofre, teve que ir para o fundo do carro. No Golf GTE, o tanque tem 40 litros e é pressurizado. Ele evita o escape de gases oriundos do armazenamento da gasolina, indo para um canister especial, a fim de serem queimados na combustão do motor.
Porém, para evitar o escape de gases no momento do abastecimento, o Golf GTE dispõe de um sistema que despressuriza (em até 7 segundos) o reservatório com o preenchimento do canister, fazendo assim com que a gasolina possa ser reposta. Nem é preciso dizer que, devido a sua posição, é resistente a impacto traseiro.
Em relação ao custo de se carregar o Golf GTE, de acordo com os cálculos feitos pela VW com a base tarifária vigente na cidade de São Paulo, o valor por carga para 50 km de autonomia é de R$ 5,16. Dependendo da instalação e região do ponto de recarga, seja público ou doméstico, o valor pode ser maior ou menor.
Golf GTE – Primeiras impressões
O Golf GTE é um GTI eletrificado. O hot hatch pode até se disfarçar de esportivo comum com rodas de liga leve “normais” da proposta, como nos carros testados dentro e fora da fábrica da Anchieta. Porém, estas unidades são do modelo anterior, sem a atualização visual.
Assim, evitamos publicar estas fotos para evitar confusão. O carro das imagens é o que chegará em breve ao mercado nacional e ficará um pouco mais “GTE” do que os demais testados. Isso fica evidente no desenho aerodinâmico das rodas de liga leve, que não são nada esportivas, mas ajudam a diferenciar a versão.
O para-choque com LEDs diurnos envolventes também contribuem para isso, assim como o logotipo GTE em azul, mesma cor vista no acabamento dos faróis duplos de LED. Ainda na frente, o hot híbrido esconde o conector de recarga elétrica sob o logotipo da VW, bastando apenas pressiona-lo para ter acesso ao bocal.
Nas laterais, só o logotipo GTE chama atenção. Na traseira, o Golf GTE tem a mesma logotipia e vem com escape duplo cromado, não tendo outros detalhes que indiquem ser um híbrido plug-in. Dentro, as diferenças estão nos detalhes.
O hatch tem volante no mesmo estilo do GTI, só que dotado de logotipo GTE em sua base chata. Em couro costurado, ele tem paddle shifts. Ao lado da alavanca de câmbio, também próprio de um esportivo da VW, existem os botões GTE e E-Mode.
O ambiente ainda tem chave canivete e não haverá sistema Kessy para entrada e partida por botão, como nos carros testados. Não sabemos o motivo. Pelo menos, o carro exibido “que será igual ao que você verá no lançamento”, há o ACC Front Assist, com controle no volante e radar bem destacado na frente do carro.
O cluster é digital com tela de 12,3 polegas e possui apresentação gráfica que impressiona, mesclando ainda funcionalidades sobrepostas dentro dos mostradores azulados. Nos carros de teste eram analógicos. A multimídia Discover tem tela ampla e sensível ao toque, também com dados de consumo de energia e quantidade de tempo no modo elétrico.
De resto, um belo conjunto de assentos esportivos com acabamento em tecido quadriculado que os puristas adoram, mas em tom azul. Teto solar panorâmico e bom acabamento fecham o pacote. Sim, é um GTI. Ou melhor, GTE por dentro.
Ao volante, ele tem a mesma pegada do GTI. O silêncio ao ligar, evidencia seu powertrain eletrificado. No lugar do conta-giros, existe um indicador (até 10) de disponibilidade de energia para ser “acelerada”, ficando o conta-giros de fato num mostrador pequeno.
A transição entre motor elétrico e combustão é suave e o ronco gosto do motor TSI dá a sensação real de estar num esportivo. Com direção de reações rápidas, o Golft GTE deslancha do modo híbrido, onde operam os dois motores para uma pegada mais agressiva, bastando apertar o tal botão GTE.
Com direito a soco e tudo, o hot hatch hibridizado salta velozmente, subindo rapidamente de giro e velocidade, empolgando. É muito fácil ver o ponteiro bem acima dos 140 km/h depois de se observar brevemente a imagem ilustrando a energia fluindo para o motor elétrico com vigor, assim como a força do 1.4 TSI direto nas rodas.
Nas curvas, o Golf GTE chega a destracionar, tamanha a pegada que ele impõe ao ser exigido. O hatch médio tem ainda o modo elétrico, que usa somente energia e permite vencer subidas íngremes com vigor, mas não de forma esportiva. O foco é emissão zero e pode-se chegar a 130 km/h, mas de forma gradual.
Também existe um modo de recarga da bateria, onde a frenagem regenerativa é atuante, só que bem menos que nos carros elétricos puros, dando uma impressão de mais redução de marcha do que frenagem. Aliás, os paddle shifts não estão lá de enfeite, podem ser usados livremente, mas sempre com o gestor de energia dosando sua atuação.
Nessa primeira impressão – ainda teremos um test drive mais completo no lançamento – já deu para ter certeza que o Golf GTE não usa a sigla apenas por acaso. Ele é realmente um esportivo e tem DNA dos irmãos a gasolina e diesel. Agora só resta saber o preço. Na Alemanha, GTI e GTE custam o mesmo. Aqui, o hot híbrido tem alguns incentivos.
Volkswagen Golf GTE – Galeria de fotos
Evento a convite da Volkswagen.
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Golf GTE: experimentamos o esportivo híbrido da Volkswagen publicado primeiro em https://www.noticiasautomotivas.com.br
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