domingo, 18 de agosto de 2019

Febre mundial, os SUVs se tornam o melhor negócio para as marcas

Febre mundial, os SUVs se tornam o melhor negócio para as marcas

O SUV se tornou o produto principal na maioria das marcas de automóveis em todo o mundo. A febre do utilitário esportivo não é algo localizado, praticamente em todos os principais mercados do globo, a participação dos SUVs é generosa.

O movimento, que começou a ganhar força após a crise mundial de 2008, domina atualmente todos os cenários possíveis –  e impossíveis há algum tempo – do mercado mundial. Marcas de ultra luxo como Bentley e Rolls-Royce nunca antes haviam cogitado ter SUV em seus portfólios para poucos.

Até marcas de carros superesportivos como Lamborghini e agora a Ferrari, não seguirão adiante sem um produto que seja classificado como utilitário esportivo. Dos EUA à China e da Europa aos mercados emergentes, parece que todo mundo agora quer um SUV.

Febre mundial, os SUVs se tornam o melhor negócio para as marcas

Com um quinto das vendas globais, o SUV deve crescer ainda mais nos próximos anos, especialmente devido ao mercado norte-americano, onde marcas como Ford e Chevrolet deverão eliminar completamente seus modelos de outros segmentos, especialmente sedãs e hatches.

Nem todo mundo aposta nisso, como Honda e Toyota, que investiram recentemente bilhões de dólares em sedãs nos EUA. A ideia, nesse caso, é aproveitar a lacuna que será deixada pelas marcas americanas. De qualquer forma, até estas sabem que os clientes estão migrando para os SUVs.

Na China, os sedãs ainda tem grande participação, mas o que se vê em lançamentos é um grande aumento de utilitários esportivos em todos os níveis, das marcas mais baratas até as mais sofisticadas, algumas exclusivamente com este produto.

Para todos os bolsos

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Antes um produto para clientes que buscavam um veículo apto para levar uma família com conforto para o fora de estrada, o SUV passou então a agradar o público feminino, que buscava um carro mais alto, que passava a impressão de ser mais seguro. Além disso, quanto maior o veículo, maior o status.

Então, muitos começaram a buscar os SUVs como uma forma de ascender socialmente. Com o tempo, as marcas passaram a buscar cada vez mais estes clientes nas gamas de entrada, com produtos menores e mais acessíveis. Daí em dia, o que era nicho, como no caso do nosso Ford EcoSport da primeira geração, logo virou moda.

Hoje, não importa o poder aquisitivo do comprador. Há opção de utilitários esportivos para qualquer bolso. Um exemplo recente é o do Lamborghini Urus, que tem 16 das 20 reservas da marca feitas por clientes ricos do Brasil no primeiro semestre.

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Na outra ponta, o termo “SUV” foi explorado até pela Renault com seu Kwid de menos de R$ 30.000 no lançamento. É aí que as marcas começaram ver a “vaca do dinheiro”, como Carlos Tavares se referiu uma vez à rentável Dacia. Com um porte mais alto, ângulos de entrada e saída ampliados, assim como o vão livre, um utilitário é fácil de nascer.

Algumas marcas pegaram hatches ou minivans, adicionando frente alta e suspensão elevando. Com um tapa aqui e ali, criaram um novo produto com preço superior. Enquanto o original custa entre R$ 50 mil e R$ 60 mil, pode-se vender o “SUV” de R$ 70 mil a R$ 90 mil. Hoje, a média de preços aqui no Brasil entre este último e R$ 100 mil.

Embora as marcas não abram (jamais) os custos relativos aos projetos desses carros, não é preciso ser engenheiro para notar que a rentabilidade é no mínimo igual ou maior que de um hatch ou sedã. Analistas de mercado dizem o mesmo.

Febre mundial, os SUVs se tornam o melhor negócio para as marcas

Com o uso de plataformas já consolidadas e parte da estrutura dos carros que os originaram, os SUVs se tornam mais rentáveis, segundo eles. Isso sem contar com as projeções de crescimento nos próximos anos. Aqui no Brasil, a estimativa é que em 2022, o mercado terá um milhão de utilitários esportivos.

A VW, por exemplo, estima que dos 10 carros mais vendidos, até três serão SUVs. Mesmo com enorme concorrência, algumas marecas hoje estão praticamente fora do cenário em nível nacional e internacional, por exemplo. A Toyota é uma dessas, já que tanto localmente quanto globalmente, ela não dispõe, por exemplo, de um SUV compacto próprio.

Aqui, a Fiat é outra marca de peso que está ausente desse mercado. Em contrapartida, algumas marcas tem até mais de um no segmento de compactos, que aqui é o que mais cresce. A Renault tem Captur e Duster. A Honda vem com WR-V e HR-V. A líder Jeep emplaca Renegade e Compass com folga.

Só tem SUV…

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Mais adiante, a VW pensa em cinco ou seis SUVs no mercado nacional, a maioria de compactos. Aliás, tamanho não é mais diferença. Como já dito acima, os utilitários esportivos estão aí para todos os bolsos. Num estranho movimento de eliminação de hatches e sedãs baratos, modelos com 4,00 m ou menos ganham espaço até em países que jamais os considerariam.

Nos EUA, a Ford colocou o EcoSport e parecia ser algo louco a fazer, até que a Hyundai recentemente fez o mesmo com o Venue. Não seria estranho ver um WR-V circulando por lá também, dada a necessidade de preenchimento das lacunas deixadas por outros carros.

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Enquanto isso, o consumidor continua pagando mais pelos SUVs e ainda por desejo próprio. Porém, na próxima década, isso pode mudar completamente. Antes uma preferência, logo pode se tornar uma obrigatoriedade. Afinal, se não existirem mais hatches e sedãs para comprar, o que resta para colocar na garagem?

Por ora, essa não é uma preocupação em mercados emergentes como o Brasil ou Índia, por exemplo, onde a taxa de motorização está longe dos países ricos. Mas, nos consolidados, como EUA e Europa (esta motivada ainda por questões ambientais), o comprador não terá muita escolha. Será crossover ou SUV, e ponto final!

Agradecimentos ao Alexandre Cimini.

 

 

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